Say my name

Capítulo 4

Fico pronta para a festa e vou até a frente da minha casa para esperar Matheus chegar para irmos juntos.

Não sei se estou me sentindo envergonhada, ou arrependida por não ter tentado mais. Mas o que eu iria fazer? Não estava com nem um pingo de tesão ou vontade, mesmo depois de ter visto Matheus só de cueca.

Ele não demora muito para chegar, e alguns amigos seus estão no carro. Eu me sento no banco de trás, já que um de seus amigos estava ocupando o banco de passageiro.

Nós não trocamos nenhuma palavra, ou olhar. E posso ver pelo seu rosto que está bravo comigo.

"É na Giovana, não é?" Ele pergunta para saber a direção da festa.

"Sim" e esse é todo o diálogo que temos.

Os amigos dele já estão bebendo e fumando dentro do carro. Eles ficam gritando e contando piadas, que na minha opinião, não são nada engracadas.

Nós chegamos na casa da Gio, que está tão lotada que uma grande parte das pessoas ficam para o lado de fora da casa dela, o que não é tão normal assim, já que a casa da Giovanna é praticamente uma mansão.

Quando me vêem, todos me cumprimentam e puxam assunto comigo, mas me afasto um pouco deles quando finalmente avisto Giovanna.

"Sah!" Ela exclama quando me vê. Ela vem até mim e me dá um abraço apertado, então me separa de Matheus e de seus amigos e me leva até a cozinha. Ela me oferece uma bebida, e eu a tomo quase inteira, estou tão estressada que sinto que vou explodir. Ela me observa virar a bebida e então me dá outra, então bate as mãos no balcão, e olha pra mim prestes a começar um assunto que, pela sua cara, considera super sério. "E então, como foi?"

Olho para ela confusa, sem saber do que está falando. "Como foi o quê?"

"Não se faça de idiota," ela sorri e bate no meu ombro. "Você e Matheus, hoje à tarde. Um amigo dele me contou quais eram os planos dele para hoje."

"Contou é?"

"Com todas as palavras, me disse que vocês fazem isso quase todo dia, porque não me contou? Sou sua melhor amiga" ela faz uma cara de chateada, mas ainda consigo ver o brilho em seus olhos. "Bom, eu sabia que você tinha uma vida sexual super ativa, mas não esperava que fosse tanto assim."

Eu sinceramente não estou entendendo nada que Giovanna está dizendo. Como assim uma vida sexual super ativa?

"Bom, foi ótimo, como sempre é, claro" minto. Sorrio para ela como se ainda me lembrasse da sensação de hoje. E ela sorri super empolgada com a minha resposta.

Não acredito que Matheus têm mentido sobre a gente. Ele está envergonhado por nunca termos transado? Ele quer manter o status de pegador que transa todo dia? É inacreditável.

Giovanna abre a boca para falar algo em resposta, mas antes que eu ouça o que ela iria dizer, mais pessoas chegam para cumprimentá-la, então me afasto e vou atrás de Matheus para ver se esta história é verdade.

Quando estou chegando, ouço ele e os amigos conversando, mas Matheus não parece estar se divertindo.

"Se anime cara, o que aconteceu pra você estar com essa cara fechada?"

Marcos, o amigo mais próximo dele, pergunta.

"Só estou um pouco cansado", ele mente.

"Não me vem com essa, você nunca está cansado demais para uma festa," Marcos diz como se o conhecesse desde o dia do seu nascimento.

"As vezes acontece" ele responde mentindo.

"Olha," ele pega algo do bolso. "Aposto que isso vai melhorar seu humor rapidinho" ele dá um comprimido pequeno e branco para Matheus, o escondendo para que ninguém perceba, mas eu consigo ver claramente o que é.

Matheus me olha de longe, e pensa antes de pegar o comprimido. Eu faço um sinal de não para ele não o pegar, porque já falei com ele sobre isso. Não gosto quando ele faz isso, ele não é ele mesmo quando faz isso. Mas ele nem me dá moral, e o engole sem tirar os olhos de mim, aquilo que ele acabou de fazer é sua vingança. Ele me culpa por não me sentir confortável para transar com ele, por nunca estar no clima.

Sinto lágrimas surgindo em meus olhos, então antes que alguém me veja chorar, eu subo as escadas correndo antes de explodir em lágrimas.

Entro no único quarto além do da Giovanna que conheço desta casa, o de hóspedes. Nem me preocupo em ligar as luzes ou fechar a porta com cuidado, tudo que eu faço é bater à porta contra a parede e me ajoelhar sobre a cama enquanto as lágrimas escorrem pela minha bochecha.

Penso em tudo que os outros devem pensar de mim, todas as coisas erradas que eles devem pensar, até mesmo minha melhor amiga não sabe a verdade.

Eu sinto um vento frio vindo até mim, e percebo que vem da janela, então me pergunto porque a janela do quarto de hóspedes que ninguém nunca usa está aberta.

Como está frio lá fora, eu me levanto para fechar a janela, mas levo um susto quando vejo um corpo aparecer do canto do quarto.

Eu me viro rapidamente e fico de costas para a parede. Paro instantaneamente de chorar e seco minhas lágrimas, então reconheço a sombra que se aproxima de mim. Arthur está segurando um cigarro na mão direita, e está com a mesma roupa de sempre, uma jaqueta de couro e calça preta, mas desta vez está vestindo uma blusa branca por baixo da jaqueta.

Meu coração começa a acelerar a cada passo que ele dá para perto de mim. Seus passos são lentos e pensativos, assim como ele, e esta demora para chegar até a mim de alguma forma me deixa impaciente.

"O que está fazendo aqui?" Junto coragem para perguntar, mas minha voz não parece ser tão corajosa como minha atitude.

"Giovanna me convidou", ele diz dando outra tragada no seu cigarro. Por mais que ele fume, consigo sentir o cheiro do seu perfume passando forte por minhas narinas, o mesmo cheiro que senti no dia que o conheci, um cheiro maravilhoso.

"Mas porque está aqui?" Aponto para o quarto que estamos.

"Não sou tão sociável quanto pareço."

"Não se preocupe, você não parece nem um pouco sociável" digo ainda tentando normalizar minha voz, mas parece que ela se dissolve a cada palavra que falo.

Ele ri ironicamente, do mesmo jeito de sempre, do mesmo jeito irritante de sempre, e em seguida, dá mais um passo na minha direção, me causando uma sensação estranha, mas boa, lá em baixo.