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— Surpreso? — A garota era vários centímetros mais baixa do que o guerreiro viking, mas ela encarava Bjorn como se ele estivesse aos seus pés. Como se não bastasse de um inseto que ela poderia facilmente esmagar.

E em sua mente ela visualizou várias formas de fazer isso, enquanto os olhos de Bjorn devoravam cada pedaço de seu rosto. Uma frieza terrível assolou o peito da assassina enquanto a mente dela disparava e se enchia de culpa.

Estúpida!

Era algo típico de Aylin. Tomar decisões e fazer coisas quando estava cega pelas suas emoções, deixando que elas tomassem conta da parte racional do seu cérebro. Sua ida para Caligo era um bom exemplo disso, assim como aquele momento e vários outros que a colocaram em verdadeiro apuros. Era de se esperar que no auge dos seus dezesseis anos, quase dezessete, a assassina tivesse aprendido a controlar sua impulsividade, mas Aylin desconfiava que, quanto mais ela tentasse não se meter em problemas, mais problemas apareciam à sua porta.

Eu juro, eu não amo os problemas. Eles que me amam.

Aylin desviou o olhar de Bjorn por um segundo apenas para observar ao redor. Capturou o máximo de informações que podia naquele segundo, sua mente de assassina e auto-preservação falando mais alto do que as vozes em pânico que tentavam abafar seus sentidos. Ela viu uma mecha ruiva soprando pela abertura da tenda, com certeza era de Hans montando guarda do lado de fora e bloqueando a única saída para qual ela poderia correr. Viu os tios de olhos arregalados e espantados, menos Ivar que a encarava com interesse calculado. Viu Floki, os olhos marejados e distantes, como se contemplasse uma visão feita apenas para seus olhos. Ela viu muita coisa naquele segundo, mas também sentiu. Sentiu o frágil equilíbrio daquele momento como se estivesse prestes a se partir. Como se todo aquele silêncio pudesse ser preenchido por uma multidão estridente a qualquer momento. Aquele segundo, Aylin sentiu, era a calmaria antes da tempestade.

E a tempestade não demorou para chegar.

No segundo depois, quando Aylin se voltou para Bjorn, a assassina encontrou o viking rígido e parecendo estar prestes a entrar em uma batalha. O instante que ela levou para assimilar a expressão dele, foi o suficiente para que Bjorn passasse por suas guardas e de repente, sem que Aylin tivesse a chance de recuar, uma mão calejada e grande estava fechada em seu pescoço cortando o ar que ia para os seus pulmões.

— Bjorn... — Ela ouviu Floki dizer e ser silenciado por uma ordem furiosa de Bjorn.

— Que tipo de truque é esse? — Bjorn rosna, o nariz encostando no dela conforme a levantava pelo pescoço, os pés da assassina saindo do chão. — Seu rei pretende nos enganar com esse truque e depois nos matar? Não sou idiota. E você não é a minha filha!

Aylin arregalou os olhos conforme se debatia, enfiando as unhas na mão dele em uma tentativa de afastar o aperto. Mas Bjorn parecia não sentir nada ignorando os cortes que as unhas dela faziam em sua pele, e apenas apertava mais os dedos. A visão de Aylin começava a escurecer, pequenos pontos negros tomando conta de seus olhos e cobrindo a imagem do rosto retorcido em uma carranca de Bjorn. Ela se debateu mais um pouco, até sentir seu peito arder. Não apenas pela necessidade de ar, mas também pela dor, rancor e a raiva que já eram emoções muito bem conhecidas pela assassina. E depois sentiu aquela que mais temia: a fraqueza. Aylin reconheceu a amargura daquele sentimento assim que ele explodiu em suas veias. E então ela estava de volta ao rio, era Siggy e estava sendo arrastada pela correnteza fria e sombria.

The Strings Of Destiny| VikingsOnde histórias criam vida. Descubra agora