Cap-1:

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Nos últimos tempos, os habitantes da Via Láctea encontram-se imersos em uma era de sombras, onde um novo poder ascendeu: o Império-Vermelho. Este império, forjado nas cinzas da antiga república galáctica, tomou para si o trono de Hélion, a outrora resplandecente capital, e sua lua, Haxus III. Sob o manto da conquista, suas bandeiras agora tremulam sobre incontáveis planetas, cada cidade e cada povo subjugados, como se fossem meras peças de um vasto tabuleiro.

A estrutura do Império é como uma maré implacável, onde a hierarquia flui de forma rigorosa e fria: Comandantes, Generais, Almirantes, Lordes, e acima de todos, o Imperador. No ápice, distante e misterioso, paira o Soberano, Atlas. Um nome que inspira tanto temor quanto perplexidade. Ninguém jamais viu seu rosto, nem ouviu sua verdadeira voz, mas suas ordens ecoam pelos confins do espaço, como uma força invisível, onipresente e incontestável. Atlas governa com um silêncio opressor, suas diretrizes viajando pelas estrelas através de mensagens cifradas, palavras sussurradas entre os que o servem. Seus poderes são tão enigmáticos quanto sua existência; estranhos e inatingíveis, mas absolutamente implacáveis.

O Império avança, engolindo mundos inteiros, suas forças aéreas varrendo os céus como ventos de aço, deixando para trás o som distante de um futuro incerto. O verdadeiro propósito dessa ascensão brutal permanece um enigma, mas o Império-Vermelho é mais do que uma força militar – é o símbolo de uma nova ordem, onde a liberdade se esvai, e o silêncio de Atlas domina o universo.


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Muitos mundos tentaram, em vão, resistir ao poder esmagador do Império-Vermelho. Suas tentativas de revidar foram rapidamente sufocadas, como chamas expostas ao vento. Quando um planeta se mostrava persistente, o Império lançava mão de seus recursos mais devastadores: armamento bélico de proporções colossais ou a impiedosa Inteligência Artificial. As Sentinelas, guardiãs robóticas do regime, emergiam na forma de sondas, drones e androides, impondo o medo e a ordem. Em desespero, alguns planetas se viram forçados a assinar tratados, escolhendo a aliança ao invés da destruição, entregando suas liberdades para preservar o que restava de suas civilizações.

Em tempos passados, antes da ascensão do Império, existiam os Cavaleiros Galácticos e os Viajantes:

**Cavaleiros Galácticos**: Guardiões místicos de inúmeros mundos, conectados pela crença na força espiritual que permeia todos os seres vivos, uma energia que chamavam de *Zen*. Um dia, mais de 10 mil cavaleiros protegiam a galáxia, mas a perseguição implacável do Império os reduziu a poucos sobreviventes, que agora vivem nas sombras, escondidos em planetas distantes.

**Viajantes**: Nômades sensitivos ao *Zen*, percorriam os confins da galáxia buscando sabedoria, paz e propagando filosofias de harmonia. Eles também foram quase exterminados, mas uniram-se aos Cavaleiros Galácticos na esperança de resistir à tirania. Juntos, formaram a resistência conhecida como Anomalia.

A aliança dessas duas ordens deu origem à Anomalia, e seus membros, os Anômalos, se espalharam por diversas células, esquadrões e equipes. Suas armas eram forjadas à mão, com engenhosidade e técnicas próprias. Bases secretas surgiram em planetas fora do alcance do Império, como em Tebara, um mundo oceânico habitado pelos anfíbios tebaranos. A civilização tebarana, que evoluiu nas profundezas dos mares antes de conquistar a terra, tornou-se mestra em tecnologia naval e espacial. Seu líder, o senador Kafmor, permitiu que os rebeldes se estabelecessem em Tebara, e com o tempo, a resistência ali floresceu.

Enquanto isso, outros rebeldes exploravam o planeta Einan, onde descobriram vastas minas de Kelkax, o metal lendário utilizado para forjar as espadas dos Cavaleiros Galácticos e os braceletes dos Viajantes. Acima dessas minas, repousava a cidade de Kelkax, cujo nome revelava a profunda ligação com o minério abaixo de suas ruas. Os rebeldes extraíram o Kelkax para forjar novas armas, inclusive espadas para os cavaleiros que se uniriam à causa da justiça.

Entre as raças envolvidas na resistência, havia quem acreditasse que a chegada do Império era parte de uma profecia antiga – um prenúncio de que um herói se levantaria para enfrentar as trevas. Kon, um sábio da raça ariana, estava entre esses crentes. Ele viajou à cidade de Kelkax, não apenas para partilhar seu conhecimento no templo local, mas para encontrar um homem: Delen Hal, um ex-Cavaleiro Galáctico. Delen era um dos melhores de sua ordem, veterano das Batalhas de Nago Zaifo e Bigun, conflitos que moldaram o destino de mundos inteiros. Embora agora recluso, Delen foi ao encontro de Kon, que carregava consigo uma visão do futuro.

Kon, possuindo o dom de prever o destino, demorou para alcançar a visão que tanto buscava. Em uma cerimônia secreta, ele acendeu um fogo que se tornou azulado, seus olhos fechados enquanto suas mãos dançavam sobre o pergaminho, desenhando com os dedos as formas de sua revelação. Quando o fogo retornou à sua cor natural, Kon falou: havia um herói que surgiria de um mundo distante, Gaya. Esse herói, com o auxílio de uma entidade misteriosa, o Ser do Vazio, se uniria à resistência para libertar a galáxia do jugo do Império.

Com voz firme, Kon declarou:

"Atlas, ao vê-lo, não o tratará com indiferença. Ele conhecerá o medo."

Diante da profecia, os presentes saíram da sala, cheios de curiosidade e ansiedade pela chegada desse herói. Delen, no entanto, permanecia pensativo. Há muito ele deixara de acreditar em profecias. Após a morte de sua amada Hina Kel e agora, enquanto cuidava de sua filha Yuna, ele se afastara dessas lutas grandiosas. Mas antes de partir, Kon lhe fez uma última revelação: seria ele, Delen Hal, a entregar ao herói sua antiga espada de Cavaleiro. A arma que, nas mãos do escolhido, se tornaria o primeiro raio de esperança contra a tirania de Atlas.

 A arma que, nas mãos do escolhido, se tornaria o primeiro raio de esperança contra a tirania de Atlas

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