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BOA LEITURA S2

Fazem exatos 8 dias que eu estou presa em um alojamento que mais parece um quarto com um banheiro. Só tenho a noção do tempo, pela janela minúscula que fica em cima da cama mostrando se é noite ou dia.
Ninguém fala comigo, uns soldados só entram para me trazer comida e água. Não tenho notícias do meu pai, e nenhum dos homens da força tarefa vieram me interrogar novamente.
O dia amanheceu e eu ainda estava acordada... Como de costume só tenho cochilado. A noite não costuma ser minha amiga, sempre foi assim.
O barulho da porta sendo destrancada chamou a minha atenção, estava na hora de comer.

_ Terrorista! - o soldado rosnou jogando a bandeja com a comida de qualquer jeito sobre a mesa que ficava ao lado da porta.

_ Mais comida de procedência duvidosa, delícia! - falo me levantando da cama e indo até a bandeja.

_ Tem sorte de eu não colocar veneno ai, sua escória terrorista. - me olha com nojo e sai do quarto trancando a porta novamente.

Não tentei fugir, pois toda vez que entra um soldado para me trazer algo, vejo na porta outros soldados armados e preparados para atirar em mim se necessário, ou não...
Esperei um pouco para ter certeza de que ninguém entraria e tiro a minha máscara. Como a comida tentando ao máximo não sentir o gosto da mesma, tenho certeza que estão me dando comida estragada.
Termino de comer, e me direciono ao banheiro para tomar meu banho. Tenho preferido beber a água do chuveiro do que a que me trazem, se já estão dando comida estragada, com certeza a água é da privada.

Sinto a água gelada cair sobre meu corpo suado devido ao calor infernal de Las almas. Não consigo tirar meu pai da minha cabeça. Fica bem careca.

Terminei meu banho e me enrolei na toalha assim saindo do banheiro já com a máscara no rosto.

_ Achei que vocês ao menos fossem educados. - disse ao ver Konig e Price no meu quarto.

_ Se vista, Smoke - Price jogou a minha roupa na cama, a roupa que eu estava usando quando me levaram.

_ Então agora vocês precisam de mim? - minha pergunta estava carregada de ironia.

_ Hassan se juntou ao sin nombre. - a voz rouca do Konig tomou todo o ar do quarto.

O sorriso sínico que eu estava esboçando de baixo da máscara sumiu ao ouvir esse nome... Sin nombre, meu pai estava com a Valéria.

_ E onde eu entro nessa história?

_ Você vai ser a nossa isca. - Konig falou com uma naturalidade surpreendente.

_ E eu achei que estavam me mantendo aqui porquê gostaram de mim. - peguei a roupa na cama e me direcionei ao banheiro.

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Como fingir naturalidade, quando na verdade eu quero gritar e chorar de desespero. Meu pai tinha ligação com a Valéria e com os mísseis, isso é fato! Mas nunca se juntou a ela, ele não se juntou a ela por minha causa, ele sabia que ela era perigosa e queria me manter distante. Bom, agora estou distante, e ele provavelmente se juntou a ela para poder me procurar, já que não somos tão grandes quanto o exército dela.

Entramos em um jeep e Price foi no volante, Soap no carona, e Konig, Ghost e eu fomos atrás, comigo sentada no meio deles, óbvio...
Haviam outros carros atrás de nós, provavelmente com os outros soldados.

_ Capitão! - Soap chamou a atenção do Price _ Quando chegar lá, vamos dividir as equipes. Vamos deixar o Gaz como Sniper.

_ Eu e Konig podemos atacar na linha de frente. - Ghost disse. - Soap e Price, vocês podem entrar com a Smoke quando a poeira abaixar.

Amor FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora