capítulo quatro

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CECÍLIA SAVOIS

— Quando você vai voltar a jogar? — Pergunto para Galoppo enquanto ele fica focado no caminho até o Morumbi.

Hoje teria um jogo do São Paulo e ele tinha me convidado para assistir ao jogo com o mesmo.

— Talvez no próximo jogo! Tenho que pegar ritmo novamente com o time. — Galoppo responde.

— Por que você decidiu vir para o São Paulo? — Pergunto curiosa.

— No dia que eu decidir qualquer coisa na minha carreira, finalmente vou ter vencido na vida. — Ele fala rindo. — Mas no fim amei o clube e a torcida, então tô bem feliz! — Completa com um grande sorriso no rosto

— E também quem não ia querer jogar no maior do Brasil, né! — Falo orgulhosa do meu time de coração.

— Com certeza isso ajudou bastante na escolha. — Galoppo fala parando no sinal vermelho e eu aproveito para dar um selinho demorado no mesmo.

— E você pegou algum trabalho legal essa semana? — Giuliano pergunta quando eu me afasto e volta a dirigir assim que o farol abre.

Eu era uma fotógrafa recém-formada e estava com muita dificuldade para arrumar um trabalho realmente bom. Até agora eu havia feito o casamento de um primo que a minha tia quase implorou de presente — e eu como uma pessoa que não sabe falar, não, óbvio que aceitei — e fiz um ensaio para um pet shop de uns cachorrinhos que estavam em adoção.

— Ainda não! — Respondo voltando minha atenção para a estrada.

— Daqui a pouco você consegue algo legal. — Ele fala e coloca a mão na minha coxa.

— Assim espero! — Falo me animando um pouco.

Chegamos no estádio, fomos direto pegar pipoca e logo caminhamos de mãos dadas até às nossas cadeiras.

Algumas pessoas chamaram pelo Galoppo na parte de baixo do estádio e o mesmo respondeu todos com um simples aceno e com um lindo sorriso no rosto, alguns flashes brilharam no meu rosto e eu apertei a mão dele um pouco incomodada.

— Se você ficar incomodada, a gente pode ir para o camarote onde vamos ficar mais escondidinhos. — Giuliano fala pegando meu queixo para que eu vire para ele.

— Tá tudo bem. — Falo me aconchegando no ombro dele. — Um dia vou ter que me acostumar. — Completo.

— Não mi amor! Você não tem que se acostumar com nada, eles que devem parar de se intrometer nas nossas vidas. — Ele fala fazendo um carinho lento na minha costela coberta pela blusa de frio, já que o tempo em São Paulo não estava dos melhores.

— Cheguei, casal! — Escuto a voz do meu irmão e o mesmo cumprimenta eu e Galoppo.

— Finalmente achei que só ia chegar no apito final. — Giuliano fala enquanto observa meu irmão sentar ao meu lado.

— Você não tem noção da fila que tá lá fora. — Caio fala pegando minha pipoca e eu olho para o mesmo com cara feia. — Na próxima vez vou vir com vocês. — Ele completa.

— Na próxima vez o Galoppinho vai tá no campo. — Falo pegando meu pote de volta.

— Você também podia entrar no lugar de uma criança. — Caio fala rindo e o Giuliano acompanha ele fazendo eu olhar para o mesmo com cara de tédio.

— E vocês dois são gigantes! — Falo brava.

— A gente tem mais de um metro e meio! — Meu irmão continua me zoando.

— Tenho um e sessenta. — Falo.

— Não fala assim da altura do nosso gnomo Caio. — Giuliano fala rindo com o meu irmão.

— Era para você ficar do meu lado. — Falo fazendo um drama.

— Desculpa mi amor, mas eu não posso perder essas oportunidades. — Galoppo fala dando de ombros e logo me enchendo de beijinhos.

— Seus nojentos já vai começar. — Caio fala fazendo a gente voltar toda a nossa atenção para o campo.

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Obstáculos da vida ━━ Giuliano GaloppoOnde histórias criam vida. Descubra agora