Matheus entra no quarto olhando ao redor, provavelmente procurando a pessoa que falei que iria vir aqui para casa fazer o trabalho do poema.
"Pensei em fazer uma surpresa, estava sentindo a sua falta" ele diz vindo até mim para me abraçar e me beijar.
Me sinto envergonhada pelo que estava fazendo a dois minutos atrás, e tenho medo de não conseguir esconder minha cara de mentirosa dele, então dou um beijo demorado nele, e tento arranjar alguma desculpa, ou inventar alguma mentira para contar.
"Que bom que você veio, eu já ia te ligar, a menina que veio acabou de ir embora" falo alto pra que Arthur escute e não saia do banheiro.
"Ainda bem que ela foi embora, não aguentava mais, ela era tão grossa e irritante" reviro os olhos.
"Mas ainda é cedo, vocês fizeram o trabalho tão rápido assim?" Pego na mão de Matheus e o levo para sentar na cama comigo.
"Bom... na verdade eu fiz a maior parte, não aguentava mais ficar com ela."
Antes que Matheus possa responder, o barulho de alguma coisa caindo no chão do banheiro chega até nós, e Matheus olha pra trás, para a porta do banheiro.
"O que foi aquilo?" Ele pergunta.
Meu coração acelera, e não há nada na minha cabeça que me faça criar uma mentira convincente o suficiente.
"Aquilo o quê?"
"Você não ouviu? O barulho no banheiro."
"Não ouvi nada" minto.
"Eu ouvi. O que foi? Foi alto demais" Matheus começa a se levantar e ir até o banheiro.
"Não!" Grito sem pensar. "Deve... deve ter sido porque eu deixei a janela aberta, deixa que eu vou lá ver o que caiu."
Dou passos acelerados para ultrapassar Matheus e entrar no banheiro antes que ele.
"Fique aí. Eu conserto tudo e logo volto com uma surpresa" levanto um pouco minha saia pra mostrar minha pernas.
"Você não quer ajuda?"
"Foi só o vento, Matt, não tem uma pessoa se escondendo dentro do meu banheiro" falo sarcástica, mas suando de nervoso.
Entro no banheiro sem abrir muito a porta para não correr nenhum risco, e a fecho a trancando apressadamente.
Quando entro me dou de cara com Arthur me olhando feio, como se a culpa de tudo isso fosse minha. As minhas maquiagens estão praticamente todas no chão estragadas, e quase surto ao perceber que milhares de reais estão no chão inutilizáveis.
"O que foi?" Pergunto tão baixo que tenho a impressão que mexo apenas os lábios.
"O que foi?" Ele repete irritado. "Arruma um jeito de me tirar daqui."
"E como eu vou fazer isso?"
"Eu não sei, se vira, isso é culpa sua", ele aponta pra mim.
"Minha? Foi você que abaixou meu sutiã?"
"Foi você que se masturbou na minha frente!"
"Sah? Tá falando com alguém?" Matheus pergunta da porta do banheiro.
"Na verdade sim, comigo mesma. Espere um pouco Matt, não me apresse, saio em um minuto."
"É o que eu estou pensando? Nós vamos transar? Você vai ao menos tentar?" Matheus pergunta confiante, mas não tão feliz quanto deveria.
Provavelmente já sabe como isso acabaria.
Arthur me olha tirando sarro de mim, e o vejo mordendo os lábios para segurar o riso.
"Quieto," digo dando um tapa no braço dele. "Sim, mas se afaste, não quero me sentir pressionada, se não, não consigo."
"Tudo bem, tudo bem."
Ouço ele dando uma rápida comemorada, se sentando na cama e tirando os sapatos, então me volto para Arthur novamente, que está quase gargalhando.
"Que vida triste você tem."
"Cala a boca" retruco. Limpo minha garganta enquanto tento bolar um plano. "É o seguinte, eu distraio ele, aí você sai do banheiro sem fazer nenhum barulho."
"Esse é o seu plano genial? Nem fodendo, o cara não é idiota, é claro que ele vai ver alguém saindo pelo banheiro."
"Então o que você quer fazer? Eu nunca levo ele lá pra baixo, nós sempre ficamos aqui, seria estranho se eu fizesse isso agora, ainda mais quando o 'vento' derruba minha maquiagem" faço um sinal de aspas com o dedo.
"Vocês sempre ficam aqui e nunca transaram? Nossa Sah..."
"Eu sei, eu sei... Eu tenho uma vida triste, sou patética, traio meu namorado, não precisa repetir" fecho meus olhos para impedir que todos esses pensamentos se tornem possíveis lágrimas.
Encosto minha cabeça na porta do banheiro e respiro fundo. Acho que estou tendo um ataque,
por que o ar não chega até meus
pulmões, e o pensamento de
perder Matheus não sai da minha
cabeça."Sah, para com isso, o estúpido do seu namorado não consegue nem te levar pra cama, é um idiota, qualquer um já teria percebido que você não estava sozinha aqui."
Eu me desencosto da porta e me viro para Arthur furiosa.
"Você não tem direito de falar nada, Arthur" me seguro para não gritar. "Você já devia estar calado pensando em um jeito de sair daqui. Na verdade você nem deveria ter vindo, então cala a sua boca e não ferra o resto da minha vida, você já fez o suficiente."
Ele segurou o meu dedo que aponto para ele e se aproxima de mim.
"Nunca aponte seu dedo para mim!"
"Eu aponto meu dedo para quem eu quiser, e se quiser eu te jogo dessa janela só pela raiva que você me fez passar!"
E de repente tenho uma ideia.
Engulo toda raiva que estou sentindo por Arthur ter vindo, ter destruído parte da minha pureza, por ter quebrado minhas maquiagens e finalmente me encontro com um raio de esperança.
"Vá pela janela!" Digo.
Arthur rola os olhos e se abaixo um pouco para ficar da minha altura.
"Você não acha que essa era a primeira coisa que eu pensei? Mas não é tão baixo assim, Sah, vou quebrar uma perna no mínimo."
"Bom, não seria algo tão ruim assim", cruzo os braços.
Ele me observa enquanto nós dois tentamos bolar um plano melhor.
Não posso mandar Matheus ir embora daqui, e não posso fazer com que Arthur desça pela janela, já que ele realmente poderia se machucar e fazer barulho, o que pioraria a situação por completo.
"Eu vou pela janela" ele diz finalmente. "Parece que você não tem capacidade o suficiente de entreter um homem sequer."
"Não tenho? Você não pode falar nada sobre isso, Arthur, você nem me conhece direito, não sabe nada sobre o que aconteceu enquanto você estav..."
Antes que eu termine de brigar com Arthur, Matheus me chama novamente.
"Sah, estou ficando preocupado, me deixe entrar," ele diz já nervoso. "O que você está escondendo? O que está acontecendo?"
Eu travo, não me mexo e nem o respondo, não consigo olhar pra outro lugar que seja a maçaneta da porta se mexendo enquanto Matheus tenta a destrancar.
"Vá logo pro quarto, eu me viro." Arthur parece estar mais furioso que Matheus, mas isso não é uma surpresa.
Eu fecho meus olhos e destranco a porta.
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Say my name
FanfictionSarah tem quase tudo o que quer. Dinheiro, popularidade, beleza, e um namorado maravilhoso, mas o que ela mais deseja não está ao seu alcance. Arthur é amado por todas na escola, e seu jeito bruto e sincero deixa claro que não quer que ninguém se in...