'' Cosmologia das Fadas ''

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- Como assim?! - Gale perguntou para mim, incrédulo sobre o meu sonho anterior, aparentemente, eu não tinha só um filho, mas uma filha também, eu era um tipo de Deusa ou entidade nestes mundos diferentes, e fiz semideuses... e aparentemente Gale e Astrid existiam nestes mundos, e sabiam quem eu era, Gale ficou perguntando sobre como ele era nos outros mundos, ele parecia mais animado do que aterrorizado, Astrid ficou pensativa, a algumas semanas atrás ela só era guardiã de uma floresta, e agora estava presa em uma historia maluca de dimensões alternativas e agora era Rainha do Inferno, eu entendo sua quietude, processar tudo aquilo me mataria, se fosse meu caso..

 Continuamos a andar pela floresta sombria, tão quieta e ao mesmo tempo tão barulhenta, latente e viva, nossa passagem por esta parecia infinita, inúmeros minutos se passavam e nada, nenhuma luz, apenas a escuridão e o barulho de pequenos insetos e animais correndo pelos lados, tão atordoados quanto nós, ao longe eu podia ouvir o estalar de uma criatura desconhecida, nenhum barulho que eu tivesse ouvido antes, não que me lembrasse, vi a silhueta de Astrid olhar para os lados, um tanto atônita para o barulho, e vi Gale sacar sua arma, talvez eles tivessem reconhecido com quem estavam lidando, até aquele clarão cobrir toda a floresta, tivemos o vislumbre da criatura, um tipo de pássaro grande, me lembrava um urubu da cabeça amarela, mas ele era muito, muito maior, ele quebrava e arrancava pelas raízes as arvores ao redor dele, tentando fazer seu corpo enorme caber naquela floresta densa, aquele pássaro tinha penas grossas, um bico bem afiado e seus olhos eram cobertos por um tipo de mascara feita de seu próprio crânio projetado para fora, formando um tipo de coroa nojenta, estávamos em silencio na presença daquela criatura, ficamos assim por alguns segundos, até que Gale deu um passo em falso para trás, quebrando um galho fino que fez um barulho muito alto, aquele urubu olhou na nossa direção, sem olhos, mas com ouvidos muito bons, vimos ele abrir a boca rapidamente, instintivamente Astrid e eu corremos fara frente, dei uma de minhas mãos para ela, sem saber muito o porque, mas meus instintos diziam que deveria fazer aquilo, Astrid elevou sua mão livre para frente, apenas ouvíamos o grito, o grito daquela urubu que regurgitava um tipo de energia plasmática de sua garganta, era um tipo de grito engasgado, era alto e fazia nossos ouvidos arderem, mas o escudo de Astrid foi forte o bastante para nos proteger daquele lodo de plasma que derretia tudo ao redor, Gale sacou seu cajado habitual e  conjurou um feitiço que provavelmente Omleth o ensinou:

-Altiare Potentia ! - mirando na florzinha no ombro de Astrid, a mesma pulou do ombro dela e caiu no solo, rapidamente criando raízes e sugando a magia feérica daquele lugar, crescendo e se tornando quase tão grande quanto nós, Astrid se impressionou, e logo comandou seu Pet para atacar.

-Frigidum Offa -a Planta de Astrid rapidamente sugou o ar ao redor, criando uma semente gélida em seu interior e atirando no urubu, que ouvindo o barulho da semente voando no ar, dispôs suas asas para frente, uma camada de gelo grosso se formava nas penas da criatura, que protegeu seu rosto, a Planta-Pet rapidamente voltou a sua forma normal,  o feitiço de Gale não era tão poderoso para durar mais tempo, mas serviu muito bem, o Urubu não podia mais levantar voo, ele pegou uma arvore com seu bico e jogou para nós, me movi tirando minha rapieira da bainha, ela se iluminou levemente com um tom arroxeado, cortei aquele tronco como quem passava manteiga no pão, respirei fundo e pesado, paralisada.

 não fazia ideia de como mataríamos aquela coisa, se é que podíamos. 

- Acho que podemos imobilizar ele com as plantas, Gale! preciso do seu cajado! - Astrid gritou , enquanto Gale rapidamente jogava seu cajado para ela, que ao empunha-lo, fincou-o no solo, fechando seus olhos enquanto Gale corria ao seu lado e eu ficava na frente dos dois, notei os sussurros de Astrid clamando pela deidade que ela servia, a mãe-terra, aquele Urubu jogou aquela baforada de gosma plasmática em nós novamente, minha rapieira cortava o liquido sem se desfazer, eu os protegia enquanto o encantamento era recitado.

- Allar Bi-En Caosg.... Emetgis! Ia-Idon!

Nox Gênesis: a cidade sombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora