Capítulo 1

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Luiza Portes filha mais velha de Arthur Portes e Madalena Portes. Seu pai é um homem bastante rígido e com uma personalidade deveras forte, principalmente no quesito de não aceitar opiniões contrárias à sua. Sua família carrega o legado de uma empresa de navios de exportação, a qual seu pai é dono e lá é onde o homem passa grande parte de seu tempo. Já sua mãe, uma mulher doce, de fala mansa e calma, agindo de modo delicado como uma verdadeira dama, além de estar sempre certificando-se que as tarefas domésticas e a casa estejam devidamente ornamentadas, uma mania que a senhora adquiriu, visto que o trabalho doméstico se tornou uma rotina desde o momento em sua vida em que aceitou se casar com o senhor Portes.

Luiza no entanto não tinha traços de personalidade de Madalena, e a única coisa que herdou do pai foi com toda certeza, sua personalidade forte. A jovem desde sempre foi alguém muito sonhadora e elegante, ansiava entrar em um dos navios de seu pai para conseguir desbravar mundo a fora. Mas também, a garota podia ser bastante sensível, gostava de se expressar através de pequenos poemas. E com apenas quinze anos tentava convencer sua irmã Anabela a percorrer o mundo também, porém a pequena já tinha outros planos: se casar. Obviamente Luiza teve a mesma educação de sua irmã, mas a sua visão não era limitada, ela torcia para que a de Anabela também não fosse. A morena de cabelos ondulados e olhos negros partilha sua vida com Valentina Campos e Conrado Albuquerque, seus melhores amigos desde a infância.

Valentina e sua mãe Irene são criadas da família Portes. infelizmente o destino não havia sido tão gentil com a mulher, que mesmo tentando se cuidar, acabou engravidando, sua patroa decidiu não deixa-las na sarjeta entre tudo ambas sabiam o seu devido lugar. Ah!Valentina! Ela uma moça que carrega uma beleza inexplicável, com seus olhos de esmeralda podia encantar diversas pessoas, além também de ser bastante charmosa, mas ainda sim mostrava uma timidez. Em seu tempo livre ela gostava de estudar as notas e tocar piano, no momento em que tocava aquelas teclas, era capaz de sentir em cada molécula de seu corpo sendo tocada por uma sensação de que havia nascido para a arte da música. Ela almejava por isso em seu futuro, mas claro, devido a suas condições sabia que aquele era um sonho distante, mesmo que não significasse que a garota não tinha esperanças, porque no fundo do seu coração acreditava que poderia um dia conquistar o que tanto sonhava.

Ao contrário de sua amiga, Conrado é de família nobre, seus pais Augusto e Joana Albuquerque desfrutam de uma vida de herança passada de geração a geração. Seus avós foram ourives e atualmente a família administra a maior e melhor fabricação de joias e ornamentos lidando diretamente com metais preciosos, especialmente prata e ouro.
O rapaz é ambicioso e galanteador, contudo irá casar-se com Luiza. suas famílias além de possuírem a mesma classe social e interesses econômicos em comum, frequentavam os mesmos ambientes e criaram um vínculo com o passar do tempo, o que gerou a proposta de casamento entre seus filhos.

Luiza nunca foi adepta a tal decisão, batia de frente com a sua família para que fosse livre e pudesse escolher o seu amado, toda via já sentia seu coração errar as batidas por sua melhor amiga Valentina. sabia que tamanho desejo era errado, fora ensinado isso desde que se entende por gente, mas não conseguia, e no fundo não queria evitar sentir-se quente toda vez que a moça de olhos verdes e sorriso meigo se aproximava. Quando passeava seus dedos em suas madeixas onduladas ao pentear, quando depositava beijos carinhosos em sua bochecha ou tocava lindamente para que Luiza pudesse dançar. Nem sempre foi assim, a morena se perguntava em que momento deixou-se levar por seus devaneios, quando a amizade se tornou uma sede urgente de beijá-la, e porque não podia retribuir a Conrado já que tanto ele como Valentina estavam em sua vida há anos. Muitos questionamentos sem nenhuma resposta, Luiza só tinha uma certeza: que entregaria seu corpo no olhar de Valentina, só precisava que a moça desse um passo e então ela daria dois.

POV Luiza

Aquele era o grande dia. É hoje, eu realmente não consigo acreditar que depois de tantos anos irei ver ele outra vez. Eu não sabia que as coisas iriam caminhar até isso, tinha apenas quinze anos quando aceitei seu pedido de casamento, apesar de não ter sido totalmente da minha vontade, depois de tanto tempo eu sei que não é isso que quero. Me sentia um pouco zonza, talvez porque a ansiedade fazia meu peito explodir em milhares de dúvidas. Como vou dizer a minha mãe? E aos pais dele? Como poderia acabar com tanta alegria entre nossas famílias. E ele? Como devo dizer ao Conrado que não o amo e não quero me casar, porque mesmo que muitos pensem que o casamento não é sobre o amor e sim sobre relações estratégicas, eu continuo achando que você só deve aceitar viver ao lado da pessoa que realmente ama. Mas no momento, para mim não existia outra alternativa, preciso prosseguir. Irei me casar com meu grande amigo que hoje não passa de um  estranho.

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