Our Song - Steve Harrington

Bússola

Algumas horas depois descobrimos que nossas bússolas estavam apontando para uma espécie de "Norte Falso".

Provavelmente atraídas por um campo eletromagnetico muito forte, como um portal, então decidimos seguir a bússola e ver onde vai dar.

Andamos pelos trilhos de trem, seguindo o norte da bússola.

Dustin e Lucas na frente, Mike e Onze no meio e eu atrás. Sinto como se fosse a "mãe do grupo", e eu realmente sou, sou responsável por eles.

Andando pela floresta sinto vários arrepios no meu corpo. Minha nuca se arrepiou diversas vezes. Sinto que não estamos seguindo o caminho certo, estamos indo para algum lugar obscuro, não sinto que é seguro.

De repente sinto Onze segurar minha mão. Eu nem havia reparado que ela não estava mais com o Mike e que estava do meu lado.

Onze: Eu... Eu estou muito cansada. Podemos voltar? - pergunta.

Sinto um arrepio no meu pescoço de novo.

Amélia: Estamos quase chegando, você consegue aguentar mais um pouco?

Ela me olha como se estivesse preocupada com alguma coisa. Talvez ela saiba onde a bússola vai nos levar, talvez seja um lugar ruim.

De repente ela leva a manga do casaco até o nariz como se estivesse limpando ele. Ela tenta disfarçar mas percebo.

Quando ela abaixa o braço, vejo sangue fresco na manga.

Ela está usando os poderes para alguma coisa.

Amélia: O que... O que você tá fazendo com seus poderes? - sussurro.

A garota me olha.

Onze: Lugar ruim. Não é seguro. Vocês não podem ir pra lá. - sussurra de volta.

Suspiro um pouco nervosa.

Amélia: Pare de usar seus poderes, deixa comigo, porque se continuar limpando o nariz vão perceber o sangue na sua manga. - digo meio sem pensar.

Ela me olha confusa.

Lentamente levanto um pouco da minha manga esquerda, mostrando a minha tatuagem "007", como a dela e mostro a ela.

A garota me olha como se me conhecesse a muito tempo, e como se já soubesse que eu tinha essa tatuagem, como se soubesse que eu tenho poderes.

De repente Dustin nos chama para ver a bússola que estava com a agulha girando, sem apontar para uma direção exata.

Logo entendo que é porque Onze parou de usar seus poderes, e agora é a minha hora de interferir.

Olho diretamente para a bússola e a agulha volta a ficar parada, apontando para uma direção.

A direção de volta pra casa. Vou levá-los de volta pra casa.

Não estamos preparados para enfrentar o que quer que tenha nesse lugar. Não agora.

Sangue começa a escorrer pelo meu nariz e logo limpo com a minha manga sem que ninguém perceba.

A garota me olha e da um pequeno sorriso, mostrando estar mais calma, e sorrio de forma acolhedora para ela.

Eu descobri que tinha poderes a 1 ano e meio atrás, não muito depois de chegar aqui em Hawkins.

Como não me lembro de quase nada do que aconteceu comigo antes de chegar aqui, eu não sabia que tinha poderes, e quando descobri que tinha, não sabia como usá-los.