Capítulo 5

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Mestre Narrando...

-Sempre me achei um cara de ideias boas mas maldita hora inventei aquele jantar da porra, onde acabei apresentando meu afilhado Pedro para a Helena.

-Namoral? Curti nem um pouco, vi o jeito que ele olhava pra ela, o encantamento,os sorrisos ficaram o tempo todo de papinho gostoso

-Parecia que eles já se conheciam a muito tempo, melhores amigos quase, tmnc pra lá. Helena por sua vez tava bem animadinha.

-Aí vem Patrícia querer jogar a mina pra cima dele, dando ideia de levar pra passear e tudo, ahhhh vão, já estão lá. Perguntei logo se ela trabalhava com turismo agendado passeio, se tocou e ficou na dela.

-Moleque é bom tá ligado, foi criado longe do crime, estudou, bom filho, esforçado mesmo, tem caráter, sujeito homem, meu de confiança.

-Mas não quero ele, nem ninguém na volta do meu anjo de fogo, deixa ela quietinha na dela, estudando, focando em outras coisa, ela não tá precisando desses moleque metido a polvo, cheia de mão e dedo pra cima da menina.

-Na real é isso, ela não passa de uma menina, embora eu não saiba decifrar ela ainda, tem os dias que parece tão inocente e os dias que é tão sedutora,como se tudo que falasse tivesse duplo sentido.

-O negócio é me manter longe porque essa menina mulher mexe demais comigo, mas tenho o dobro da idade dela, pelo menos quero poder proteger e cuidar dela.

-Tive o desprazer de conhecer minha sogra, a tal Zélia, sabe quando o santo não bate? Velha malucona, só falta lamber o chá que a filha pisa, chama Patrícia de Preciosa pra lá e pra cá.

-Agora te falar pior coisa é a tal da convivência porque no dia a dia ninguém sustenta farsa muito tempo, é aí que a gente começa a conhecer a parceira.

-Patrícia é alguém que eu realmente não pude conhecer totalmente nesses meses de caso que a gente estava tendo.

-Ela é toda educada, cheia de classe, bonitona,  mas é estranho como não demonstra emoção nem com a filha, só parece feliz se é elogiada ou a pessoa faz o que ela quer.

-Finalmente elas se mudaram pra minha casa, sabe o mais estranho?Minha mulher pediu pra gente dormir em quartos separados porque ia acabar com ela se eu visse como acorda sem maquiagem, desarrumada e escabelada,dá pra acreditar num bagulho desses?

-E eu respondi o quê? De boa, quarto é o que mais tem, só escolher. Na verdade gostei até da ideia, gosto de espaço, paz, sossego, não curto ninguém me sufocando e nem suporto frescura.

-Se pra ela tá bom irmão, pra mim tá excelente, desde que eu esteja por perto do meu anjo tá de bom tamanho. Tenho planos pra ela.

-Nunca mais quero ver ela como uma presa acoada e assustada como no dia que a vi no morro pela primeira vez e pra isso ela vai sim precisar de força e independência.

-Foi por isso que Elisa veio ao jantar para já ir se aproximando dela, minha amiga vai ser fundamental nessa nova etapa da vida de Lena.

-Tava aqui na sacada do meu quarto, sentado vendo a noite bonitona com lua, estrela, esses bagulho tudo, pensando tudo isso e o sono foi com Deus, nunca nem vi.

-Coloquei um balão pra subir, não fumo toda hora mas ajuda a desestressar, depois de um tempo deu uma fome da porra e resolvi ir na cozinha fazer um rango.

-Pra minha surpresa adivinha quem estava lá de costas mexendo em algo na pia?Se disse Helena acertou bonito.

-Vejo ela de costas, tá com um baby dool mais justo e curto que salário do bolsa família, nem me viu aqui, finjo uma tosse pra não assustar ela que já se vira me olhando e sorrindo.

Lena: -Boa noite, ta aí a muito tempo?-diz.

Mestre: -Boa noite, desci agora. A fome me guiou até aqui.-digo e rimos.

Lena: -Então nossa fome tá em sintonia viu e querendo a mesma coisa!-diz me olhando no fundo dos olhos, que porra foi essa?

Mestre: -Ah é? Você tem fome de quê pequena Lena?- digo com a voz rouca, cruzando os braços.

Lena: -No momento?-dá uma risadinha e vem na minha direção.

Mestre: -Se eu puder ajudar!-que merda eu tô falando e o que tá acontecendo aqui, ela tá flertando comigo?

Lena: -Claro que pode, sabe fazer sanduíche Paidrasto?-fala bem perto do meu rosto, sinto o ar quente vindo da sua boca.

Mestre: -É, euuu, olha, pera aí.-digo pensando que deu pane no meu sistema.

Lena: -Não tem problema, a gente faz junto que fica mais gostoso!-fala e vira indo pegar as coisas na geladeira.

-Eu fico parado tentando achar a fala que perdi no caminho, fizemos os tais sanduíches e a gente ficou ali comendo e batendo um papo da hora.

-Dá pra notar que Lena é uma garota especial, mas também parece que ela tem uma tristeza no fundo do olho, um conflito interno.

-Num determinado momento ela derrama o leite que estava tomando, aquilo escorre e vem descendo pelo meio dos seios durinhos.

-Paraliso pela milésima vez, passando a língua pelos lábios louco pra lamber tudo, olho pra ela intensamente, vejo o bico dos seios enrigecendo e marcando na blusinha, ficamos uns minutos nessa até que ela desperta e vai na pia se limpar.

-Eu abaixo a cabeça tentando entender que merda tá acontecendo, só posso tá maluco achando que ela estava jogando pra mim.

-Levanto pra fugir dali o quanto antes, dou boa noite e sigo em direção as escadas, tomo um susto da porra vendo Zélia na ponta da escada com os braços cruzados parecendo até uma  assombração.

-Passo reto rumo ao meu quarto, nem dou papo, não sou de fingir simpatia, já vou logo tomando um banho gelado pra acalmar essa quentura que subiu e olha que a noite tá fria.

-Deito na cama e fico lembrando daquela imagem, sacudo a cabeça como se desse pra tirar os pensamentos assim.

-Passo a mão pelo resto suspirando,pensando na merda que tô fazendo, é Daniel bem vindo ao inferno é aqui que a tortura começa e tem nome e cor de cabelo.

Doce Veneno 🔥 / DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora