Levantei-me com determinação, sentindo a adrenalina correr em minhas veias enquanto me preparava para encarar o loiro desafiador à minha frente. Meus músculos se contraíam, prontos para a ação, quando, de repente, Nami interveio, erguendo sua mão com autoridade. Seus olhos fixaram-se em nós dois, e o silêncio tenso pairou no ar.— Esperem aí vocês dois.
Ela ordenou, desviando nossa atenção do iminente confronto.
— Luffy tem algo importante a dizer antes que qualquer um de vocês faça alguma coisa impulsiva. Aliás, Usopp e Sanji, esse é Zoro.
Nami apontou na minha direção, apresentando-me a Sanji e Usopp com uma ponta de sarcasmo na voz. Usopp sorriu, entusiasmado, e mandou um joinha na minha direção, demonstrando uma simpatia instantânea. Sanji, por outro lado, manteve sua expressão carrancuda, como se eu fosse uma ameaça aos seus domínios culinários.
Ciente da tensão, Nami continuou.
— Agora, se todos puderem se controlar por um momento, Luffy tem algo a dizer.
Desviei o olhar do loiro, curioso com o que Luffy tinha a comunicar. Nami, com uma expressão irritada, repreendeu-nos com um simples olhar cortante, lembrando-nos de que a precipitação não era a solução naquele momento tenso. A expectativa pairava enquanto nos aquietávamos, ansiosos para ouvir as palavras de Luffy.
— Eu percebi que todos os clubes tem um símbolo e o nosso não. Eu tive umas ideias...
Luffy, ignorando completamente a atmosfera tensa, puxou uma caixa menor de debaixo da mesa redonda. Com uma empolgação característica, ele retirou duas bandeiras de pano preto, ambas com uma caveira branca e um chapéu de palha desenhados de maneira tosca. A da direita ostentava tons de azul, enquanto a da esquerda brilhava em amarelo.
— Qual logo do clube vocês acham que é melhor? Direita ou esquerda?
Todos presentes se viraram para observar as bandeiras, mas suas expressões se transformaram em desgosto diante dos desenhos rudimentares, quase piores do que os traços de uma criança. Sua animação era palpável, mas o descontentamento com a qualidade artística das bandeiras pairava no ar como uma nuvem carregada de desaprovação.
— Direita.
— Esquerda.
Sanji não hesitou em expressar sua opinião e nem eu, falamos no mesmo instante, em cima do outro. Ele lançou um olhar julgador na minha direção, como se minha escolha pudesse questionar seu refinado senso estético. Usopp, por sua vez, inclinou a cabeça, analisando as bandeiras com um olhar pensativo.
— Por que elas tem seu chapéu e não o meu?
Ignorando a dúvida de Usopp, Sanji manteve sua decisão e quis disserta-lá antes que os outros do grupo falassem as suas.
— Na minha opinião a cor da esquerda é melhor, mais brilhante, mais viva.
— Não, eu não acho.
Retruco olhando diretamente para as bandeiras a minha frente.
— O da direita é mais bonito.
Sanji soltou uma risada de desdém, seus olhos fixando-se nos meus como se caçoasse da minha escolha. A debochada expressão em seu rosto ecoava a divergência entre nós, transformando a decisão sobre as bandeiras em uma pequena batalha pessoal.
— O que? Você quer falar de beleza com esse cabelo verde?
O sorriso de Sanji reverberou pelo ar, mas foi sua próxima observação que atingiu como uma flecha. Meu rosto endureceu. Os meus cabelos, uma parte única de minha identidade, agora eram alvo de zombaria.
— E essa sua sobrancelha de arame é linda?
O ar ficou eletricamente carregado com a sensação de que as rivalidades, agora, podiam se estender além do superficial. Meu comentário pareceu ter acendido uma chama nele. A tensão atingiu seu ápice quando Sanji, incapaz de conter sua irritação, partiu para cima de mim. A confusão se espalhou pelo recinto enquanto derrubávamos cadeiras e nos envolvíamos em um tumulto caótico no chão, puxando os cabelos um do outro em uma disputa absurda.
— Fala de novo!
— Sobrancelha de arame!
Nami, exasperada, levantou-se e interveio com um tapa sonoro nas nossas cabeças que nos aquieta. O silêncio se seguiu, quebrando a briga ridícula. Ambos deitados no chão, emburrados, recebemos a repreensão de Nami, que, impaciente, decidiu a cor da bandeira para acabar com a disputa desnecessária.
— Calem a boca vocês dois! A bandeira será a da direita e pronto.
Luffy, observando tudo com uma risada, concordou com a decisão de Nami, pegando as marmitas que Sanji havia preparado. Contudo, sua expressão triste ao segurar apenas uma denunciava seu desejo de devorar todas. Enquanto isso, Sanji, meio hesitante, estendeu-me uma das marmitas que trouxera para si.
Surpreso e confuso com essa atitude amigável após a recente briga, recusei educadamente. Sanji, ainda em um tom bravo, insistiu, afirmando que já havia comido mais cedo e estava sem fome.
— Eu não estou com fome, se eu estivesse, não te daria nem a sobra.
Aceitei em silêncio, agradecendo com um balançar de cabeça. Todos se sentaram e começaram a comer.
Luffy, com uma expressão de êxtase, indicava que a comida estava deliciosa. Minha feição também concordava que estava realmente saborosa demais. Assim Usopp e Nami também reconheciam as habilidades culinárias de Sanji. A comida provou ser uma ponte para acalmar as tensões, mostrando que, no final, todos compartilhavam o mesmo prazer pelas refeições preparadas pelo talentoso cozinheiro.
— Não há como negar, sou um mestre.
Seu tom era cheio de confiança, e um brilho de satisfação dançava em seus olhos.
Enquanto observava Sanji exibindo sua autoestima inabalável, não pude deixar de sentir uma irritação crescente. Cada palavra que saía da boca dele era carregada de confiança, e aquilo me incomodava profundamente. No momento da briga, percebi que minha jornada não seria tão fácil quanto imaginava. A vida tinha preparado desafios que, até então, eu subestimava. Isso com certeza será pior do que o Kendo.
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o clube de aventuras
FanfictionPara se tornar campeão de kendo, Zoro escolhe uma escola secundária no interior, onde Mihawk, o vencedor mundial de Kendo está dando aula. No início, ele foi planejando viver uma vida tranquila e conseguir seu objetivo com facilidade. No entanto, al...