A besta de Montienie

Capítulo 2 - Amigos?

Montienie 06/05/2006

Entrava na escola com meus fones de ouvido, haviam se passado 1 mês desde a última morte, ninguém entendia a fera, afinal as vezes ela passava meses sem atacar, e tinha horas que não passava de minutos.

Enquanto passava pelo corredor sentia os olhos de August em mim, eu sentia ele me fuzilando com o olhar, me julgando ou oque quer que seja.

Eu odiava aquilo, odiava aquela sensação, eu só queria meu melhor amigo de volta...

Olhava o relógio, faltavam 15 minutos para começar as aulas.

Dou um suspiro antes de caminhar lentamente até a sala, passo por rostos conhecidos, ao avistar o laboratório de ciências entro na sala, meus olhos por um momento pousam em um garoto de cabelos brancos na última cadeira, não reparo muito nele e logo me sento.

Pego meu celular, faltam 10 minutos para o início da primeira aula, ligo minha internet e logo vejo uma notificação do Facebook, aperto nela e meus olhos se esbugalharam ao ver a notícia que estava sendo percorrida.

"Bárbara Schutz, após perder o ônibus da escola foi brutalmente assassinada. Um pedestre que havia passado pela rua a encontrou sem olhos, e com metade de seu rosto devorado..."

Eu tremia, não conseguia ler ou fazer nada, tudo que eu fazia era tremer.

Após algum tempo vejo que faltavam 5 minutos para o início da aula, os alunos começaram a entrar, todos estavam com a mesma cara, horrorizados, o professor logo entrou e deu um árduo suspiro.

O sinal tocou, se iniciava a primeira aula do dia, o professor se virou para nós, chamando a atenção de todos.

- Atenção, Alunos! Vocês provavelmente já viram o atentado horrível de Bárbara, por causa disso vocês serão liberados duas aulas mais cedo, para que nada aconteça. - Professor George disse em um tom trêmulo, todos sabíamos o quanto ele era apegado a Bárbara, principalmente por ser seu tio.

A aula ocorreu em um completo silêncio, todos estávamos assustados, após o fim das duas aulas de George todos fomos até a sala da professora Loren de Português, antes de entrar na sala, pego meu celular e aviso meus pais que chegaria mais cedo.

Montienie 07/05/2006 03:00

Acordo com um grito estrondoso de minha mãe, não demoro muito para descer as escadas, a vejo assustada olhando fixamente para a janela.

Me aproximo e olho para janela, não havia nada, olho para mamãe e chacoalho-a, ela me olha assustada.

- Rápido! Chame a polícia! - Dizia trêmula enquanto se dirigia até a cozinha, não demoro muito a ligar e logo eles aparecem.

Meu pai estava com eles, ele foi tentar acalmar minha mãe enquanto eu conversava com os policiais.

No fim, eu disse apenas oque sabia, afinal quando desci minha mãe não explicou nada a mim.

Após um tempo meu pai lhes contou oque havia acontecido, minha mãe teria encontrado a besta.

Segundo seu relato, ela havia descido para pegar um copo de água, e ao olhar para a janela viu a tal besta, ela continha uma aparência semelhante a um lobo, com pelugem branca e seus olhos eram brilhantes, um azul e outro verde, a fera continha sangue por toda sua boca, provavelmente teria feito mais uma vítima.

Após o relato de minha mãe, a polícia começou a fazer uma ronda enquanto minha mãe tentava se acalmar, não durou muito até a polícia voltar, pelo visto a história de minha mãe não era apenas uma alucinação.

Após a polícia começar a fazer a ronda, logo pararam na esquina, na casa de um casal de idosos, ao qual não responderam ao chamado, diferente das outras casas, a polícia então viu que a porta estava aberta, entraram e se depararam com ambos mortos na sala, olhos arrancados, línguas cortadas...

Após isso, minha mãe entrou em pânico total, meu pai pediu para os outros policiais cuidarem do caso, ele ficaria o resto da noite com minha mãe.

Montienie 07/05/2006 06:00

Eu não consegui dormir à noite, ninguém havia conseguido após oque aconteceu, a está hora eu estava tomando meu café da manhã ao qual eu mal conseguia comer, tudo me dava vontade de vomitar.

Afasto o prato de cereal e pego minha mochila, iria dar uma volta antes da escola, vejo meu pai conversando com um vizinho do lado de fora, saio lentamente e dou um aceno para ambos, vejo ao lado da janela pegadas, provavelmente da fera já que havia sangue nelas.

Vendo meu pai distraído, pego uma sacola que sempre levo comigo e coleto um pouco das folhas com sangue, assim também pegando alguns pelos da fera, a guardo antes de meu pai ver algo.

Montienie 09/05/2006 15:30

Minha mente estava um breu, voltava para casa enquanto tentava digerir tudo que havia acontecido a dias atrás. Após coletar o sangue, levei para uma análise e o comparei com o de casal de idosos, e não era compatível.

Como eu era filho do delegado conseguia burlar os policiais para fazer essas análises e roubar algumas evidências, sempre gostei de fazer isso, mas dessa vez não me apeteceu.

Ao comparar, percebi que o sangue dos idosos era B- e O-, enquanto o da fera era A+.

Minha mente estava uma bagunça, tão bagunçada que não percebo quando August chega próximo a mim, apenas sinto as mãos frias passando pelos meus ombros.

- Hey cara, eai? Quanto tempo. - dizia em um sorriso frio e árduo.

- August? Oque está fazendo aqui? - Digo sério, aquilo não era comum, não do August atual, tento me manter em alerta e desvanecer de seus braços.

Sinto um aperto em meu braço, e logo sinto algo pontudo em minhas costas.

- Caladinho, você vai fazer oque eu disser agora.

Ao olhar, vejo uma faca apontada em minha costela, ando lentamente com ele, assustado, ao chegarmos em uma certa parte da cidade não sinto nada mais que um baque em minha cabeça, e aos poucos minha visão fica turva, até finalmente não existir nada mais que um Breu.

A visão antes turva finalmente ressurge, adolescentes a noite com um sujeito amarrado e uma fera a solta. Talvez, aquela não fosse a melhor ideia...