'' Caminho do Esgoto ''

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 P.O.V Cassidy

Corremos daquele esgoto logo após o evento com aqueles magos caçadores, ainda não entendia a natureza daquele poder, não me soava nada como o que Astrid havia explicado, corremos e corremos até encontrar um tipo de porta de grade que dava para uma área fora de Athanor.

- Que ótima forma de começarmos uma jornada não é?  - Astrid colocou as duas mãos no rosto e puxou levemente para baixo, enfezada.

- Você viu que foi sem querer, poxa, eu não tinha a intenção de machucar ninguém, só quis proteger uma garotinha... 

-é... eu te entendo, mas agora somos fugitivas do único lugar que talvez tivesse uma resposta de como te mandar pra casa, talvez tenhamos que procurar em outro lugar.... mas onde? -Astrid e eu caminhamos um pouco mais até o meio da mata, já um pouco longe de Athanor, onde ela retirou de sua bolsa um mapa de toda a região, havíamos perdido bastante coisa na fuga, mas tínhamos um mapa! já era alguma coisa.

- E esse tal de templo das respostas? - Apontei para um lugar escrito a mão, numa região nevada.

- É o templo dos clarividentes, um bando de malucos que dizem ver o futuro, já fui lá uma vez e só falavam sobre futuros bobos e rasos, não acho que seja uma boa

- Paradas ai! - O Mesmo rapaz de antes e sua companheira nos acharam, ele parecia um pouco amedrontado, eu e Astrid já estávamos prontas para mais uma fuga, mas senti que ele não queria nos atacar, a ponto de estar segurando sua amiga para que não atacasse.

-Calma, Eu vi o que você fez pela garota e sua avó contra aquele cara, e desculpa pela atitude da minha amiga, ela julgou mal, por favor, deixe a gente ajudar, notei que você não conseguiu usar seu poder por vontade própria, eu também não consigo usar o meu... 

-uma falácia pra levar a gente pra prisão, ou pior, pra morte  - Astrid comentou sem acreditar naquele rapaz, já eu senti algo nele de sincero.

-Espera Ast, acho que ele esta falando a verdade, não sei por que, mas consigo sentir....

 Não sei explicar, mas conseguia ver dentro dele, assim como o boneco mal desenhado de Astrid, as linhas, veias, percorrendo todo o corpo do rapaz, com os dois núcleos, pude sentir o núcleo do coração, malformado, incompleto, enquanto o da garota ao lado dele tinha tanta força que suas veias e núcleos eram bem maiores que o normal, pulsando forte, olhei rapidamente para Astrid, ela tinha um Núcleo de cor verde pura, beirando um Neon, eu então relaxei meus músculos.

- Vamos mesmo confiar nas pessoas que nos atacaram agora mesmo? -Astrid comentou, um tanto indignada, mas parecia curiosa sobre minha atitude

- Vamos confiar neles, Ast, mas se tentarem alguma gracinha você pode fazer as honras.

 Ditei em alto e bom tom, o garoto fez uma expressão meio amedrontada, já a garota, sorriu, confiante.

-Cassidy Winter, essa é Astrid Black, é um prazer.

- Gale.. eu prefiro só Gale mesmo, essa é Mishell Fox, minha melhor amiga.

 Mishell se aproximou para um aperto de mãos, com um sorriso já não tão ameaçador e confiante, mas alegre e gentil, e com sua voz infantiloide, estridente e até meiga, ditou:

- Desculpa mesmo, fiquei cega pelos meus instintos, que bom que não aconteceu nada de ruim né? inclusive, meus ouvidos estão melhores já! 

 Foi ai que notei os ouvidos da garota, tinha sangue seco escorrido de seus ouvidos, talvez ela tenha se recuperado rapidamente e não ficado surda pelo seu Éther tão latente, já o rapaz Gale ainda parecia meio zonzo, Astrid fez o favor de curar os ouvidos dele, que estavam ainda zumbindo e levemente surdo, depois disso continuamos a andar para longe de Athanor enquanto as tropas não haviam chegado naquela região, compartilhamos nossas historias neste meio tempo e entendi então o por que desses dois terem escolhido ajudar a gente, eles também viam a opressão, ao menos Gale via, e odiava não poder fazer nada contra a tirania da rainha, Mishell era um pouco mais extremista, dizia que haviam motivos para Athanor fazer o que faz e tinha haver com o grande segredo que os alquimistas buscavam, mas que as vezes Athanor exagerava em seus meios de conseguir as coisas, e que poderia existir uma forma melhor de alcançar o segredo alquímico sem tanta dor, ela parecia meio hipócrita, é claro, mas acho que entendi o que ela queria dizer com tudo aquilo, existem meios que justificam o fim, mas existem exageros que não justificam nada.

Nox Gênesis: a cidade sombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora