Um cheiro delicioso chama minha atenção, enquanto eu lia a melhor frase da minha vida.
Um romance é como um arco de violino, a caixa que produz os sons é a alma do leitor.
Stendhal
Saio na ponta dos pés até a cozinha, e vejo Sanzu cortando carne para o jantar, o cheiro estava divino, havia arroz feito e alguns acompanhamentos para dois na mesa.
Os cortes na carne era precisos e bem finos, enquanto ele colocava junto dos cogumelos na panela.
-- resolveu sair do quarto?Caramella
Meu corpo inteiro arrepia ao ouvir o sotaque italiano sair de seus lábios, naquele momento. Sanzu virou um pouco o rosto na minha direção e sorriu com os olhos. Ele ainda usava Aquela máscara e parecia ser importante para ele.
Nem percebi que meu coração estava acelerado.
-- me xingou e eu não tô sabendo? -- brinco colocando as mãos na cintura e ele deixa um sorriso abafado sair.
--Caramella é doce em italiano -- Ele me olha -- não seria um xingamento.
-- nunca se sabe -- dou de ombros-- Precisa de ajuda? Sou boa na cozinha
-- Preciso sim, se sente na mesa e vamos comer-- ele me mostra o prato de carne com legumes
-- eu queria ter ajudado-- murmuro -- por que não me chamou para ajudar?
-- parecia intertida em seu livro,não queria atrapalhar-- ele diz ao colocar o prato na mesa
Me sento de frente para ele e antes de comer eu junto minhas mãos agradecendo, Sanzu me olha e eu fico um pouco ansiosa eu o veria sem máscara.
Começo a pegar um pouco das porções e vou experimentando, e céus que mãos divinas.
-- esta bom?
-- uma delícia-- o encaro - não vai comer?
-- estou sem fome, fiz para você-- ele claramente mentiu sobre isso
-- se for por causa do que esconde em baixo da máscara, não se preocupe -- digo pegando um pouco dos legumes e colocando sobre seu prato -- vamos ficar juntos por três meses, tanto eu como você terá coisas impossíveis de esconder...como por exemplo.
Ele arqueia a sobrancelha.
-- eu tenho uma cicatriz nas costas-- murmuro -- uma cicatriz de três facadas
Ele fica em silêncio, esperando que eu contasse ou não, mas vi uma sombra de curiosidade em seus olhos.
-- foi numa briga de rua boba, antes de eu ser adotada pela família Osawa -- sorrio
-- adotada?
-- sim, eles me adotaram mesmo sabendo da monstruosidade em minhas costas, quer ver?
-- não.
Dou de ombros, e continuo a comer.
-- o que eu quero dizer, Sanzu. É que não importa o que você esconda, eu nunca vou te conhecer 100% por ninguém conhece de verdade alguém, você pode me mostrar apenas o que quer que eu veja, e tá tudo bem, você não tá cometendo um crime por isso.
Ele ficou em silêncio, e então levou os dedos até a máscara a tirando.
Seus olhos se fecharam e eu fiquei sem palavras.
-- isso é...
-- horrível não é -- ele diz-- uma aberração.
-- lindo -- o olho
Sanzu arregala os olhos e me encara como se eu fosse louca, talvez eu fosse um pouco.
Me levanto e ergo um pouco a minha blusa, deixando ele ver minhas costas, sinto a ponta dos seus dedos tocarem minhas cicatrizes e em seguida eu olho para ele dando meu maior sorriso.
-- somos amigos de cicatriz.
Sanzu desvia o rosto e eu volto a me sentar, colocando um pouco de carne em seu prato.
-- Sanzu -- o chamo fazendo com que me olhe-- coma comigo sim? Tem muita comida pra uma pessoa só.
-- você venceu -- ele sussurrou
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𝑳𝒊𝒄𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝑳𝒊𝒎𝒂̃𝒐 - 𝑺𝒂𝒏𝒛𝒖 𝑯𝒂𝒓𝒖𝒄𝒉𝒊𝒚𝒐
Fanfic"O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso"