Amor Fatal

04

BOA LEITURA S2

GHOST

Estava sentado em uma cadeira na enfermagem vendo o Soap dormir, e me pego pensando... Ela acertou ele por trás da madeira sem ter uma mira certa. Ela é boa! Quase derrubou nós três, e somos os melhores.

Já percebi que a garota não vai falar nada, pelo visto ela vai defender o pai até a morte. Será que Hassan faria o mesmo por ela?

Soap começa a forçar os olhos e resmungar.

_ Que merda! - ele falou olhando para a perna enfaixada.

_ É isso ai - olhei pra perna dele.

_ Eu não acredito que tomei um tiro de uma magrinha que estava de baixo de uma mesa. - ele riu. Só o Soap pra fazer piadas nesses momentos.

_ Pelo menos atravessou - falei apontando para a perna dele.

_ Iai, arrancaram alguma coisa dela? - ele se inclinou um pouco.

_ A garota não fala nada. - falei frustado apertando as têmporas.

_ Garota? Quantos anos ela tem?

_ Não sabemos. - me escorei na cadeira. _ Ela disse 18 e...

_ DEZOITO?! Aahh - ele levantou rápido e gemeu de dor por conta da perna.

_ Mas eu acho que ela falou de sacanagem com a nossa cara - dei de ombros _ Você vai gostar dela.

_ É bonita? - ele sorri malicioso pra mim.

_ Johnny! - o repreendo _ Ela é muito jovem, pelo menos aparenta.

_ Tanto faz - ele começa a levantar da cama _ Vamos, eu quero tomar um banho.

_ Johnny, o que você está fazendo?

_ Eu não vou ficar aqui deitadinho de férias só porque tomei um tiro na perna. - ele fala tão convicto _ Temos um terrorista pra encontrar.

_ É assim que se fala, sargento. - me levantei e ajudei ele a descer da cama.

Estávamos andando devagar pelo corredor, indo até o refeitório. Soap estava com uma muleta, só pra orientá-lo enquanto anda.

_ Onde está a garota? - ele perguntou quebrando o silêncio.

_ Mandei ela pra enfermagem. Ela desmaiou no meio do interrogatório.

_ Sério?! - ele parece chocado _ Então vocês pegaram pesado!

_ Não é bem assim. - olhei para ele _ Konig deu uma coronhada nela, e eu mandei levarem ela pra enfermeira.

_ Eu queria muito estar nesse interrogatório. - ele fala como uma criança que perdeu o passeio da escola.

Autora

Konig e Ghost não admitiram isso, mas só a desmaiaram porque não queriam mais machuca-la.

Já era por volta das 00:00. Ghost e Konig estavam no dormitório se preparando para dormir, enquanto a Smoke ainda estava na enfermaria.

Smoke acordou com uma leve dor de cabeça. Foi tentar levantar a mão para esfregar onde doía, e percebeu que seu pulso estava algemado a cama. Ela bufou e olhou em volta tentando encontrar algo para conseguir sair dali.

Ela olhou para a porta e viu sombra de pés do lado de fora.

_ Eles não são tão idiotas... - ela se deitou novamente e ficou olhando para o teto.

Smoke esperou o sono vir enquanto olhava a bolsa de soro ao seu lado. Ela sentia dor ao respirar, e se lembrou da sessão de tortura que os soldados fizeram com ela. Nada que ela já não tenha passado antes em seus treinamentos.