HeavenXDionysus

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Depois daquele homem ter me deixado numa situação deplorável, ele mandou os seus empregados me prepararem um banho. Ele disse gostar de recolher as coisas que lhe interessam, então nesse caso eu devo ser um brinquedo aos seus olhos, algo que ele encontrou na rua, e que por mero capricho, ou então tédio, decidiu recolher.

- Mas que porra. – murmurei.

É frustrante, mas ainda que minha situação geral não seja boa, não posso negar que o banho que estou tendo a oportunidade de ter agora, é algo de outro mundo. Uma banheira grande, com água quente e ainda com o uso de produtos que deixavam o banho ainda mais relaxante. Em casa, é sempre a água gelada que custa a cair do chuveiro de PVC.

Assim que saí do banho, me foi entregue um roupão branco e eu fui guiado por um empregado á outro cômodo daquela mansão. Apesar do lugar cheio de empregados, era um silêncio completo. Bem diferente do buraco em que eu morava, onde era possível ouvir o som da madeira do chão ranger assim que pisava nela por estar solta e podre.

Antes de eu ter sido deixado sozinho de frente para a porta, me instruíram a bater na mesma, porém entrei de uma vez só. Me deparei com Taehyung sem camisa e com uma expressão de quem claramente estava com raiva. Mas meus olhos além de fixarem no físico esbelto, focaram em alguns pontos específicos no quais haviam algumas cicatrizes, provavelmente de cortes e uma de um provável tiro. Porém uma delas me chamou mais a atenção por ser a maior...

- Você não ouve o que os outros dizem? – perguntou sério. Logo se apressou para vestir sua social preta e abotoou os botões da mesma. – Não fique parado aí. Feche a porta e sente-se na cama. – dito isso, fiz o que foi pedido.

As cicatrizes devem condizer com o seu trabalho. Se ele é conhecido como o príncipe da máfia, é claro que ele deve ser alvo de muitas pessoas. Considerando que ele tem por volta de 32 anos, faz sentido que tenha mais que uma cicatriz no corpo...

- Devem ter sido dolorosas. – acabei falando sem pensar. Quando dei por mim, ele estava ao meu lado segurando uma caixa de primeiro socorros em mãos. Ao menos não parecia estar com raiva agora.

Ele suspirou.

- Além de não bater na porta antes de entrar, ainda tem a audácia de sentir pena? – soou incrédulo – Você realmente tem muita coisa para aprender, não é? – após essa fala, colocou o kit sobre a cama e pegou apenas uma pomada.

Sem dizer mais nada, parou na minha frente e então começou a passa-la em meu rosto. Especificamente no local onde ele me acertou com o chute. Estava dolorido, então acabei afastando por reflexo, mas ele insistiu em passar a pomada. Enquanto o fazia, meu olhar se direcionava em sei peitoral quase totalmente exposto devido á posição meio inclinada que ele precisava ficar. Conseguia ver mais de perto uma das cicatrizes, que provavelmente devia ter sido por um objeto afiado.

- Eu não preciso da sua pena. – tomou a fala mais uma vez – Então pare de me olhar desse jeito. – dizia enquanto focava os olhos no meu machucado. Passou também um pouco onde recebi o tapa – Essa pomada deve ser o suficiente para aliviar a dor e evitar que fique mais roxo. – finalizou colocando band-aid sobre o machucado mais evidente.

- Por que está fazendo isso? – questionei e dessa vez ele pegou um rolo de fita kinesio tape.

- Abaixe o roupão. – soou como uma exigência e o olhei sem entender – Abaixe o roupão. – dessa vez vi a cor das suas orbes mudarem de cor e instintivamente acabei o obedecendo – Então tem uma tatuagem nos braços. Pelo visto não é tão pirralho assim. – concluiu com um riso breve.

E desde quando tatuagem é sinônimo para dizer que eu sou, ou não um pirralho?

 Eu queria ter dito isso, mas só pelo olhar ele deve ter entendido o que eu pensei. A tatuagem começava em meu ombro e seguia até o meu pulso.

O príncipe da máfia - Taekook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora