capítulo vinte e cinco

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CECÍLIA SAVOIS

Hoje era a festa de aniversário do Calleri, eu tentei fugir de todas as formas da festa, inventei milhares de compromissos, mas nenhum colou e cá estou eu sentada em um sofá do camarote que o jogador fechou no Jockey Club, tentando me esconder de todos.

Ele ainda não havia chegado, isso me deixava muito ansiosa, eu ficava pensando como seria no momento que ele passasse pela entrada do camarote.

Será que ele ia falar comigo? Será que ele está tão ansioso quanto eu? E se ele já estivesse com outra pessoa e trouxesse ela hoje? E se eu não conseguisse esconder a saudade que estou sentindo dele?

Eram tantas perguntas que passavam pela minha cabeça que eu estava morrendo de dor de cabeça.

Pela primeira vez desde que cheguei, levanto do sofá e vou até o bar.

— Uma água, por favor. — Peço para a barman que me entrega uma garrafa de água com um sorriso no rosto.

— Água Cecília? — Caio pergunta se aproximando de mim. — Em que mundo você tá vivendo? — Ele faz outra pergunta sem deixar eu responder à primeira.

— Estou com dor de cabeça e vou tomar um remédio. — Falo rangendo os dentes.

— Me vê dois shots de tequila e uma caipirinha de kiwi com muita vodca. — Caio pede para a mesma barmen com um sorriso irritamente sedutor no rosto e pega a garrafa de água da minha mão.

— Eu não vou beber hoje, Caio. — Falo irritada.

— Nós vamos beber hoje! — Ferraresi fala chegando animado no bar com os braços ao redor dos ombros do Galoppo. — Mais dois shots de tequila, por favor. — Ele completa.

Ele estava com uma camisa branca com os dois ou os três primeiros botões abertos, uma calça jeans e um tênis branco do seu patrocinador, ele ainda não tinha olhando nos meus olhos, mas estava claramente abalado e ver ele daquele jeito me machucava de uma forma que eu nunca imaginei que seria possível.

Ele levanta a cabeça e cumprimenta meu irmão com um aceno simples, depois ele finalmente olha para mim, senti minhas pernas bambas e eu tive que me encostar no bar para não cair, desvio o olhar para frente e não olho mais para ele, em apenas alguns minutos que mais parecem três horas eu já consegui responder algumas das perguntas que passarão pela minha mente.

A dor que eu estava sentindo não ia passar com o tempo e eu ainda amo esse homem para caralho.

Finalmente os shots de tequilas são colocados na nossa frente.

— Ninguém sai daqui puro! — Caio fala pegando a sua dose.

— A gente vai brindar pelo quê? — Ferraresi pergunta depois que todos estão com os shots na mão.

— Quem brinda com tequila? — Pergunto.

— Só vamos fazer isso logo. — Galoppo fala pela primeira vez desde que chegou na roda e sua voz rouca me deixa tonta.

— Dois insuportáveis, por isso que foram feitos um para o outro. — Caio fala colocando sua dose na nossa frente esperando que todos tocassem seus mini copos no copo dele e todos fazem isso.

Obstáculos da vida ━━ Giuliano GaloppoOnde histórias criam vida. Descubra agora