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Capítulo III

Mal Tris entrou no carro, Jamie inclinou-se para dar-lhe um curto beijo nos lábios. Podia-se dizer que faziam um lindo casal, e com os tempo, ambos tinham aprendido a compreender-se. Jamie e Beatrice sempre foram amigos, no entanto, ele sempre sentira uma leve atração por Tris, que, com os anos, se foi intensificando. Embora houve alturas em que ele saia com outras. Beatrice também teve um namorado, mas mentiria se dissesse que ela nunca teve tentação para sair com Jamie. Durante dois meses, houve beijos, caricias e mãos dadas entre eles dois; mas nunca ninguém admitiu nada, nunca foram nada, senão amigos. Até à quase 4 meses atrás, quando, finalmente Jamie tinha tido valor para pedir-lhe em namoro.

"E, então ... como é a tua madrasta?" perguntou com receio o moreno.

Tris continuava a surpreender-se quando olhava para o seu namorado. Alguns caracóis rebeldes deslizavam-se suavemente pelo rosto, os seus verdes olhos eram tão maravilhosos que nunca ficaria satisfeita só com olhá-los; o seu sorriso era invejado por todos: dentes rigorosamente alineados, sem qualquer falha, lábios rosados, que contrastavam com o seu tom de pele pálido; as suas pestanas abanavam como o vento abana as folhas, silenciosamente, mas de uma forma invulgar e elegante. À medida que os dias iam passado, as suas feições de menino desapareciam, sendo substituídas por um bonito rosto de homem. Às vezes, a loira tinha vontade de gritar ao vento, ao mundo, à humanidade, que Jamie era seu, e que se sentia a mulher mais afortunada do mundo, pois, embora o moreno fosse bonito, também era das melhores pessoas que ela tinha conhecido. Era atencioso até chegar ao ponto de ficar a conversar com Tris até às duas da madrugada; era divertido, roubando uma gargalhada a Beatrice, mesmo quando mais ninguém conseguia; simpático e educado, cumprimentando sempre toda a gente; inteligente, embora que não tivesse as melhores notas da turma, estava lá perto; e, sendo a característica mais importante, ele aceitava e amava a loira da forma como ela era.

Houve ocasiões em que ela lhe perguntara porquê se tinha apaixonado por ela, em vez de se apaixonar pela sua irmã gémea ou por qualquer outra rapariga e, ele, simplesmente, respondera: "Porque tu és diferente a todas."

E ele tinha razão. Beatrice era diferente, e sempre seria.

No entanto, Tris não se sentia completa. Com todo o amor de Jaime, ainda sentia um vazio, um grande vazio, que sabia que apenas uma pessoa poderia encher. E essa pessoa estava muito longe, mas tão perto no seu pensamento.

Mas, graças a Jaime, a memória dessa pessoa já não era dolorosa, porque ele tinha apanhado todos os pedaços do seu coração e tenha tentado repará-lo com tanta ansiedade, que tinha conseguido de alguma forma. E assim, estavam Jaime e Beatrice juntos.

"Bem ... é simpática."

Suspirou pesadamente, queria continuar a falar, mas o som da rádio impediu-a.

"There's a room in a hotel in New York City
That shares our fate and deserves our pity
I don't want to remember it all
The promises I made if you just hold on
Hold on, hold on, hold on, hold on"

Rapidamente reconheceu a melodiosa voz do vocalista dos Fall Out Boy. Sem perder tempo, virou-se para o seu namorado. Este, sabendo a fascinação que a loira tinha com a banda, comprou o recente CD para fazer-lhe um surpresa.

"Oh meu Deus! Jamie! A sério?!"

Depois de comprovar que nem as estrelas brilhavam tanto como os olhos da sua namorada, sorriu orgulhoso.

"Queria fazer-te um surpresa."

E, para ser honestos, Jamie não fazia demasiadas sorpresas, mas, certamente, as que fazia valiam por uma todos os dias.

De tudo a nada, De nada a tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora