Bem de Pertinho.

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Cheguei tarde mas cheguei e trouxe comigo (finalmente) o ponto de vista da Rosa
Boa leitura!!

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Depois da derrota pro Monza na semifinal, Rosamaria finalmente se viu livre do Novara.

Não é que ela tenha odiado a experiência de defender o time italiano, mas se ela fosse realmente sincera, ela também não tinha amado.

Claro, ela conheceu pessoas novas e desenvolveu um carinho por muitas meninas do time, mas a falta de oportunidade que ela tinha lá era desanimadora. 

Era sua terceira temporada no país e ela havia feito temporadas brilhantes nos últimos times que passou, com a contratação no Novara ela tinha esperanças de continuar mantendo esse padrão. Ela sabia que tinha dado seu melhor quando teve (raras) chances de estar em quadra, mesmo com sua lesão.

Mesmo amando a Itália, ela estava radiante de poder voltar para sua casa de volta, mesmo que por um curto período de tempo. Depois de sua entorse no tornozelo, tudo que ela mais queria era uma pausa, apesar de estar se corroendo de ansiedade para saber a lista de convocadas para nova temporada de seleção que estava se aproximando, ela tinha suas dúvidas sobre seu nome estar na lista. 

Mesmo depois de conversar com Zé Roberto em pessoa sobre sua recuperação, ela não estava tão confiante assim com seu ritmo de jogo, ainda mais depois de bancar uma grande parte das partidas e de sua mais recente lesão.

Seu voo para o Brasil sairia na madrugada do dia 30 de maio, daqui a algumas horas. 

Depois de se despedir de suas amigas do clube, Rosa foi para casa, e assim que ela entrou se deparou com a bagunça espalhada pelos cômodos, ela teve uma enorme vontade de começar a organizar tudo. Invés disso, no entanto, ela pegou suas malas, que já estavam prontas a dois dias, e deu um último tchau ao seu apartamento, sabendo que só retornaria daqui há alguns meses, para empacotar o resto de suas coisas e seguir rumo a sua nova moradia.

Mesmo que a distância entre seu atual apartamento e a sede do seu novo clube não fosse mais do que uma hora, ela preferiu achar outro lugar para viver. Temporada nova, casa nova. 

Ela ia sentir falta de seu antigo apartamento, mesmo que não tenha passado mais que um ano nele, ele tinha feito ele se tornar seu lugar de conforto, já que seu verdadeiro lar estava há 8. 985 km dali.

Ela não saberia dizer exatamente quando ela e Caroline se tornaram, bom, ela e Caroline. Mas Gattaz foi a única que ficou do lado dela, não importa o que acontecesse, desde o dia em que elas se conheceram. A única certeza que Rosamaria tinha era que Carol estaria lá por ela. Sempre.

Houve uma vez em que as duas discutiram fortemente, enquanto estavam em um jogo contra o SESC RJ. Ela lembrava de dizer que a mais velha era uma mandona que não sabia ouvir ninguém dentro de quadra e ter ouvido um “Não é minha culpa se você não sabe ouvir um não, princesinha” como retaliação. Ela riu com esse pensamento, mesmo que tenha ficado furiosa no dia. 

Durante o resto do jogo, toda vez que ela marcava um ponto, ela se virava e encarava a outra mulher com tanta raiva que parecia que ela estava perfurando sua alma. 

Ironicamente, depois da briga, ela não queria falar sobre aquilo com mais ninguém a não ser a central. Então Gattaz a levou num bar, à beira da praia, localizado na Barra Da Tijuca. Elas se sentaram na bancada, pediram duas duas margueritas e ficaram horas reclamando uma da outra, como se fossem total desconhecidas. Rosa gostaria de voltar lá, mesmo tendo quase certeza que o lugar não existe mais.

Ela apagou as luzes, trancou a porta e foi rumo ao Aeroporto.

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Ela estava embarcando quando se lembrou que a final da Superliga estava acontecendo naquele exato momento no Brasil, e decidiu mandar uma mensagem para todas as suas amigas que estariam disputando a final do campeonato brasileiro, mesmo sabendo que não teria uma resposta imediata. Ela desejou boa sorte a todas e no grupo da diretoria e companhia ela mandou um “Que os jogos comecem.”

Essa mensagem era sempre enviada por ela quando um duelo pão de queijo acontecia. No último ano, uma aposta se iniciou entre as meninas da sfv, tentando adivinhar qual seria o placar do jogo; quem acertasse receberia 10 reais de cada um dos perdedores.

Roberta estava na frente de todo mundo, ela tinha acertado 5 resultados dos últimos 7 jogos. 

Rosamaria não se importava de perder dinheiro, ela apostava mais com a intenção de irritar Gattaz do que qualquer outra coisa, sempre colocando que o Minas perderia de 3x0 para o Praia. Mesmo isso nunca acontecendo. (N/A: Até domingo dia 07/05/2023 no Sabiazinho hehe)

Nada superaria a zoação pós jogo que ela fazia ou o quão fofa a outra mulher ficava irritada. 

Jogar com Gattaz era maravilhoso, mas jogar contra ela não tinha preço! Ela ria da cara que Carol fazia quando tinha seu bloqueio explorado, ou quando defendiam sua china e principalmente quando Rosa fazia um ponto em cima dela. Era impagável. 

Então, quando esse duelo acontecia, a oposta sempre acabava sendo parte da torcida praiana, já que ela tinha vivido sua última temporada no Brasil no clube e tinha sido ótimo. Por mais que no fundo, ela obviamente desejasse que Caroline ganhasse.

 

Sabendo que logo que o jogo acabasse uma das duas centrais estaria soltando fumaça pelas narinas e haveria diversas mensagens de zoação vindas da parte da ganhadora, ela fechou os olhos e dormiu sorrindo com a lembrança de que logo mais ela estaria vendo tudo aquilo, bem de pertinho, de novo. Que ela estaria vendo Caroline de Oliveira Saad Gattaz bem de pertinho, de novo.

You Belong With MeOnde histórias criam vida. Descubra agora