GALÁPAGOS (O DIA SEGUINTE)

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Como eu sonhei com esse dia... Por volta das 8:30, eu acordei com os raios solares entrando no quarto através da imensa porta que dava para a sacada e com uma leve brisa que movimenta as cortinas. Abri os olhos com certa dificuldade, e ainda sonolenta levantei um pouco a cabeça e o olhei. Acordei mais uma vez nos braços do meu amado, mas hoje foi diferente. Eu veria essa cena todos os dias. Fiquei alguns segundos o admirando, contornei cada extensão do seu rosto com a ponta dos dedos e por fim depositei um beijo demorado em seu lábio. Can se mexeu mas não passou de um movimento involuntário. Aproveitei o sono profundo do agora "Belo Adormecido" para providenciar o nosso café da manhã. Liguei na recepção solicitando o serviço.

- Bom dia, tudo bem?

- Bom dia senhorita, em que posso ajudá-la?

- Gostaria de um café da manhã para duas pessoas, pode ser?

- Claro senhora. Dentro de 40 minutinhos levamos até o quarto ok. 309 é isso?

- Isso mesmo. Obrigada.

- Imagina, disponha.

40 minutos. Acho que é o suficiente para um bom banho. Banho devidamente tomado, prendi o cabelo em um coque e sai do banheiro. saindo, percebi que Can ainda dormia. Se mexeu tanto depois que eu me levantei que ele permaneceu todo esparramado sobre a cama. Nem parecia a mesma pessoa que me aninhou em seus braços durante toda a noite enquanto dormíamos.  Recostei no batente da porta e foi inevitável não parar para admirá-lo. Ele grande, ocupando quase toda extensão da cama, coberto apenas por um lençol com as pernas e as costas desnudas. Saio dos meus pensamentos quando ouço batidas na porta.

- olá, bom dia. Tudo bem?

- Tudo ótimo, senhora. Lindo dia. Um excelente café da manhã pra vocês. 

- Obrigada.

Entrei com a bandeja e me direcionei a mesa que ficava na varanda. Ajeitei tudo e fui tentar acordar o sr Can senão íamos tomar café na hora do almoço. Me aproximei dele pra que ele sentisse o meu perfume e tharannn... Tiro e queda.... É quando ouço um sussurro:

   - Bom dia.

- Bom dia amor. Dormiu bem?

- Muito, muito bem. Como nunca havia dormido antes. 

- Bem se vê mesmo. Achei que não fosse acordar mais.

- Hahaha, engraçadinha. Vem cá, é sério isso? Fala pra mim?

- Isso o que Can? (Falo sem entender nada)

- Que você não me chamou pro banho. To chateado. 

- Ahhhh Can, me poupe né. Por favor. 

Can veio se aproximando, me segurou forte pela cintura e me beijou. Que beijo...

- Pelo menos um beijo de bom dia decente, já que o banho prometido não foi dessa vez. 

Ele falou isso se levantando e dando as costas pra mim e com o lençol envolto na cintura entrou no banheiro. O acompanhei com o olhar até perde-lo de vista o suspiro e o sorriso foram inevitáveis.

- Só um banho rápido amor, não demoro. (gritou ele do banheiro)

Vendo que ele havia entrado só com o lençol e esquecido a toalha, fui até a porta do banheiro que estava entreaberta e bradei:

- Acho que você esqueceu alguma coisa.

- Olha só, mas que cabeça essa minha. Traz aqui por favor amor?

Suspirei fundo e entrei. Na tentativa de não me distrair eu olhava para o chão mas foi em vão. Em um movimento rápido Can me puxou para dentro do box.

SAUDADE DO QUE A GENTE NÃO VIVEUOnde histórias criam vida. Descubra agora