Capítulo 4

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Nem sempre as pessoas mudam depois de perdoadas, ainda mais quando cometem o mesmo erro várias vezes.

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O rei e a rainha acordaram no dia seguinte, depois que Esther fugiu. Eles souberam pela ama que quando foi acordar a princesa, ela não estava mais lá.

O rei não parava de andar de um lado para o outro na sala do trono. A rainha olhava para ele sem saber o que fazer.

- Amor, você tem que se acalmar- disse a rainha.

- ME ACALMAR?! A NOSSA FILHA ESTÁ NÃO SEI AONDE E VOCÊ DIZ PARA EU ME ACALMAR?!

- Edward... – a voz dela falha.

- ISSO FOI COISA SUA, NÉ?!

- O quê? Não, claro que não!

- EU JURO QUE SE A NOSSA FILHA ESTIVER MORTA A CULPA VAI SER...

- SUA- A rainha o interrompe – A CULPA VAI SER SUA!

- CALADA! – Edward avança.

- NÃO – ela não recua. Ela chega mais perto dele, sem demonstrar medo – Você que causou a guerra, você que trancou a nossa filha dentro do castelo! – lágrimas escorreram do rosto de Elizabeth.

- Eu fiz o que era melhor para ela – ele diz, sério.

- Alguma vez você já perguntou o que era melhor para ela?! – ela diz, indignada.

- E VOCÊ SABE?! – ele avançou mais.

- EU SOU A MÃE DELA!

- E EU SOU O PAI!

A rainha dá um passo a frente. Com os olhos tristes, diz:

- Só que às vezes não parece.

Depois que Edward virou rei, ele se afastou de Elizabeth. Eles tinham se conhecido quando ainda eram jovens, foi amor à primeira vista. Bom, na parte do Edward pelo menos.

Elizabeth e sua família foram convidados para uma festa no palácio. Quando Edward a viu pela primeira vez, em um lindo vestido azul celeste, ele se encantou. Mas Elizabeth era muito travessa. Ela gostava de aventuras, do perigo, de sentir a adrenalina. Já Edward, só queria uma vida tranquila no palácio, os empregados fazendo tudo para ele.

Elizabeth o detestava. Ela achava ele um engomadinho irritante, sem ética e preguiçoso. Inclusive foram essas as palavras que ela usou no primeiro encontro deles.

Ninguém se atrevia a falar assim com ele, por isso ela o fascinava. Elizabeth sabia se impor, uma resposta sempre na ponta da língua. Com apenas um olhar, ela conseguia fazer a pessoa ficar quieta.

Edward percebeu a gravidade do que ele tinha feito. Notou que fez a esposa chorar e que a culpa era dele por sua filha ter sumido. Ele se acalmou, suspirou e disse:

- Eu sou um péssimo pai...

- Você só estava com medo de perde-la – a rainha passa uma de suas mãos no rosto do marido.

- Me desculpe.... – o rei disse envergonhado. Não conseguia olhar nos olhos dela.

- Está tudo bem...

Ele abraçou a sua amada e começou a chorar em seus braços. O rei não conseguia lidar muito bem com a tristeza e a raiva. Elizabeth amava Edward, mas tinha medo dele. Edward amava Elizabeth, mas tinha medo do que era capaz de causar à ela.

- Eu vou mudar... Eu prometo que eu vou mudar...

Nem sempre as pessoas que dizem "eu vou mudar" realmente mudam.

O Lado Obscuro Da Magia: A Espada De Frost - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora