Bem vindo ao clube

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A luz suave do amanhecer se infiltrava timidamente pelas cortinas, despertando-me de um sono profundo. Meus músculos, ainda impregnados da exaustão do treino de kendo no dia anterior, emitiam uma sensação dolorosa e ao mesmo tempo satisfatória. A lembrança de como eu me esforcei para impressionar o professor e todos ao meu redor com minhas habilidades recém-aprimoradas dançava em minha mente.

Ao me levantar, a imagem de Kuina, minha amiga falecida, invadiu meus pensamentos. A razão pela qual eu abraçava o kendo com tanta paixão. Atravessando a rua em direção à escola, meu passo era acompanhado por memórias de treinos intensos com ela, cada golpe ecoando como um tributo silencioso à sua memória. O lago à beira da rua lançava reflexos suaves, como se a água guardasse segredos de tempos mais simples. Enquanto caminhava, revivi os momentos em que Kuina e eu compartilhávamos risos e aspirações, nossas espadas cortando o ar em harmonia. Ela sempre foi meu farol, e agora, a cada passo, sentia seu espírito ao meu lado.

Chegando à escola, a alegria de Luffy irradiava como sempre. Seu sorriso contagiante se destacava na multidão, e ele se aproximou de mim, grudando seu corpo animado ao meu. Ambos pertencíamos à mesma sala, a 1A, e Luffy, sempre otimista, perguntou se eu havia conseguido entrar para o clube de kendo.

— Você conseguiu entrar né? Fiquei sabendo que você amassou o melhor aluno da escola. 

Ele fazia movimentos com a mão simulando uma luta de espadas enquanto caminhávamos. Eu olhava pra ele atentamente com dúvida.

— Não foi fácil, ele era bom, mas eu consegui pasta no teste. O professor disse que já me conhecia pelo meu histórico.

  — Você é mesmo o cara em Zoro.

Com um sorriso nostálgico, eu confirmei, e a resposta de Luffy foi tão esperançosa quanto previsível. Sua falta de surpresa era reconfortante, como se minha dedicação ao kendo fosse uma extensão natural de quem eu era. Juntos, atravessamos os corredores da escola, eu estava pronto para enfrentar mais um dia de aula e o que estaria por vir.

Sentado no fundo da sala, perto da janela, como no primeiro dia de aula, deixei-me levar pelo balé melancólico da paisagem além do vidro. A mente divagava novamente para Kuina, imaginando como seria se ela estivesse viva e tivesse se mudado comigo para essa nova escola. Certamente mudaria, ela competiria comigo para determinar quem seria o melhor espadachim do mundo, e sem dúvida, seria ela. Um sorriso terno pairou em meus lábios ao pensar nas travessuras competitivas que ela certamente planejaria.

Meus devaneios foram interrompidos pela chegada de Luffy, que se sentou animadamente à minha frente. Perguntou se eu teria tempo para visitar o clube de aventuras dele hoje.

— Você pode passar lá no clube hoje?

— Posso sim.

E minha resposta afirmativa foi recebida com a animação característica de Luffy. Ele revelou que havia um evento empolgante no clube, deixando a curiosidade aguçada.

— Hoje eu planejei um evento legal para decidirmos nossa marca. Sua opinião será muito bem vinda.

Após o término das aulas, dirigi-me em busca da sala do clube de aventuras, explorando os corredores adornados com cartazes de clubes variados, desde culinária até música. Finalmente, me deparei com a placa malfeita do clube do Luffy, pregada desajeitadamente sobre a placa do antigo clube. "Clube de aventuras" seguido do desenho rabiscado do seu próprio rosto. A porta se abriu com uma batida decidida, e Luffy, surpreso, soltou várias caixas em cima da mesa ao me ver.

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