SAUDADE DO QUE A GENTE NÃO VIVEU

A despedida em Galápagos (por enquanto)

Acordei... Já se passavam das 8:00 quando abri os olhos por conta dos raios solares que invadiam o quarto. Sanem continuava adormecida lindamente, ela quase não se moveu.. Permanecia quase que na mesma posição de quando havíamos nos deitado. Tirei alguns fios de seu cabelo que estavam caídos em seu rosto e me levantei com cuidado pra que ela não acordasse. Antes que eu fosse em direção ao banheiro, pedi o nosso café. Não demorou muito e ouvi a campainha soar. Finalizei meu banho rapidamente e fui atende-lâ.

- Bom dia senhor, tudo bem? Aqui está o seu café. Bom apetite.

- Bom dia. Muito obrigada, bom trabalho.

Acabei de me secar e me dirigi até a sacada onde eu havia arrumado a nossa mesa.  Não sou muito fã de café mas aqui precisei me adaptar. Coloquei uma xírcara de café e me assentei. Com o olhar vidrado na vista que tínhamos do quarto, eu me perdi em meus pensamentos. Me virei por alguns segundos e novamente a observei. Com toda certeza que eu tenho na minha vida eu sei que eu jamais me cansaria de admirá-la. Me deitando e acordando ao lado dela por meros dois dias foi o suficiente pra entender o motivo real do pedido feito  pelo Sr Nihat e dona Merkibe para que eu continuasse a cuidar dela. Depois de saber tudo o que ela havia passado durante esse tempo em que estivemos longe, eu tive a certeza do quanto ela era forte, mas eu pude perceber sua fragilidade, o quanto ela é sensível  e por mais que seja forte, ela inspira cuidados. O quanto ela se cansou com os dias intensos que temos tido, e o quanto ela necessita ser afagada. A Fênix... Como ela consegue se reinventar, se superar todos os dias. E isso nela me inspira muito. Eu suspirei enquanto inclinava um pouco a cabeça olhando a imensidão azul diante de mim e um sorriso saiu inevitavelmente. COMO EU A AMO. Os meus pensamentos foram interrompidos com um sussuro ao pé do meu ouvido.

- No que esse moço bonito aí tá pensando hen, posso saber?

Dei um selinho nela e a puxei para que se sentasse em meu colo. A encarei por alguns segundos antes de dar a ela uma resposta.

- Claro que pode saber.... Eu estava pensando em você oras, em quem mais seria? Pensando no quanto eu tenho sorte de ter encontrado você, do quanto você me faz feliz, no quanto você é incrível, especial, forte, maravilhosa, a melhor mulher que eu poderia ter encontrado para compartilhar todos os meus dias e que tudo que eu faça por você será pouco. Só isso... ( sorrio pra ela)

- Can...

Eu não consegui dizer nada. Enquanto ele falava, um nó se formava na minha garganta e as lágrimas escorreram. O abracei forte em resposta ao que ele me disse e o beijei...

- Eu amo muitooooo você.

- Então vem, senta aqui e vamos tomar esse café...

- Hun, que delícia. 

- Sanem... ( Digo tomando maus um gole do suco e vendo ela comer como se o mundo estivesse por acabar)

- Hun.... 

Ela me respondeu sem nem sequer me olhar.

- Sanem...

- Oi Can...

- Ahhhh, agora sim...

- Podia ter falado, eu estava te ouvindo...

- Sei... Sem bem como você presta atenção quando está comendo, mas enfim. Eu tenho uma última surpresa pra você...  (Falo com uma carinha de criança que está aprontando)

De repente me assusto com ela pulando rapidamente na poltrona ao meu lado.

- Aiiii Can, falaaa vai??

- Por acaso a senhorita não sabe o significado de surpresa não? Qual a graça? Surpresa é surpresa, oxi...