"Bom, acredito que temos algum poder sobre quem amamos, não é algo que acontece simplesmente com uma pessoa." Eu disse minha fala totalmente em meu personagem, o ar brincalhão de sempre não estava mais presente.
Era uma cena forte e que me dizia muito sobre o trabalho que estamos fazendo por meses agora. Era por cenas assim que eu havia me entregado a esse personagem e esse trabalho.
"Acho que os poetas podem discordar." Tim continuou tentando convencer Amy sobre o poder do amor e escolhas que não eram uma opção para mulheres como Amy. Talvez por pensamentos assim essa personagem passou tantos anos sendo mal interpretada quanto às suas intenções.
Não é como se tivesse tido um tempo difícil em pensar nas falas seguintes. É de fato como eu penso o mundo. Não há poesia que possa explanar como o mundo tem sido rude e limitador com as mulheres fortes.
"Bem, não sou poeta, sou apenas uma mulher. E como mulher não tenho como ganhar dinheiro, não tenho o suficiente para ganhar a vida e sustentar a minha família. Mesmo que eu tivesse meu próprio dinheiro, o que não tenho, ele pertenceria ao meu marido no minuto em que nos casássemos." Eu comecei a me aproximar de Tim devagar, de maneira que meu discurso e aproximação criassem a aura de quanto Amy quer ser entendida aqui sem sombra de dúvidas por seu interlocutor.
"Se tivéssemos filhos, eles pertenceriam a ele, não a mim. Eles seriam sua propriedade." Minhas mãos estavam trêmulas com as implicações reais da fala, é como eu vejo, é como me sinto. A minha debilidade de estar entranhada em minha personagem é o meu recurso mais precioso aqui.
"Portanto, não fique aí sentado me dizendo que o casamento não é uma proposta econômica, porque é. Pode não ser para você, mas certamente é para mim." Eu finalizei minha fala de maneira quase emocionada. Eu preciso que as pessoas entendam de uma vez por todas as intenções de Amy.
"Corta..." Greta comunicou a interrupção e eu finalmente respirei.
"Deus... isso foi... potente, Flo... eu estou... sem palavras... eu tive que me segurar para não chorar..." Tim disse me dando um abraço. "Você está tremendo, querida, você está bem?" Ele perguntou olhando por todo o meu rosto.
Não é um mal estar, é a sensação de que a cena saiu como deveria ser e ainda assim, muito melhor do que eu previa.
Eu sorri francamente para meu amigo.
"Sim, eu estou bem, é só que... você sentiu isso, certo? Isso mostrou o que seremos na sequência. Acho que tiramos a aura irresponsável e tresloucada envolvendo Amy e Laurie bem aqui... você sentiu, certo?" Eu perguntei quase aflita vendo todo o rosto dele quebrar no sorriso de menino de sempre.
"Claro que eu senti. Está tudo aqui..." Ele apontou para o próprio rosto e depois tocou as pontinhas do meu sorriso fazendo com que eu sorrisse de volta.
"Florence, eu amei a intensidade e acho que isso não poderia ter sido gravado em nenhum outro momento... obrigada por sugerir que deixássemos isso para o final... realmente..." Greta parecia estar orgulhosa aparecendo para abraçar nós dois.
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Universos possíveis
FanficE se nós pudéssemos imaginar nossas favoritas em situações reais com resultados hipotéticos? Ou seriam situações irreais com resultados possíveis? Quem diabos sabe? Eu não sei, só estou sendo louca como sempre. Nada aqui segue tudo exatamente como d...