CAPÍTULO 03

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Quando ele falou do lado, era do lado mesmo, entramos no restaurante com referências aos tempos de faroeste, e caminhamos até uma bancada na qual tinha um barman fazendo algumas bebidas.

—  Prefere algo com ou sem álcool? —  Olhei para ele, prestando atenção em sua pergunta.

—  Sem —  Ele deu uma piscadinha.

—  Hey Jongho, tem como fazer duas bebidas sem álcool? —  Se direcionou ao barman, pelo jeito que falou, eles pareciam se conhecer.

—  É pra já!

—  Agora podemos escolher um lugar —  Deu espaço e passei na sua frente, escolhi uma mesa bem posicionada, nem muito escondida nem no meio do restaurante, fui a primeira sentar e San se acomodou ao meu lado.

—  Costuma vir muito aqui?

—  Bem observadora — Disse. —  Venho algumas vezes, os donos são meus amigos, então acabo marcando presença aqui muitas vezes. — Descansou os braços sobre o estofado. —  E você? Costuma sair muito ou é mais reservada?

Deixei minha bolsa no cantinho e tirei o casaco que vestia, o calor estava me deixando lenta e perdida.

—  Reservada, não costumo ter muito tempo para lazer, me obrigo a ocupar todo o meu tempo com diversos casos importantes. — Ele assentiu, sua expressão neutra e seus olhos focados em mim. —  Estou tentando equilibrar as coisas, não ser totalmente focada no trabalho quando eu preciso de um lazer mais normal, por assim dizer. —  Um micro sorriso escapou de mim. —  Mas me fale de você, que tipo de fotos você tira?

—  Ultimamente estou tirando mais fotos de pessoas, mas comecei tirando de paisagens, já até fiz alguns trabalhos pra fora focada em fotografias artísticas com ambos os elementos. — Balancei a cabeça. — Já o meu lazer é bem diferente.

—  Diferente? Qual é?

—  Eu gosto de fazer crochê no meu tempo livre — Sua revelação me deixou surpresa, não por ele fazer crochê, mas por horas antes eu ter dito que participaria de um evento sobre esse assunto.

—  Então você faz companhia às vovós de vez em quando.

—  Sou até amigo de algumas delas, fiquei chateado pensando que elas não tinham gostado de você —  Eu rir e ele me acompanhou, em seguida nossa bebida chegou, San sugeriu pedirmos algo para comer e concordei. — e sobre relacionamentos amorosos, digo, você tem algum tipo, alguma observação?

Bebi minha bebida e rapidamente pensei sobre sua pergunta.

— Faz um bom tempo que não tenho tanta proximidade quando o assunto é relacionamento amoroso, posso dizer que até mesmo me perdi no caminho, mas tenho um tipo sim, só não sei se irei falar por agora. — fiz suspense. — E observações é não ser nenhum dos caras que eu neguei hoje, me surpreendi que cinco minutos pode ser o suficiente pra gente conhecer o que precisa da pessoa.

—  E se sobre mim, o que achou? —  Já tinha enfrentado muitas perguntas difíceis, mas pelo visto San tinha conseguido uma que facilmente me travaria. — O que você conheceu de mim que foi o suficiente pra você?

—  A primeira é que com certeza quem esbarrou em mim foi você e a segunda é que você parece ser alguém que eu poderia passar mais de cinco minutos conversando. — Quando ele sorriu eu também sorri, sentindo que de algum jeito, de fato cinco minutos poderia ser uma hora com ele.

—  Podemos fazer essa conversa durar bastante — Nos encaramos e sentir meu corpo esquentar. — E em minha defesa, eu gostei muito de esbarrar em você.

Conversamos por mais alguns minutos, não sei exatamente se passou de minutos, mas quando vi, já estávamos voltando para onde meu carro estava estacionado. Quando cheguei perto, destranquei a porta e me virei para ele, aquele momento poderia ser um adeus ou um até logo.

— A gente poderia trocar números para nos vermos mais vezes — Ele sugeriu, pegando o celular do bolso.

— Boa ideia — Curvou o canto dos lábios, e começou a digitar enquanto eu dizia meu número. — É bom ter o seu também. — De repente, de dentro da bolsa, meu celular começou a tocar.

—  Agora você tem o meu também — Concordei, sorrindo para a tela e guardando o celular novamente. Olhei para San e senti uma vontade estranha, junto com o calor de antes, para beijá-lo.

— Então é isso… — Disse baixinho, vendo ficar mais perto de mim, ao ponto de sentir minhas costas contra a lateral do carro.

— É? — Indagou de um jeito que consegui entender antes mesmo da sua voz soar em meus ouvidos. Ele ficou bem mais perto, San era alto, mas por eu estar de salto nem sentia tanta diferença.

—  Depende.

—  Do que?

— Vai ser só cinco minutos? — Ele desviou o olhar, rindo baixo e voltando para mim.

—  Estamos falando da mesma coisa? — Balancei a cabeça, negando com a cabeça. — Imaginei, então acho que posso responder. Não seriam só cinco minutos, na verdade, nem perceberiamos o tempo. — Suas mãos repousaram contra meu carro, bem ao meu lado e envolvi minhas mãos sobre suas costas, sentindo seus músculos se contrairem sobre meu contato.

San inclinou a cabeça, depositando um beijo em meu pescoço, despertando arrepios por todo meu corpo. Subiu novamente e aproximou seus lábios dos meus, segurando minha nuca enquanto nossas bocas se tocavam e nossas línguas escorregavam uma na outra. Quando se afastou, apenas deu um segundo para retornar, dando beijos ao redor da minha boca e focando os olhos em mim. Só conseguia pensar como iria dormir depois disso.

— Eu estou em dúvida se é pra ir ou se devo ficar?

—  O que acha de nem um, nem outro? A gente ir pra um lugar e terminar isso aqui.

“ Não permita que o tesão e um homem gostoso fale mais alto que seu senso de responsabili…dane-se ”

Podia ouvir as vozes da minha cabeça discutindo enquanto San me beijava, aguardando minha resposta.

—  Eu acho uma perfeita ideia.

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