Ajoelhei-me no tapete diante do Butsudan de madeira, suas tonalidades azuis pastéis contrastando suavemente com as cores vivas das flores e das velas de incenso que o cercavam. Fechei os olhos, com as mãos unidas em frente ao peito, como sempre fazia quando buscava paz e conforto á minha amiga, cuja presença ainda se fazia sentir em cada pétala das flores que enfeitavam seu santuário. Todos os dias, sem falta, eu reservava este momento para honrar sua memória, para me conectar com sua essência que permanecia viva em meu coração.Mas naquele instante, não era apenas reverência que eu buscava. Com as sobrancelhas franzidas, expressando a angústia que pesava sobre mim, eu me via desesperadamente necessitado de sua orientação, de sua ajuda além do véu que separa nossos mundos. Com palavras silenciosas, implorei por sua sabedoria, por seu conselho que, mesmo sem voz audível, eu desejava ardentemente ouvir.
Estava concentrado até que um zumbido insistente interrompeu a tranquilidade. Ignorando inicialmente, o celular persistia em sua melodia insistente. Ergui a cabeça em direção ao objeto ao meu lado. Ao ver o nome do remetente, minha surpresa se misturou com uma pitada de aprenssão.
Contato: Sobrancelha de Arame
"Ei Marimo"
"Estamos te esperando"
"Não demore"As mensagens lidas foram seguidas por um coçar de cabeça e um suspiro resignado. Fiquei ali, imerso em pensamentos por alguns momentos, ponderando a decisão de ir ou não ao encontro dos amigos no restaurante. Optei pela ação, vestindo-me apressadamente e seguindo a localização indicada pelo celular. Não estava longe, então decidi caminhar.
Ao chegar à porta do restaurante, desviei o olhar do celular para observar o local. Era uma construção extravagante, com o formato peculiar de um barco, suas cores meio esverdeadas e marrons se destacavam na paisagem urbana. À frente, uma cabeça de peixe com a boca aberta parecia me convidar para entrar. Guardei o celular no bolso e adentrei o lugar.
O hostess, atrás de um balcão, ergueu a mão em um gesto chamativo, direcionando-me para sua posição. Estranhei o gesto, mas segui na sua direção. Ele me conduziu até a mesa onde meus amigos estavam reunidos. Ao chegar lá, me deparei com todos, e Luffy, cuja expressão inicialmente desanimada se transformou em um sorriso radiante ao me ver chegar.
— Finalmente você chegou! O Sanji disse que só iríamos comer quando estivesse todo mundo aqui e só faltava você.
Meus olhos percorriam a mesa elegantemente vestida. Meus amigos estavam diferentes do usual em seus trajes formais, dignos do ambiente requintado do restaurante. Cumprimentei-os com um aceno de cabeça, tentando disfarçar minha confusão interna, mas uma leve bufada escapou-me involuntariamente pelo Luffy.
— Ah é? Por um instante achei que você tava feliz em me ver.
— Eu to, mas estaria mais feliz com comida.
Me acomodei na poltrona ao lado de Nami, minhas mãos repousaram sobre a mesa, buscando firmeza diante do desconforto que me rodeava. Procurei com os olhos o lugar onde Sanji deveria estar, lembrando-me que fora ele quem me convocara para este encontro. Porém, o motivo de sua convocação permanecia obscuro para mim, deixando-me mais perdido do que nunca. Se fosse por insistência dos outros membros do grupo, talvez eu pudesse entender.
Enquanto estava absorto na conversa animada com meus amigos, meu olhar foi inevitavelmente atraído para um movimento gracioso entre os garçons do restaurante. Entre eles, destacava-se alguém que não se encaixava na uniformidade dos demais, mas parecia tão à vontade quanto qualquer um deles, talvez até mais. Era Sanji, realizando suas tarefas com uma elegância natural, enquanto eu o observava silenciosamente, seguindo cada gesto com admiração discreta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
o clube de aventuras
FanfictionPara se tornar campeão de kendo, Zoro escolhe uma escola secundária no interior, onde Mihawk, o vencedor mundial de Kendo está dando aula. No início, ele foi planejando viver uma vida tranquila e conseguir seu objetivo com facilidade. No entanto, al...