Capítulo 13

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Chego em casa e jogo minhas coisas no canto do quarto. Meu pai e minha mãe logo saem de casa para trabalhar, e eu por algum motivo começoa ficar ansiosa.

Talvez eu tenha uma ideia do porquê de eu ficar ansiosa, mas odeio admitir que é por causa deste motivo, então tento o excluir da minha mente. Mas fica difícil quando ouço o motivo tocando a campainha da minha casa.

Desço para abrir a porta e o deixo entrar. Desta vez ele não está nada Vinícius, ele está Arthur, ele está tão Arthur que não se importa de entrar com um cigarro na mão na minha casa.

"Você bem que podia ser um pouco mais Vinícius agora,não é?" Faço um sinal de desaprovação com a cabeça.

"Como assim, ser Vinícius? Eu não sou duas pessoas Sah, só me visto diferente quando estou com os amigos do meu pai."

"Se comporta diferente também," completo.

"Como se você não fizesse a mesma coisa," ele diz dando um longo suspiro. E logo em seguida apaga o cigarro e come uma bala de menta.

"Eu não faço isso, eu me comporto da mesma maneira com todos," digo o guiando ao meu quarto.

"Duvido muito disso, Sah," ele diz entrando no quarto logo atrás de mim, e fechando a porta. Ele olha ao redor e percebe que não arrumei meu quarto. "E seu quarto prova meu ponto."

"Estou muito ocupada ultimamente, Arthur, não tenho tempo para essas besteiras."

"Então por que continua saindo com o Matheus?" Ele diz sarcasticamente.

Olho para ele tentando ficar séria, mas não posso negar que sua piada foi boa, então dou um sorriso 'falso' para ele. "Ha, ha, muito engraçado."

Eu vou até a minha cama e sento em cima dela com os cadernos para começar a criar este poema. Mas ao invés de Arthur me ajudar a fazer, ele fica dando voltas pelo quarto e olhando ao redor como se estivesse em outro mundo.

"Dá pra vim me ajudar?!" O chamo.

"Eu já te avisei que não ajudaria."

"Então porque veio? Só vem logo Arthur, assim acabaremos isso mais rápido."

Ele não vai imediatamente até mim, mas não demora muito para se convencer e vir me ajudar. Ele se deita do meu lado e coloca um pé em cima do outro, e fica em silêncio, sem fazer nada. Essa não é bem a ajuda que eu esperava.

"Sobre o que vamos fazer?" Pergunto.

Arthur não responde nada, só fica olhando para mim com cara de tédio. Não pergunto de novo, sei que não adiantaria.

Me concentro no caderno, procurando ideias na minha cabeça do que escrever, mas é impossível, quando ele não para de olhar para o meu rosto.

"Para com isso," digo ainda com os olhos no caderno.

"Isso o quê?"

"De me olhar, me incomoda."

"O fato de eu olhar para você te incomoda?"

"Sim." Olho direto para os olhos dele, mesmo que não tenha sido proposital, mas é impossível não olhar para esses olhos penetrantes.

"Então pra onde você quer que eu olhe?"

"Eu não sei, para qualquer lugar, para o caderno talvez, eu não sei, mas pare de olhar para mim," digo tão rápido que setor na inegável que estou ansiosa.

Arthur se levanta e se acomoda do meu lado. Ele apoia uma mão na cama, atrás de mim, e eu continuo olhando para o caderno, mas ainda consigo sentir seus olhos passando pelo meu corpo.

"E-Eu não tenho nenhuma ideia, nada vem à minha cabeça," gaguejo.

Olho para ele de canto de olho, e quanto percebo que sua mão vem até meu rosto, meu coração começa a acelerar, assim como minha respiração.

Sua mão chega gentilmente sobre meu rosto, e eu instintivamente me aproximo dele, e quando menos percebo, nossos lábios estão grudados um no outro, famintos.

Ele logo fica por cima de mim, passando a mão no meu cabelo e no meu corpo, beijando cada canto do meu pescoço.

"É melhor?" Arthur pergunta enquanto beija meu pescoço.

"O que é melhor?" Pergunto de volta com os olhos fechados.

"Melhor do que quanto está com Matheus," ele diz sem parar de me beijar.

Matheus? Porque ele citou o nome de Matheus agora? Não acredito que isso está acontecendo de novo, mas não importa o que eu pense, não quero parar agora.

"Como assim?"

"Apenas o meu beijo... é melhor do que quando vocês transam?"

Ele realmente está me perguntando isso? O que eu devo responder? Não tenho como responder, como posso falar sobre algo que nunca aconteceu?

"O-O que?" Me faço de desentendida, mas Arthur logo para de me beijar e olha para mim sério. Eu respiro fundo tentando me convencer de que nada disso está acontecendo.

"Não finja que vocês nunca fizeram isso," ele olha para mim maliciosamente, mas meu rosto já conta todos meus pensamentos. "Vocês já transaram, não é?"

"Nós... eu..." meu cérebro trava. "Sah, você é virgem?"

Minhas mãos estão suando. Tento fechar os olhos esperando que isso tudo vai passar, mas é a realidade.

"Droga Sarah! Por que você não me contou isso antes?" Ele sai da cama irritado.

"Por que eu iria te contar isso? Eu nem me lembrava quem era você!"

Ele olha para mim como se tudo que estávamos fazendo fosse errado, e eu não posso falar que era certo, mas ao menos era bom.

"Não é assim que as coisas devem ser na primeira vez."

"Espera... você veio aqui esperando sexo? Foi pra isso?Você nem espera me ajudar pelo menos um pouco com o trabalho?"

Ele faz voltas até o quarto, então vem até mim e me olha como se eu fosse a pessoa mais inocente do planeta terra.

"Sah, acorda, nenhum menino vai vim à sua casa pra fazer um trabalho."

Olho para ele nervosa, e daí se eu ainda acreditava na humanidade?

"E qual o problema se eu sou virgem? Eu apenas não me sinto preparada para fazer isso com Matheus."

Arthur então muda a feição. Seus olhos percorrem suas lembranças, e já sei no que está pensando.

"Você parecia muito pronta para fazer isso na festa, comigo..." ele diz se aproximando mais ainda de mim, destruindo o espaço que tinha entre nós. "Você gosta disso, não gosta? Você gosta quando eu te toco."

O que tem de errado comigo? Eu não estou pensando nenhumpouco em Matheus, não estou pensando em mais nada que não seja as mãos de Arthur no meu corpo.


***


***Notinha da autora***

Ui ui, é agora que as coisas começam a pegar fogo. 🔥

Say my nameOnde histórias criam vida. Descubra agora