Trabalho

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A ideia de almoçar fora de certa forma me deixou mais animado. Quero dizer, eu gostei de ter acompanhado Taehyung na visita ao orfanato, mas o “convite” foi o que me animou mais ainda. Quando chegamos achei que teria de me preocupar em estarmos em um restaurante chique, mas Taehyung pediu uma sala reservada pra nós. Achei que seria um bom momento para que pudéssemos ter uma conversa enquanto comíamos, mas ele não disse nada.

Comemos em silêncio, e por mais que a comida estivesse boa, e o espaço fosse confortável, a quietude entre nós era um incômodo. Só ouvia o som da minha própria mastigação, ou então o som da taça de vinho do Taehyung sendo enchida por ele mesmo. Até o simples ato de beber vinho, ele fazia com toda a maestria. Exatamente como...

- Um príncipe. – acabei dizendo o meu pensamento em voz alta. Taehyung que tinha acabado de retornar a taça sobre a mesa, me olhou buscando compreender a minha fala – Pensei em voz alta. – falei e ele franziu o cenho.

- Está incomodado? – questionou – Achei que escolhendo a sala privada, você conseguiria ficar mais á vontade. Não deu certo? – insistiu.

- Ah, não! Quero dizer, sim!

- Sim, ou não? Se decida.

- Sim, senhor!

Ah, mas que porra! Por que eu fui ficar tão nervoso como uma simples pergunta que ele fez? Por causa disso, agora ele está me olhando com estranheza, algo que não devia estar me incomodando. Mas com isso posso considerar que ele pensou mesmo no meu lado, certo?

- Por que o nervosismo do nada? – perguntou bebendo mais uma vez seu vinho – Que estranho. – eu devo estar mesmo agindo estranho.

Eu queria poder compreender melhor as atitudes dele. As vezes Taehyung toma decisões que não condizem muito com o seu trabalho, mas também penso que refletem o seu coração, - por mais que isso pareça um pensamento bobo.

Depois disso eu não consegui perguntar nada em específico, mas Taehyung ainda comentou uma coisa ou outra sobre eu estar trabalhando na Dionysus. Segundo ele, apenas em quatro dias conseguiram aumentar 20% dos lucros. Bem, eu atendi Hongjoong em dois desses dias, e nos outros atendi um grupo de mulheres no qual a maioria era ômega. Elas compraram muitas bebidas e outras substâncias por terem ficado animadas comigo.

E enquanto ele me elogiava, notava que não estaria tão contente assim em falar sobre esse lucro que eu dei. Depois de fazer os seus comentários foi que eu percebi a garrafa de vinho vazia, Taehyung acabou bebendo uma garrafa de vinho quase inteira sozinho nesse tempo de almoço, e eu não conseguia entender como ele estava sóbrio, ou melhor, aparentava.

- Por que fez aquilo mais cedo? – outra vez o meu pensamento saiu alto – Me desculpe, esquece o que eu perguntei...

- Você é curioso demais. Uma hora dessas essa curiosidade pode acabar te matando, sabia? – a voz soou embargada. É, o vinho estava começando a fazer o seu efeito.

- Sim, desculpa. – mas querer saber mais sobre você tem sido mais forte do que eu. Claramente ter esse tipo de pensamento cruza bastante a linha que nos delimita. Eu sou apenas um guarda costas, nada mais que isso.

- Bom, vamos indo se já acabou de comer. Preciso pegar alguns documentos em casa. – assenti.

Precisei auxiliar Taehyung na hora de pagar a conta e também quando saímos do restaurante. O motorista já nos esperava, então assim que entramos no automóvel seguimos o nosso destino. Não foi preciso mais que dois minutos para Taehyung acabar pegando no sono. Fiz com que sua cabeça ficasse repousada em meu ombro até que nós chegássemos, pensando que seria o mais confortável.

Quando chegamos, optei por não acordá-lo e então entrei com ele o segurando em meus braços. Ele parecia um príncipe dormindo e mesmo tendo que segurar ele em meus braços continuava o mesmo. Entrando na casa os empregados não ousaram dizer nada, afinal se o fizessem acabariam acordando Taehyung. Subi calmamente com pensando no quão boa era a sensação de tê-lo assim em meus braços.

O príncipe da máfia - Taekook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora