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- Oi amor. - Falou a mulher meio ofegante.
- Oi amor, estou atrapalhando? - Perguntei e escutei uma movimentação estranha na ligação, mas devia ser apenas ela fazendo suas coisas em seu apartamento. Tinha acabado de chegar na Turquia para visitar minha namorada que jogava aqui a algumas temporadas, tinha tirado férias a três dias e resolvi vir até aqui fazer uma surpresa para a mulher. Preferi não contar que estava vindo, então ela ainda não sabia de nada, tinha certeza que ela estava em casa já que hoje ela já tinha me avisado a alguns dias que tinha folga, por esse motivo optei por chegar aqui hoje, aí teria o dia livre para aproveitar com ela.
- Não amor, estou terminando de me ajeitar para sair para o treino. - Falou e eu já achei estranho.
- Mas você me disse que não tinha treino hoje amor. - Comentei e ela começou a se atrapalhar já me deixando em alerta alguma coisa estava errada nessa história. - Tudo bem amor, vou deixar você terminar de se arrumar para o treino, vai lá mais tarde a gente conversa. - Falei é então desliguei, peguei um carro ali e segui em direção ao seu apartamento. Cheguei no lugar e como já tinha vindo aqui fui direto em direção ao seu apartamento, toquei a campainha e logo a porta se abriu mas não era minha até então minha namorada que me atendeu e sim outra mulher.
- Oi. - Falei entrando no lugar e ela me olhou sem entender nada.
- Oi, pode me dizer o porquê está invadindo o apartamento desse jeito, você a amiga da Gabi que veio visitar ela? - Perguntou e eu a encarei séria.
- Foi isso que ela te falou? - Perguntei e ela concordou.
- Sim, apenas isso. - Disse ela e eu concordei.
- Me responda apenas algumas perguntas, você são amigas? - Perguntei e ela deu um sorrisinho.
- Não a gente está ficando. - Concordei como se não fosse nada sem desmontar reação e nem sentimento nenhum, mesmo estando muito arrasada e decepcionada com a mulher que até a alguns minutos eu chamava de namorada, confiei nela para ela fazer isso comigo.
- A quanto tempo, pode me dizer? - Perguntei e ela concordou, parando alguns minutos para pensar.
- Acho que a uns dois meses já. - Falou toda sorridente.
- Tudo bem pode me deixar a sós com ela tenho um assunto particular para conversar com ela, isso se não for incômodo para você. - Pedi ela negou sorrindo, parecia ser simpática não merecia estar passando por essa palhaçada, pelo menos ela não estava sendo traída e enganada igual a idiota aqui.
- Claro posso sim, já estava de saída mesmo preciso ir trabalhar. - Bom, foi um prazer conhecer você. - Disse ela e se virou saindo do lugar, levei minhas mãos ao rosto e me sentei ali no sofá da casa da mulher que tinha acabado com o resto de confiança que eu tinha nas pessoas. Não ia chorar ali porque ela não merece, vou passar por isso sozinha em um país que eu não conheço vai ser foda para caralho. Peguei meu celular já comprando a passagem de volta para o Brasil, tinha deixado para comprar depois que falasse com ela e a gente escolheria até que dia eu ficaria aqui, mas agora não queria ficar mais um minuto aqui nesse lugar. Escutei passos dentro do quarto dela e ela chamou a mulher que estava ali com ela.
- O bem consegue trazer meu tênis que eu deixei o na sala? - Perguntou e eu encarei o tênis e me levantei agarrando ele e segui até o quarto para entregar para a mulher.
- Está aqui. - Falei ela estava enrolada em uma toalha ali no quarto.
- Sn. - Falou e se virou assustada ao me ver ali. - O que está fazendo aqui? - Perguntou já demonstrando nervosismo.
- Você quer saber a minha intenção antes de saber que você estava me traindo ou a intenção do momento? - Perguntei e ela já começou a negar.
- Não estou te traindo. - Disse ela na defensiva e eu apenas sorri.
- Estava vindo ver minha namorada, mas infelizmente ela estava com outra. A dois meses Gabriela, você não tem vergonha de ter feio uma palhaçada dessas. - Falei e ela levou as mãos a cintura e encarou o chão do lugar. - Eu acreditei em você, eu confiei em você e é desse jeito que você retribui toda a confiança que eu coloquei em você. - Fiz uma pequena pausa tentando me manter o mais calma possível. - Eu te admirava pela sua liderança e seu bom desempenho com capitã, como jogadora e como pessoa. Infelizmente as pessoas estão sempre prontas para acabar com o que a gente pensa delas não é mesmo, e no fim sobra apenas desprezo. - A mulher não falava uma palavra sequer, só ficou escutando o tempo todo, talvez arrependida ou apenas pensando como ela acabou deixando isso acontecer de eu ter conseguido descobrir que ela estava me enrolando. - Bom , vou indo para casa e deixar você viver seu romance, só espero que a vida não cobre o que você fez comigo, porque você mesma sabe tudo que a gente faz para os outros isso volta de alguma forma para a gente. Achei que você fosse uma boa pessoa, fez toda aquele papo para minha família que jamais ia fazer nada para me magoar, e agora eu descobri que você está a dois meses me traindo com outra, espero que você melhore como pessoa. - Terminei de falar o que queria, tirei minha aliança e entreguei para ela que me olhou chorando tentando se desculpar, mas eu apenas me virei saindo. Peguei minha mala e voltei para o aeroporto, e ali dentro do avião já voltando para casa eu me permiti chorar, chorei tudo o que tinha para chorar até não aguentar mais. Sabia que seria difícil superar essa traição, já que isso foi a única coisa que eu pedi para ela jamais fazer e ainda falei isso lá no início do relacionamento, ela me conhecia e sabia que já tinha passado por isso e mesmo sabendo que isso poderia me destruir, ela foi lá e fez isso era o que mais me doía. Saber que eu me entreguei, acreditei e confiei em uma pessoa que eu achei que era de um jeito e no final não era nada disso que eu estava pensando. Infelizmente a vida tem dessas, as pessoas não estão nem aí para os seus traumas.
