O Dono do Morro - Abracadabra Porra [Romance Gay]

🥀Ato 1 - Prometa não xingar

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Gatilhos: Violência

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Víbora cantarolava a música chiclete do Circo enquanto subia morro a cima, afinal não dava para subir morro a baixo.

O sol quente do meio dia massacrava qualquer pessoa de bem que voltava para casa, ainda mais quando se estava fazendo a viagem de volta a pé, que era umas meia hora de carro!

Metralha, com uma carranca feia, havia tirado a camisa deixando aquela coisa ensopada de suor no ombro. Para aproveitar bem o caminho de volta, olhava feio para Gabriel por todo o trajeto.

- Porra Caio, tá me olhando tanto por causa de que heim? Que um beijo? 

- O meu carro. - Esbravejou Metralha apertando os dentes com força. - O caralho do meu carro.

- O que tem ele? - Gabriel se fez de desentendido.

- O que tem porra?! Deixamo meu carro lá no caralho do Circo pra fugir no meio do mato! - Metralha estava escorrendo de tendo suor. - E eu to coçando, se eu peguei carrapato, puta merda Gabriel, eu juro por Deus que enfio uma arma no seu cu!

- Calma Caio, olha a pressão. - Víbora zombou do amigo.

Resultado, Metralha voou em seu chefe resultando em uma briga bem infantil, nesse caso de quem esfregava o sovaco no outro o prendendo de baixo do braço. Os dois sempre resolviam as coisas assim, era mais fácil do que ficarem de picuinha. Sempre era divertido ver quem ganhava, mesmo que as vezes jogassem sujo.

No fim, o vencedor foi o Caio que ainda aproveitou para bagunçar o cabelo todo ensopado de Gabriel.  

Em um empurrão, Metralha o soltou passando a mão pelo rosto limpando as gotas de suor. - Seu merdinha desgraçado.

Víbora tentava recuperar o ar apoiando as mãos atrás da cabeça. - Caio... Você já ouviu falar em desodorante?

- Agora tu corre Gabriel, agora é melhor tu correr!

Não deu outra para Víbora disparar morro a cima gargalhando, enquanto Caio ia logo a trás o xingando de vários nomes diferentes, nem Gabriel conhecia tantos palavrões assim!

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Depois de Metralha encher tanto o saco do Víbora sobre o carro, ao ponto de qualquer coisa que conversassem acabava em: Ah mas meu carro! Gabriel não teve outra escolha a não ser emprestar o seu para Caio, já que não podiam voltar ao Circo, ao menos não até que os policiais fossem embora. 

"Mano, se meu carro foi levado pelos Caveirão... Mano, tu tá fudido."

Essa era a forma carinhosa que o Caio estava lhe dando boa noite ultimamente.

- Tio Biel... - Chamou Amanda com a boca cheia de cereal, já todo arrumada para ir a escola. - Por que o tio Ca-ca tá tão bravo?

Caio olhou Víbora por um instante, serrilhando os olhos, mas logo abriu a geladeira para pegar uma cerveja.

- Porque o brinquedo dele foi levado. - Gabriel também comia cereal, mas enquanto bebia uma gelada.

Metralha abriu a garrafa jogando a tampinha de ferro no amigo. - Tu vira essa porr... - Parou de falar, olhando rapidamente para Amanda. - Vira essa porcaria de boca pra lá. Meu carro tá no Circo. - Antes de entornar um pouco, engoliu a seco. - Tem que tá...