Patrícia
-Vou dar a vocês o prazer de me conhecer um pouco, apesar que acho errado não ter sido a primeira e sim a apagadinha da minha filha Helena.
-Nasci bela, aquele bebê que todo mundo quer tirar uma foto, isso dito pela minha mãe mas acredito.
-Desde pequena sempre fui o centro das atenções, cresci sendo paparicada e ouvindo coisas do tipo...que menina linda,que educada, como é inteligente, sou obrigada a concordar.
-Sei que vai ter pessoas me chamando de metida, arrogante, prepotente, acontece que ninguém está pronto pra gente franca, sincera e verdadeira como eu.
-Claro que não externo tudo que penso,acabo tendo que guardar muita opinião só nos meus pensamentos,gente limitada não compreende.
-Minha mãe sempre buscou o melhor pra mim pois dizia ser o que eu merecia, batalhou para conseguir uma bolsa de estudos numa escola particular.
-Na escola me sentia melhor do que em casa, lá tinha tudo que eu gostava, os colegas eram limpos, arrumados, educados,tinham o melhor material, outro mundo.
-O meu bairro era humilde, foi onde meu pai motorista de ônibus,minha mãe costureira, conseguiram comprar uma casinha de madeira com dois quartos.
-Entendem por quê eu preferia a escola? Além de eu ser muito popular, os colegas faziam questão de serem meus amigos, sempre fui muito esperta e a frente do meu tempo.
-Óbvio, para tudo sair bem precisei inventar uma ou outra mentirinha ingênua, tipo meu pai pra todos era empresário e minha mãe estilista.
-Sem contar as manobras que precisei fazer pra nunca levar ninguém lá em casa, Deus me Free aqueles riquinhos vendo as goteiras da nossa casa.
-O tempo foi passando e no ensino médio eu chamava mais atenção ainda, tinha curvas, a bunda grande e seios o que a maioria das colegas nao tinham.
-Minha mãe Marta tentou me fazer virar uma modelo, mas os olheiros me acharam grande nas medidas pra passarela.
-Fizemos de tudo, até jejum mas não alcancei a meta, passarela não era uma opção,fiz umas fotos pra algumas lojas e morreu por aí.
-Sempre ouvi e acreditei que o corpo feminino é um meio poderoso para atingir um objetivo, já que não ia ser uma modelo de sucesso precisava de um relacionamento importante.
-Na escola tinham filhos de empresários, políticos, advogados dava pra escolher bem a vítima, digo, pretendente.
-Fui convidada pelo trio mais popular e rico da escola pra ir na festa de aniversário de um deles na sua casa, festa na piscina.
-Com certeza fui, pessoal tava tomando umas bebidas alcoólicas escondidos,provei também mas parei já sentindo o tontinho.
-Felipe o aniversariante me convidou pra ir conhecer a casa,visualizei minha chance e fui, quando entramos no quarto dele me beijou e a coisa começou a esquentar.
-Eu era virgem ainda tinha 15 anos, então pedi pra ir com calma,vi a porta do banheiro abrir e os outros dois sair dizendo ser uma festinha particular eu com os três.
-Gelei, disse que não queria, eles começaram a passar a mão no meu corpo, já chorava,gritei por ajuda e tomei um tapa no rosto, começou a humilhação.
-Eles falavam que eu era uma pobretona, que era uma honra pra mim ser escolhida pra estar ali, mas que nunca passaria disso porque eu não era garota pra se namorar só aproveitar.
-Quem eles pensavam que eram pra me rebaixar ao invés de me adorar? Uma raiva tomou conta de mim, comecei a gritar, quebrar tudo, esmurrar eles.
-Ouvi o barulho na porta e gritei socorro, até que alguém enfiou o pé na porta entrou, Pablo veio me abraçando e me tirou dali.
-Não queria ir pra casa desse jeito então fomos pra casa dele seus pais tinham saído, Pablo era um ruivo bem bonitinho só tinha um defeito: era pobre e bolsista que nem eu.
-Ele abriu uma garrafa de vinho que achou e a gente começou a beber, por um momento eu esqueci dos meus objetivos e transei com ele.
-O quê eu não esperava era engravidar dessa única vez, meu pai me colocou pra fora sem querer saber pra onde eu ia.
-Minha mãe só chorava,e alcançou um bilhete com dinheiro me mandando ir pra casa de uma tia dela que devia um favor ia me receber.
-O lugar era horrível, o bairro pior que o meu e fui instalada numa casinha nos fundos dessa parente que tinha 2 peças, um chuveiro gelado e um colchão no chão.
-Tentei abortar de várias formas, até me joguei na frente dum carro mas a teimosa da Helena insistiu em vingar.
-Pensava que se eu me livrasse do bebê meu pai me aceitaria de volta e minha vida voltaria de onde parou.
-Pro meu desgosto ela nasceu ruiva, parecida com aquele pé rapado,fui criando né não tinha como ir na loja devolver.
-Tentei criar ela do meu jeitinho, mas a pirralha era rebelde,até uma certa idade tava tudo bem, ela fazia de tudo pra ter minha aprovação e me agradar.
-Comia se eu deixava, falava o que eu gostava de ouvir,mas tudo mudou quando ela fez seus dezesseis anos.
-Eu sempre vivi com dinheiro que minha mãe mandava mas era pouco, vendia umas coisas, mas sempre tinha um namorado, um casinho com alguém forte que me bancava.
-Uma das minhas clientes comentou que ela trabalhava numa boate onde vendiam uma noite com uma menina virgem, era grana alta.
-Pensei bem fui lá acertei tudo com o cara e expliquei que minha filha era rebelde, ele me deu a ideia de dopá-la, achei ótimo, ela não ia sentir nada, aquele hímen não ia fazer falta pra Helena e finalmente me retribuiria tudo que já fiz por ela.
-Com essa grana consegui mudar para um lugar melhor, mudar o círculo. A esquisitinha ficou revoltada, começou a frequentar o Morro onde aquela amiga favelada dela mora.
-Fui só dando corda, mas meu foco era outro, enquanto minha filha se importava em trabalhar e estudar, estava buscando a minha galinha dos ovos de ouro.
-Nesse caso um galo, Mestre se encantou no meu potencial, vou virar sua mulher e ir morar numa cobertura.
-Claro que Helena vai junto pois o que seria dela sem mim? E claro preciso mostrar a todos minha nova família feliz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Doce Veneno 🔥 / Degustação
ChickLitPatrícia- Uma mãe narcisista, sem limites para ter o que quer! Helena- Uma filha com feridas na alma, disposta a tudo pra ter sua vingança contra aquela que fez da sua vida um inferno! Daniel Vulgo Mestre -Um homem poderoso,posturado, fechado,porém...