Queen of Hearts - Izana Kurokawa

Capítulo 2

— IRMÃOZÃO! (Tayra gritou ao avista seu irmão a aguardando na frente do aeroporto)

A sexta-feira já havia chegado, e Kakucho se prontificou pessoalmente para ir buscá-la, estava ansioso, e quanto antes a encontrasse melhor, e assim que Tayra o avistou a aguardando apoiado a uma BMW preta, correu pulando nos braços do mesmo, ela não era assim normalmente, mas a saudade era grande demais.

Kakucho particularmente estranhou a enorme quantidade de malas que sua irmãzinha trazia, mas ele que não iria questionar uma mulher sobre isso, então apenas as guardou no carro e seguiu com a mesma para algum lugar com o objetivo de comerem algo, já que a mesma alegou estar faminta.

— Preciso te contar uma coisa! (Tayra falou toda animada, o moreno já estava estranhando o comportamento da irmã, pois mesmo não mantendo tanto contato quanto gostaria, ele sabia que a mesma era mais séria, arriscaria até a dizer que sua irmã normalmente tinha uma postura de uma rainha, fria e imponente)

— Eu também, mas pode falar primeiro. (Ele ainda estava ponderando se contaria ou não que pertencia a uma organização criminosa, sua irmã era imprevisível, mesmo que madura, nunca sabia o que se esperar dela, a mesma poderia facilmente ir da água para o vinho sem nem ele se dar conta disso)

— Eu vim pra ficar! (A animação ainda estava presente, e mesmo que essa informação o tenha feito muito feliz, no momento ele acabou por ficar apenas estático, nunca imaginou que ela realmente deixaria sua vida na Europa para viver com ele assim como prometeu quando voltaram a ter contato)

— É sério? (Kakucho perguntou ainda meio atordoado)

— Sim, ainda me quer morando com você, né? (E como já esperado o humor dela havia mudado rapidamente deixando a animação e voltando a sua pose de arrogância) - Se não quiser, não estou nem ai, agora já é tarde e vai ter que me aturar até eu arrumar um trabalho e um lugar pra morar. (Deu de ombros)

— E claro que quero, só fiquei surpreso, não achei que iria deixar seu trabalho de policial e vir morar no Japão. (Bom, pelo menos um receio a menos de contar sobre a gangue para sua irmã)

— Você sabe que eu nunca quis trabalhar com isso, foi tudo pilha do meu pai quando viu que eu gostava da ação e de praticar tiro ao alvo, mas trabalhar pra justiça é um porre, dificilmente realmente tem justiça, pelo menos onde eu ficava era um verdadeiro ninho de cobras isso sim. (Tayra falou com desdém, odiava com todas suas forças o departamento em que trabalhava, principalmente porque seu chefe era um corrupto de merda que fingia ser um bom samaritano, mas na verdade fazia mal até a pessoa inocentes e isso a deixava enojada)

— E já sabe com o que quer trabalhar agora? (Kakucho perguntou cauteloso, afinal se ela ainda quisesse trabalhar no ramo, isso complicaria tudo pois a mesma agora estaria em sua jurisdição)

— Não faço ideia, mas tenho um bom valor guardado, então não se preocupe, não vai precisar me sustentar até eu pensar em algo que me agrade. (Tinha um bom valor como reserva pois recebia uma boa propina de seu chefe para manter a boca fechada, ela até não aceitaria, mas não era nenhuma boa garota para pagar de santa, sem contar que quanto mais ela arrancasse do canalha, melhor se sentia)

— Relaxa irmãzinha, não veria problema algum em cuidar de você assim, eu recebo bastante no meu trabalho e na verdade eu adoraria mimá-la o máximo que eu puder. (E era verdade, ele amava muito sua irmã e até mesmo já tem um quarto preparado para a mesma em seu luxuoso apartamento, não que sempre soubesse que ela iria morar com ele, mas tinha esperanças de recebê-la lá ao menos algumas vezes)

— Cuidado, Kakucho, você sabe que sou difícil de se agradar! (Tayra o alertou mas ele já sabia que sua irmã não era uma mulher fácil e o faliria facilmente se recebesse apenas um salário mínimo, porém ele era o segundo no comando da gangue número 2 de Tokyo, número 1 em Yokohama e a organização criminosa número 1 no submundo)

— Eu já ia me esquecendo, amanhã será aniversário do meu rei, precisa arranjar uma fantasia! (Sua irmã não estranhou a forma da qual ele se referiu ao seu chefe, pois o mesmo já tinha demonstrado várias vezes o quanto o venerava, e se não soubesse que seu irmão era hetero, com toda certeza acharia que era gay, e que o tal Izana de quem ele tanto fala era seu grande amor)

— E você só me fala disso agora? (Ela parou a xícara de chá antes de chegar nos lábios, estava bem relaxa até ouvir que tinha que se preparar para o aniversário do chefe do seu irmão, e sabendo que ele era um homem poderoso, certamente seria um grande evento, não poderia e nem iria deixar a desejar)