HOME SWEET HOME

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Depois de mais uma longa e cansativa viagem, estávamos de volta. Era madrugada de domingo para segunda quando pousamos no aeroporto de Istambul. Para não incomodarmos, decidimos chamar um carro por aplicativo. Não tardou muito e o carro se aproximou. Durante o percurso, vi Sanem se encostar em mim e em pouco tempo desmontar. Quando já se aproximava, o carro entrou em uma rua próxima quando comecei a despertá-la:

- Sanem, amor... Chegamos.

- Ai Can, só mais cinco minutinhos vai. Por favor.

Sorri com a cena e percebi que o motorista também achava graça da situação.

- Sanem, chegamos em casa amor. Vamos.

Sanem despertou assustada e sem graça ao abrir os olhos e perceber que a observávamos sorrindo pelo que havia acontecido.

Pegamos as malas e subimos. 3º andar. É um prédio grande, com vários apartamentos por andar. O nosso era 309, o penúltimo do corredor e que ficava mais próximo a um dos elevadores e a escada se necessário fosse. Ao entrar, Sanem parou na porta e observava tudo. Ela media cada centímetro daquela sala como quem não quisesse acreditar, como quem quisesse que com um estalar de dedos aquela cena fosse outra. Os móveis e os eletrodomésticos que por sorte conseguimos comprar antes da viagem ainda estavam todos fora do lugar, caixas e sacolas por todos os lados, quase não conseguimos entrar.

- O que foi amor? Tudo bem?

- N-ã-o, não foi nada. Tudo bem sim. (pigarreei algo na garganta)

- Se assustou foi? (Gargalhei enquanto a observava caminhar cuidadosamente por entre as caixas)

- Quanta coisa Can...

Deixei as malas em um canto e a abracei. Mexi em algumas mechas do seu cabelo e a confortei.

- Ei, não vamos pensar nisso agora, combinado? Finge que só temos eu e você aqui, que tudo esta vazio, que não tem nada aqui além de eu e você. Não olha pra nada. Teremos todo o tempo do mundo pra organizar tudo isso, não se preocupa. Agora vamos tomar um banho e descansar senhorita ansiosa.

- Tá bom. 

- Vai primeiro, depois eu vou. (Falei depositando um beijo em seu lábio)

Enquanto Sanem tomava banho, eu desfazia as malas e as roupas que eu tirava ia colocando-as na área de serviço. Tentei colocar tudo de uma forma que não ficasse bagunçado mas foi inevitável. Por hora ao menos a máquina precisaria ser instalada. Foi mais fácil do que eu imaginava. As instalações já estavam prontas, só precisei colocá-la no lugar. 

- Bom, vejamos como isso funciona... Sabão e amaciante em seus devidos compartimentos, ligar e... VOILÁ... Menos um problema. Ufaaaa. 

De repente me assusto com um abraço por trás.

- Olha só que marido prendado esse meu. Te assustei foi? (Perguntei enquanto via ele se virar pra mim e me tomar pela cintura)

- Você chega sem fazer barulho nenhum e não quer que eu me assuste? Eu estava concentrado tá, foi por isso. A propósito, você achava mesmo que eu fosse apenas um rostinho e um corpinho bonito é?

Ele me beijou e no final mordiscou meu lábio inferior.

- Tava enganada meu amor... (A provoquei piscando e me afastando em seguida) 

Me afastei mas senti suas mãos pequenas e delicadas me puxando pra si. Ela ficou na ponta dos pés e me encarava sem desviar o olhar um minuto sequer. Olhar que revezava em mirar meus olhos e minha boca.

- Que convencido você hen. Fique sabendo que eu nunca pensei isso de você tá. Claro, óbvio, com toda certeza do mundo que você é lindo, maravilhoso, gostos... (parei enquanto deslizava os dedos por seus ombros e fechei os olhos fortemente). Can por sua vez, fazia o movimento que havia virado marca registrada sua quando era elogiado. Não vou negar até porque não sou louca né...

SAUDADE DO QUE A GENTE NÃO VIVEUOnde histórias criam vida. Descubra agora