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Daisy Rodríguez

Acordo lentamente enquanto abro os meus olhos e via estrelas, não demoro em ter a sensação de choque no corpo ao sentir dor no meu pulso direito, me fazendo logo lembrar do que ocorreu no dia anterior.

Caramba, e o Harry?

Tento lembrar o que aconteceu depois, já que simplesmente estava morrendo de sono após a injeção e as últimas coisas em que vi antes de dormir era o Harry e as luzes dos carros no trânsito.

Olho em volta e percebo estar no meu quarto. Mas como cheguei até aqui? Minhas roupas também eram as mesmas, somente sem a bota e qualquer jóia em que usava. Olho em volta mais uma vez e não encontro Malu e Rebeca, e fico agoniada, já que elas sempre dormem comigo.

Harry sequestrou minhas meninas?!

Quase caio no chão com a tontura após levantar rápido demais, ignoro o fato ao decidir sair do quarto observando tudo em volta e constatar estar tudo no lugar, tudo certo, nada fora do normal. A não ser o cheiro de café e mais alguma coisa, com Bea conversando e alimentando minhas gatas na cozinha.

— O que está fazendo aqui?! — não pergunto na brutalidade, realmente estava entendendo nada.

— Bom dia, flor do dia! — como sempre, o seu humor contagiante. — Está melhor? Dormiu bem?

— Sim... — digo ainda perdida com tudo. — Mas, o que aconteceu?

— Achei romântico da parte do Harry em nos ligar para cuidar de você, já que se ele o fizesse seria invasivo e provavelmente, o jogaria pela sacada. — brinca com sorriso no rosto.

— Perdão, nós quem? — pergunto após perceber a forma dela expressar que não estava sozinha.

— Bom dia, mocinha. — ouço Chloe atrás, parecia que estava se arrumando, seu perfume exalava no ambiente.

— Como chegaram aqui? — observo em volta em busca de mais alguém.

— Harry ligou para emergência pedindo socorro, que no caso somos nós, já que você capotou no carro dele e não soube bem o que fazer, viemos então para subir com o seu corpo, porque a alma estava bem longe daqui e passar a noite contigo. — Bea explica ainda com seu bom humor invejável. — A propósito, disse que ligaria quando viesse te buscar para fazer o boletim de ocorrência, aproveitei e dei o endereço da delegacia em que trabalho.

— Nossa, quanta informação. — digo enjoada, indo em direção ao meu sofá e me jogando nele, mas me arrependo ao sentir a dor do pulso fodido.

— Olha, toma! — Chloe se aproxima com dois comprimidos e um copo com água.

Coloco um comprimido de cada vez na boca e bebo toda a água, devolvendo o copo em seguida.

— Também nos contou o que aconteceu com uma tal de loira azeda, segundo ele. — Bea senta ao meu lado e acho graça da forma em que a chamou, duvidando que foi o Harry mesmo em que deu este apelido a Wilde.

Eu adorei!

— E que inclusive, faz questão de advogar o seu caso. — Chloe senta no lado oposto, me deixando entre as duas.

— Eu não sei nem o que dizer, juro que não queria, mas Harry insistiu... — digo como se fosse algo decepcionante.

— Que bom que insistiu então! — Chloe praticamente comemora. — Deixar de ser lerdo.

Eu e Bea a encaramos sem entender toda a animação quanto a isso, notando claramente que tinha algo por trás, mas não houve questionamentos pois um celular começou a tocar, Bea levantou aos pulos, indicando ser o despertador para não ter riscos de perder o horário do seu trabalho enquanto conversamos. Ela e Chloe se despedem de mim ao decidirem sair juntas, fazendo questão de me lembrar o local aonde deixaram a receita e remédios, para seguir os horários devidamente, avisando também que fizeram o meu café e das gatas. E eu fico grata e com o coração quentinho com o cuidado delas para comigo.

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