Capítulo 1

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Ser livre é ser quem eu sou. Ser livre é ser feliz do meu jeito. Ser livre é poder viver sem medo. E eu só quero poder ser livre.
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Estava uma agitação no reino. Todos se preparando para o aniversário da princesa.

Eram sete e cinquenta da manhã, a princesa ainda dormia em seus aposentos reais. Sua ama bate na porta de seu quarto, segurando uma bandeja de prata com o café da manhã. Ela abre a porta, encontrando a princesa em seu sono profundo.

A ama abre as janelas, deixando o sol entrar. A princesa se revira na cama, tapando o rosto com o travesseiro para continuar dormindo.

- Alteza, o rei e a rainha estão esperando lá embaixo.

- Eu não quero ir. - a princesa disse, sonolenta.

- Os seus pais prepararam uma festa enorme para a senhorita. Todo o reino veio para comemorar o seu aniversário o dia todo. Seria falta de educação não receber seus convidados.

Quando a ama se foi, a princesa se levantou para tomar o café da manhã. Esther não gostava de comemorar o seu aniversário. Sempre trancada no castelo, sem poder sair.

Depois de comer, a princesa pôs um lindo vestido azul claro com babados, muito delicado. Ela odiava usar espartilho, mas teve que colocar. Ela penteou o seu cabelo platinado, pôs um salto azul e desceu as escadas.

Ela foi até os seus pais que estavam em frente a porta enorme do salão de baile. Pelo barulho, os convidados deviam estar esperando em frente ao castelo. A princesa estava correndo, pois estava atrasada.

- Desculpem o atraso! - ela disse ofegante.

- A festa era para ser oito e meia e já são nove horas! - disse o rei.

- Perdão, papai - ela disse desviando o olhar - Não vai se repetir.

- Vamos receber os convidados. - disse a rainha com cautela.

Quando os portões abriram, o reino inteiro lotou o salão. O rei, a rainha e a princesa foram até os seus assentos. O rei, então, chamou a atenção dos convidados.

- Atenção todos! Hoje é um dia muito especial. É o aniversário da minha princesa, Esther. Hoje ela faz quinze anos. Parece que foi ontem que ela tinha três anos e estava fugindo das empregadas para não tomar banho - todos riram - Mas agora, ela está uma moça. Perto dos dezoito anos para tomar a posse do trono e se tornar rainha.

- Ele faz esse mesmo discurso todo ano - ela murmurou.

Sua mãe a olha, a fuzilando com o olhar.

Edward continua o seu discurso até dizer:

- Bom, sem mais enrolação, vamos festejar!

Enquanto todos do reino estavam aproveitando felizes, a princesa estava sentada, em uma posição desleixada, no tédio. O rei estava ocupado de mais bebendo vinho com os amigos para perceber. Mas a rainha percebeu:

- Filha, vá cumprimentar seus convidados - ela disse gentilmente.

Esther levanta, atravessa a multidão. Várias pessoas à fazem reverência e ela cumprimenta de volta com uma felicidade falsa. Esther vai até uma mesa cheia de comida, senta à frente, comendo.

A rainha nota seu descontentamento, indo em direção à sua filha para falar com a mesma.

- Está gostando da festa?

- Amando! - Disse Esther, sem esconder o sarcasmo em sua voz.

- Pode falar a verdade.

- É todo ano a mesma coisa. Eu já conheço todo mundo do reino. Como o meu pai disse no discurso dele, um dia serei rainha, mas como eu vou poder ser boa o bastante se eu nem conheço o lugar onde eu moro? Não conheço outras culturas, costumes, religiões... Quando eu me tornar rainha ele não terá mais esse poder sobre mim. A guerra já acabou, conheço todas as pessoas daqui, por que não posso ser livre?

Elizabeth a encarou com o olhar perdido.

- Filha, é complicado...

- O quê? O que é complicado?

- Na guerra, na noite em que você nasceu, o seu pai perdeu uma coisa muito importante para ele. Para mim. Ele tem medo de perder você também.

Elizabeth a encarava com os olhos azuis, tristes. Seus cabelos platinados batendo em seu rosto. Ela usava um vestido verde esmeralda lindo, com detalhes em dourado. Mas não lindo o bastante para disfarçar sua decepção.

Em seguida, a rainha tira uma caixinha de um dos bolsos bem escondidos de seu vestido.

- Isso é para você - ela diz, entregando para a filha - É um presente de aniversário meu e do seu pai.

- O que é? - pergunta, insegura.

- Abra e verá.

Quando Esther abriu, se deparou com um lindo colar de ouro com a letra "E", possivelmente, de "Esther".

- É lindo!

- É de quando você nasceu. Seu pai disse para lhe entregar quando fizesse quinze anos.

- Por quê?

- Não sei. Mas a resposta para uma de suas perguntas está neste colar.

                              (...)

Eram oito e vinte, a festa já tinha acabado e todos foram embora. A princesa estava inquieta, pensando no que sua mãe disse:

"A resposta para uma de suas perguntas está neste colar".

Depois de tanto andar ansiosa de um lado para o outro, a princesa decide sair do seu quarto. Ela começa a andar pelos corredores do palácio, indo direto ao quarto dos seus pais. Quando ela percebe que todos estão dormindo, ela decide colocar o seu plano em ação.

Ainda com o vestido, ela põe uma capa preta com capuz. Ela pega uma bolsa, colocando um mapa e uma bússola dentro. A princesa amarrou uma corda nos pés da cama e começou a descer pelas paredes do castelo com uma lamparina pendurada no braço.

Quando desce, sai correndo para dentro da Floresta Proibida. A floresta não tinha esse nome atoa. Ela era dominada por lobos e outros animais selvagens. Mas o problema era que ela não sabia disso.

O Lado Obscuro Da Magia: A Espada De Frost - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora