O clube de aventuras

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Durante a época da primavera, decidi entrar na prestigiosa escola One Piece. Não foi uma decisão tomada de ânimo leve. Os rumores que ecoaram em meus ouvidos sobre um homem chamado Hawkeye, aclamado como o melhor praticante de Kendo do mundo, minaram qualquer dúvida que eu pudesse ter. Ele era o novo instrutor da escola, e essa notícia ardia em meu peito como uma chama de determinação. Escolher abandonar a cidade e adentrar o interior para perseguir meu sonho de me tornar um campeão nacional e, quiçá, alcançar o título de "melhor espadachim" do mundo, parecia o passo lógico e necessário. A determinação incutida em mim pelo espírito de Kuina, minha amiga de infância e inspiração, era como a lâmina afiada de uma katana, sempre presente, sempre a me impulsionar.

Naquele momento, nada mais importava. Todas as preocupações mundanas, todas as responsabilidades e distrações do cotidiano, desapareceram como névoa ao amanhecer. A jornada que eu estava prestes a empreender era solitária, desafiadora, mas repleta de promessas. Eu estava pronto para carregar o espírito da Kuina comigo, para enfrentar cada desafio com a mesma paixão e dedicação que ela demonstrou em sua busca pela maestria. Pensando nisso, respirei fundo e dei o primeiro passo em direção ao meu destino, pronto para enfrentar o desconhecido, ciente de que essa jornada iria me moldar de maneiras inimagináveis. No fundo do meu coração, eu sabia que, pelo menos naquele momento, essa era a única escolha que fazia sentido.

Na tarde abafada na escola, o intervalo de aulas se desenrolava com uma lentidão quase palpável. Sentei-me em minha cadeira junto à janela, lutando contra o cansaço que se apoderava de mim. Os minutos pareciam arrastar-se, e meus olhos piscavam preguiçosamente enquanto o bocejo escapava de meus lábios involuntariamente. Meus olhos, pesados pela monotonia, se voltaram para a janela. Lá fora, o sol brilhava no céu azul, e as árvores balançavam suas folhas na brisa suave.

O mundo lá fora parecia tão distante, enquanto eu ansiava pelo fim do intervalo para poder finalmente me inscrever no clube de Kendo. De repente, uma voz estridente e efervescente cortou em que eu estava. Virei-me, perplexo, na direção da voz, e deparei-me com um garoto que parecia ter saído de um conto de piratas. Seus cabelos desalinhados dançavam ao vento, e um chapéu de palha pendia de suas costas, como um lembrete constante de um dia na praia. Seu sorriso era tão grande que parecia encher suas bochechas, e seus olhos brilhavam de entusiasmo. Em um das bochechas, ele tinha uma cicatriz abaixo do olho direito.

— Você é Roronoa Zoro, certo? O brilhante estudante de Kendo que todo mundo está falando.

Sem hesitação, estendeu a mão para cumprimentar-me, como se fosse um amigo de longa data. A sua presença era como um sopro de ar fresco em meio ao aborrecimento entorpecedor do intervalo de aulas. Aquele encontro improvável, naquele momento sonolento, anunciava o início de uma história que eu jamais poderia ter previsto, mas que, com certeza, marcaria o meu dia.

— Huh?

— Eu sou Monkey D. Luffy, é um prazer te conhecer! Você quer entrar pro meu clube de aventuras?

Eu olhei para a mão estendida, então para o rosto dele, depois para o horizonte distante. O que diabos estava acontecendo? Eu tinha um objetivo claro, um sonho a ser realizado, e esse sujeito estava me convidando para entrar em um "clube de aventuras". Fiquei boquiaberto, sem saber como reagir. Por um breve momento, a ideia de me juntar a ele me pareceu absurda, mas havia algo no brilho dos olhos de Luffy e na empolgação em sua voz que me intrigava, algo que me fez hesitar. Talvez a loucura dele fosse contagiante. Eu sabia que não poderia participar de dois clubes, mas eu estava disposto a ouvir mais sobre.

— Um clube de... aventuras? Há necessidade?

— Quero ver você lá.

Ao fim da aula, eu caminhava pelos corredores da escola sozinho, perdido em meus próprios pensamentos. O som dos passos ecoava, e o tilintar dos armários de aço ecoava como um lembrete constante de que eu estava preso neste lugar. Meus olhos estavam fixos no chão, evitando olhar para o rosto de qualquer um dos meus colegas de classe, quando de repente, senti um toque leve no meu ombro. Olhei para trás e vi Luffy, com o mesmo sorriso de manhã, segurando um pedaço de pão na mão. Seus braços estavam cheios de pães, como se ele tivesse acabado de saquear o refeitório.

— Ei Zoro, vai um pão aí?

Um suspiro escapou dos meus lábios, e aceitei o pedaço de pão, agradeci sua gentileza silenciosamente. Antes que pudéssemos compartilhar mais uma palavra, o som de uma porta abrindo com força e uma voz autoritária ecoou pelo corredor. Shanks, o diretor da escola, apareceu com um olhar furioso detrás da madeira. Seu cabelo ruivo esvoaçava enquanto ele se mexia batendo os pés no chão, a autoridade em sua postura inegável.

— Luffy! Seu peste! Como ousa roubar a comida de novo?!?

Olhei para Luffy, surpreso por sua ousadia, mas também tocado por sua coragem. De fato, minha suposição estava certa, ele roubou o refeitório. Shanks bufou de raiva e ameaçou nos punir prestes a se aproximar de nós quando fecha a porta, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, Luffy puxou meu braço e me fez correr com ele pelo corredor.

— Ih rapaz, me descobriram.

Luffy exclamou, sua risada ecoando enquanto corria. Deixamos a cena de Shanks para trás e fugi com ele, a adrenalina correndo pelas minhas veias. Luffy parecia ter um imã para atrair encrencas e que agora eu estava fadado a participar de suas aventuras. Já no primeiro dia de aula, tive a clara sensação de que o destino havia traçado planos distintos para a minha vida.

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