1° Precisamos conversar

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Toc-toc 🚪.

Minho está concentrado em limpar a caixa de areia de seus gatos quando ouve alguém batendo insistentemente na porta. Ele suspira, irritado.

— Mas que merda — murmura para si mesmo, enquanto as batidas continuam com determinação. Ele larga a pá e se dirige à porta, já imaginando que seja algum vendedor ou vizinho inconveniente.

Ao abrir a porta, depara-se com um jovem de cabelos loiros bagunçados, vestindo jeans desbotados e uma camiseta preta com detalhes em branco. Nos braços, o garoto segura um gato preto barrigudo que se debate levemente. Minho ergue uma sobrancelha, confuso.

— Quem é você? — pergunta, tentando entender a situação.

O jovem parece estar à beira de perder a paciência.

— Han Jisung — responde, apertando o gato com um toque de nervosismo.

Minho demora um momento para reconhecer o nome.

— Ah, você é o novo vizinho, né? Morando duas casas pra lá. — Ele aponta na direção geral da rua.

Jisung confirma com um aceno de cabeça, visivelmente aliviado por Minho lembrar.

— Sim, sou eu. Mas olha só... — Ele olha para o gato em seus braços, parecendo mais agoniado a cada segundo.

Minho cruza os braços e franze as sobrancelhas, esperando que Jisung explique o motivo da visita.

Jisung suspira antes de responder, claramente tentando encontrar as palavras certas.
— Precisamos resolver um problema, nosso. Acontece que o seu gato engravidou a minha gata — ele diz, estendendo o gato barrigudo na direção de Minho. Este, atônito, olha para a barriga inchada do animal, onde os mamilos estão visivelmente proeminentes.

Minho fica momentaneamente chocado, piscando várias vezes enquanto processa a informação. Ele alterna o olhar entre o gato nos braços de Jisung e seus próprios gatos, que se movem despreocupadamente pela casa. Depois de um breve momento de silêncio, ele finalmente encontra a voz.

— Como você pode ter tanta certeza de que é do meu gato? Tenho três gatos, Soonie, Doongie e Dori. Como pode afirmar que foi um dos meus que engravidou a sua gata? — Ele franze o cenho, cético e incrédulo.

Jisung, agora um pouco corado de vergonha, engole em seco antes de responder.— Eu tenho visto o seu gato mais amarelo com a minha gata algumas vezes, e ele até saiu da minha casa várias vezes. A barriga dela não mente. Precisamos resolver isso — ele diz com a voz ganhando uma firmeza inesperada. — Eu sei que é seu porque já te vi passear com ele, minha gata fica doida quando vê. E antes que fale sobre isso, eu já estava planejando castrá-la, mas não deu tempo.

Minho, ainda perplexo, passa uma mão pelos cabelos, claramente tentando conter o riso diante da situação absurda. Ele olha novamente para o gato de Jisung, que parece tão indiferente quanto poderia ser, e depois para os seus próprios gatos, que não mostram nenhum sinal de culpa.

— Isso... é surreal — diz ele, tentando manter a seriedade. — Mas ainda assim, pode ser coincidência. Não significa necessariamente que meu gato seja o pai.

— Ei, eu sei o que vi. Seu gato — ele enfatiza, quase como se estivesse acusando — praticamente seduziu a minha. E agora... agora estamos aqui, lidando com isso. Eu só quero garantir que essa história tenha um final feliz para todos, especialmente para os meus netos.

Minho tenta segurar uma risada, mas um sorriso escapa. Ele balança a cabeça, ainda incrédulo com a situação bizarra que se desenrola à sua frente. É como se estivesse em uma novela, só que com gatos e esse garoto fofinho.

Somos avôs (MINSUNG)Onde histórias criam vida. Descubra agora