Se ela é uma serial killer, então o que de pior pode acontecer com uma garota que já está machucada?
Lexa só queria ter uma vida normal, longe das lembranças que a perseguia todos os dias, longe da nuvem escura que não saia de cima da sua cabeça
Cl...
— Tem certeza que vai pedir doces? — sua mãe, Abby, questionou, encarando meio incomodada — Você recusou quando suas amigas vieram te chamar
— Eu quero ir sozinha — Clarke fez um biquinho por baixo de sua máscara vermelha
Abby cruzou os braços e respirou profundamente — E você precisa mesmo levar uma faca real para isso?
— Uma não, eu estou levando duas — sorriu e puxou as duas facas de caça de um cinto em sua cintura, fingindo dar golpes no ar como um ninja habilidoso — Pim Blimm — bateu uma faca na outra, fazendo o som metálico ecoar
— Não
— Deixa ela, querida — Jake sorriu surgindo da cozinha com um pote cheio de doces em mãos, Clarke sorriu e se aproximou para pegar mas Jake puxou o pote para o alto — Não não, tem que pedir igual as outras crianças.
Clarke não se considerava criança, nem parecia mais com uma, mas gostava que seu pai lhe tratasse como sua garotinha
— Doces ou morte, tiozão? — apontou a faca para seu pescoço, Jake apenas riu e a deixou pegar alguns chocolates, Abby ainda desaprovou
— Se está com duas facas, não vai conseguir levar o potinho para doces — Abby ressaltou esse ponto negativo, observando a filha jogar seus chocolates em seu pote de abóbora, passando o braço por ele e o carregou como uma bolsa, tinha uma tampa então nada iria cair dali — Eu dou um jeitinho
— Certo, se divirta, minha... — seu pai gostaria de chamar de bruxinha ou fantasminha, como nos anos anteriores — Diabinha
— Eu sou um demônio, não uma diabinha — voltou a atenção a sua mãe — Posso ir? Por favorzinho
— Não sei, é meio.. exagerado? — Abby cruzou os braços, Clarke se aproximou toda mansinha e fingindo ser uma garota boa — Por favorzinho mamãe — a abraçou com força puxando a máscara para cima e beijando seu rosto algumas vezes — Por favor — beijinho — por favor — beijinho — por favor — beijinho, e repetiu isso mais algumas vezes
— Tá tá — a mãe revirou os olhos quando ela comemorou empolgada, quase correndo até a porta — VEJO VOCÊS MAIS TARDE! — saiu disparada pelo jardim, correndo animada e ajeitando a máscara novamente no rosto — É hoje que faço o Michael Myres parecer bonzinho
— Ela vai matar alguém — Abby alertou, olhando pela janela sua filha andando meio desengonçada e sorrindo feliz antes de cobrir seu rosto outra vez
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