Capítulo 8

187 32 13
                                    

Mestre Narrando...

-O malandro nunca tem sossego nesse caraio, maldita hora que inventei aquele jantar, função de apresentar família, PÉSSIMA ideia.

-Com tanta mulher no mundo claro que o meu afilhado ia arrastar a asa logo pela Helena, não podia ser pela Sara?

-É pedir muito que deixem meu anjo de fogo no canto dela,tranquila e sem macho na volta?

-Deixem a menina estudar, se divertir, mas sem macho rondando, qual o problema desse povo que se acha o cupido?

- Primeiro Patrícia, depois Sara, só falta fazer a camiseta do fã clube ou a faixa Vaiiiiiiiii Pedro!Tmnc pra lá, querem cuidar da vida dos outros compra um gato, aí vai ter 7 vidas pra tomar conta.

-O pior de tudo é que eu vi no olhar dela um interesse por ele, claro né cara gente boa,novo e bonitão, como dizem na favela quem sou eu na fila do pão!

-Mais confuso eu fico porque quando a gente se olha rola uma parada estranha, intensa,nem sei explicar.

-Difícil mesmo é aguentar Patrícia e todas as suas manias, ouçam o conselho do Mestre, se for morar juntos faz um teste drive antes e vê como é a convivência.

-Aproveito e foco no trabalho, o legal e o ilegal, assim pouco fico em casa mas a parte ruim é que faz dias que nem vejo meu anjo de fogo.

-Fui convocado pra fazer parte do tribunal do crime que vai acontecer hoje, função que gera só stress e dor de cabeça.

- Os irmãos vão julgar a Fiel do falecido Turco, que era frente do Morro da Maré, a história é que a mina se "apaixonou" por um rival, armou casinha pra derrubar o mano e o cara tomar a favela.

-Na invasão Turco morreu mas seu sub Pilão segurou a bronca e colocou os alemão pra vazar, o cuzão largou a mina pra trás e agora tá lá esperando a sentença.

-Sou bandido, sei que não é flores mas não curto esses bagulho esculachando mulher, a mina sabia que era mulher de bandido e o risco que correria mas pelo que entendi o outro enganou e usou ela.

(...)

-Volto pra casa daquele tribunal me sentindo pesado e cansado, quando a gente tá na troca de tiro é matar ou morrer, mas decidir sobre a vida de outra pessoa a sangue frio é outro nível.

-Pati tinha me pedido mais cedo pra levar a mãe dela pra minha casa em Angra porque a véia vai embora, amém e aleluia.

-Até penso estar sozinho pois Patrícia deve ter levado a filha e a mãe pra um passeio família no final de semana.

-Subo e vou logo tomar aquele banho que lava até a alma, me seco, coloco só uma cueca, já que estou sozinho,vou só comer algo e dormir.

-Chego na cozinha,vejo o que tem na geladeira pronto pra comer, monto um pratão, esquento e como.

-Quando vou me virar pra sair da cozinha ouço um grito assustado, Lena está na porta com cara de choque e olhar paralisado na minha cueca.

Mestre: -PQP! Me desculpa achei que tinha ido
Pra Angra também!-Digo.

Lena: -É, euuu, não, é...!-vira as costas e sobe as escadas correndo, totalmente vermelha.

-Pelo menos parece que gostou bastante do que viu né, não parava de olhar. Tento tirar os pensamentos da cabeça e subo pra colocar uma roupa.

-Volto para o meu quarto, pego um beck na gaveta de cabeceira e parto pra sacada, sento ali e coloco pra subir pensando na vida e no meu anjo de fogo, toda linda e coradinha me vendo de cueca.

-Aproveito pra relaxar e ligo pra Elisa querendo saber porque caralhos ela ainda não foi atrás da Helena e colocou meu plano em prática.

-Ouço a porta do quarto dela batendo, deve ter criado coragem agora de voltar na cozinha ou a fome venceu, rio sozinho.

-Dou um tempo, olho as mensagens no watts, respondo algumas, ignoro outras, até resolver descer também, aproveitar de alguma forma a chance de ficar perto dela e conhecer melhor.

-Chego devagar na cozinha, vejo ela lavando a louça, cruzo os braços analisando o quanto é perfeita, cheirosa demais, o cabelo vermelho contrastando na pele branquinha.

Lena: -Oi!-diz se virando e já fica vermelha.

Mestre: -Poxa Lena queria te pedir desculpa por mais cedo, achei que tu tinha ido com elas pra Angra e fiquei a vontade.-falo sincero.

Lena: -Capaz Dani, a casa é sua né!-fala.

Mestre: -A casa é nossa Lena e me amarro quando tu me chama de Dani.-digo sorrindo.

Lena: -Acho que combina mais, posso fazer uma pergunta?-diz tímida.

Mestre: -Manda!-rimos.

Lena: -Por que Mestre? Se não quiser falar tá tranquilo.-fala.

Mestre: -Olha, sempre me perguntavam coisas e eu sabia responder, montava os esquemas e explicava passo a passo pra nada dar errado, uns começaram a me chamar de Professor mas não pegou,até que numa reunião um cara falou: -Aí Mestre tu é pica mermo!, os outros seguiram me chamando de Mestre e pegou.- explico.

Lena: -Sempre inteligente, um líder nato!-fala.

Mestre: -Obrigado?-rimos. -Topa fazer alguma coisa? Dar uma volta, ver um filme, sei lá?-eu pergunto.

Lena: -Pode ser um filme, tô sem sono mas sem vontade de sair.-diz fazendo careta, linda!

Mestre: -Bora pra sala de TV então?-pergunto.

Lena: -Só vou fazer uma pipoca, te encontro lá, vai escolhendo o filme.-fala sorrindo.

(...)

Lena: -Juro que nunca mais te deixo escolher o filme, vou sonhar com essa boneca dos infernos Daniel!-diz segurando no meu braço.

Mestre: -Ué quem foi que disse, não sou mais criança, vou ter medo de uma boneca que tá dentro da TV?-digo debochando e rindo.

-Ela começa a me jogar umas almofadas, eu começo a fazer cosquinha, na brincadeira não sei como fomos parar um em cima do outro.

-A gente olhava um no fundo do olho do outro, parece que o tempo congelou,só ouvia nossas respirações ofegantes, fiquei hipnotizado nos lábios nem sei qual dos dois foi mas quando dei por mim estávamos nos beijando.

-Caralhooooo, que beijo, dava pra sentir que ambos estavam com uma vontade absurda, a minha língua brincava com a dela, enquanto minhas mãos andavam pelo seu corpo.

-Meu pau já tava duro que nem pedra, Lena aumentou o contato, se esfregando em mim, ouço aquele gemido tímido, gostoso.

-Quando menos espero, parece que ela saiu do transe, despertando e vendo o que estava pra acontecer, rápido levantou e saiu correndo.

-O que foi isso meu pai? Queria que acabasse nunca, porraaaa!


Doce Veneno 🔥 / DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora