Já se passou uma semana desde o dia que falei com Matheus e fiz as pazes, e a nossa relação nunca esteve tão boa como agora. Matheus está me apoiando muito quando se trata de sexo, e estamos levando isso muito devagar.
Na verdade, não mudou muita coisa do que estava antes, porque ainda estamos apenas nos beijos, mas não consigo sentir vontade de fazer isso com ele, eu apenas não consigo. E não acho que isso é culpa dele, não teria porque, ele é incrível, sou eu quem não está normal, até porque Matheus tem muitas meninas atrás dele.
E eu entendo porque ele mentiu sobre nossa vida sexual, que no caso é inexistente. É porque se parar para pensar, é algo vergonhoso para os homens, eles competem inúmeras coisas neste aspecto, então não falei com ele sobre isso, mas ainda planejo falar.
Ando de mãos dadas com ele pelo corredor, e vejo os jornais da escola que diz que somos o casal mais bonito da semana, assim como nas anteriores.
Algumas pessoas passam nos elogiando pelo título, e outras ficam emburradas achando aquilo injusto, mas quem sou eu para dizer algo?
"Eu te amo," digo para ele quando ele se despede para ir para a aula. "Já estou com saudade."
"Eu também, meu amor, até daqui a pouco" ele responde e vai para a sala.
Eu então tenho o melhor dia escolar desde que as aulas começaram. Não vejo Arthur nenhuma vez, mas também não vejo Giovanna, então já devo ter uma ideia do que os dois estejam fazendo.
Depois que as aulas acabam, Matheus e eu combinamos de ir para minha casa fazer alguma coisa, mas ele cancela de última hora porque alguém da sua casa o ligou, e só o ouvi dizer que era urgente, mas não sei o motivo.
E como não nasci grudada nele, decido ir para algum lugar me divertir, então chamo Mary para ir ao shopping comigo.
Eu olho para o meu celular para ver se tem alguma mensagem do Matheus, e como não tem resolvo mandar uma mensagem perguntando se está tudo bem.
"Sah, dá pra parar? Você está olhando neste celular de cinco em cinco minutos" Mary diz tomando o celular de mim.
"Me dê isso! E não estou não, só estava checando se está tudo bem com Matheus, porque faz horas que ele não me dá nenhuma notícia."
Ela me entrega o celular e me olha suspeitando do que eu disse. "O quê? Não estou mentindo" digo me protegendo.
"Tudo bem, eu não disse nada," ela levanta os braços se inocentando. "O namoro é seu, as preocupações são do casal. Mas eu só queria que você estivesse aqui comigo, e não em outros dez lugares enquanto fala comigo."
"Ok, ok," guardo o celular. "Então sobre o que você quer falar?"
Mary coloca a mão no queixo e olha para cima pensativa, e não demora muito para ela começar a falar de um assunto que eu não queria.
"Arthur" ela diz com um sorriso.
"Você quer falar dele? Temos tantos outros assuntos melhores para conversar."
"Não desta vez. Você não ficou sabendo que ele quase bateu em um aluno só porque ele estava olhando para ele por tempo demais?" Ela conta indignada.
"O que? Isso não é possível, só se ele for um lunático, porque uma pessoa em sã consciência não faria isso nunca."
"Eu também achava que não, mas olha o que aconteceu."
"Bom, dele eu não duvido nada, pode até ser cruel de vez enquanto" me lembro do dia que o apresentei a escola, e o que ele fez comigo.
"Você sabe de algo?" Seus olhos olham para mim procurando por informações que eu estou escondendo.
"Porque saberia?"
"Eu não sei, não descobriu nada sobre ele?"
"Por que você quer tanto descobrir tudo isso sobre ele?"
Não entendo o porquê desta obsessão louca que todos estão tendo por Arthur agora. O que esse garoto tem de tão especial para virar o assunto principal dos meus últimos dias? E que é o principal ser humano que estou tentando evitar.
"Porque toda essa cisma com ele, Sah? Nós fazemos isso com todos os novatos da escola."
"Eu sei, é que..." tento achar uma resposta convincente o suficiente para convencer Mary que ele nunca tocou no lugar mais íntimo do meu corpo. "Fica meio sem graça quando você já falou com a pessoa e sabe que ele é um babaca."
"Sah, pelo que eu me lembro, você já conversou com muitos babacas novatos, mas sempre fofocávamos sobre eles," ela destrói meu argumento. "Ainda mais quando eles eram tão excitantes como o Arthur é."
"Bom, mas eu também acho que isso faz mal, sabe? Ficar falando das outras pessoas, pesquisando sobre elas" conto outra desculpa que não convenceria ninguém.
"Aposto que Arthur faz o contrário disso, por isso que afasta todo mundo", ela diz levando a conversa para o rumo que estávamos novamente.
"É quase como se ele tivesse medo de gente."
"Ou ódio" Mary completa.
"Ou talvez ele só tenha feito isso pra ninguém se meter com ele no futuro" digo sem dar muita importância.
"Mas cá entre nós, não era muito necessário, era?"
"Ele é louco" digo em resumo.
"Mas continua sendo um gato."
"Só para loucas."
"Só para aquelas que respiram você quis dizer, né?"
Rio revirando os olhos e continuamos a andar pelo shopping.
Não demora muito para eu ir para casa. Deixo as compras em cima da minha cama e subo para pegar algo para beber antes de me deitar para fazer nada de útil, pelo menos não por enquanto.
Antes que eu possa subir, meu pai me aborda na cozinha.
"Sah, antes de subir, só queria deixar avisado que neste final de semana teremos visita, e queria muito que você estivesse aqui em casa," ele diz gentilmente. "Só queria avisar antes pra não fazer nenhum plano."
"Tudo bem, quem virá?" Pergunto tomando um gole da água.
"Sabe o nosso vizinho aqui da frente?"
"Sei" respondo.
"Fiquei sabendo que o filho dele voltou do intercâmbio que ele estava fazendo. Qual era o nome dele? Ah é, Vinícius. Pelo que eu soube ele mudou muito desde que viajou, talvez vocês se deem bem."
Eu rio dele. Diferente dos outros, meu pai está sempre tentando me arranjar com alguém romanticamente, porque ele nunca gostou de Matheus, por mais que respeite imensamente a nossa relação.
"Pai, eu tenho namorado" digo ainda rindo.
"Eu sei que tem. E quem disse que eu quero que você namore com ele? Vocês têm apenas alguns meses de diferença, talvez virem bons amigos."
"Tudo bem" digo duvidando.
"Obrigada por avisar, estarei em casa o final de semana inteiro só por causa do vizinho que não vejo a quatro anos e nem lembro" brinco.
Pergunto para o meu pai se posso trazer Matheus para a janta, e ele concorda. Então logo subo e começo a provar as roupas que eu comprei.
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Say my name
FanfictionSarah tem quase tudo o que quer. Dinheiro, popularidade, beleza, e um namorado maravilhoso, mas o que ela mais deseja não está ao seu alcance. Arthur é amado por todas na escola, e seu jeito bruto e sincero deixa claro que não quer que ninguém se in...