Intenções

69 15 1
                                    

Taehyung descobriu que Yeonjun era o seu filho, mas mesmo sabendo disso precisou permanecer neutro quanto à situação em que se encontrava. Eu não consigo imaginar ao certo o quanto ele deve ter sofrido durante 10 anos, achando que tinha o perdido, se culpando por tanto tempo por não ter conseguido proteger essa criança. O que eu pude sentir durante esses dias, eram suas preocupações, sua ansiedade e insegurança, misturada aos sentimentos de alivio e também alegria.

Quando eu chegava em casa, na maioria das vezes pela madrugada, ele ainda estava acordado sentado no sofá da sala. Via a sua expressão de preocupação e o que estava ao meu alcance era abraça-lo e dar o suporte que precisava. E era só depois de me ouvir falar sobre como foi o dia no hospital que ele finalmente dormia. Estresse do trabalho e o estresse de não poder estar com o próprio filho. Eu me sentia mal por não poder fazer mais para aliviar as coisas para ele.

Os pais não dariam as caras, isso eu esperava já que eles fizeram apenas uma ligação para saber se ainda estava vivo. Foi então que eu decidi tomar uma atitude. Depois que concordei com o velho Choi de ser responsável por acompanhar o Yeonjun no hospital, o chamei mais uma vez para termos outra conversa. O acordo foi de que quando Yeonjun recebesse alta, ele passaria alguns dias comigo, e que se fosse da vontade dele, futuramente, poderia até viver comigo.

Deixei claro que sabia da adoção e também sabia da ilegalidade da certidão, logo ele não poderia ir contra. Ele não sabe que Taehyung é o pai biológico e nem é necessário que saiba. Com isso, a minha intenção é que Yeonjun possa se acostumar com o Tae, que ele o conheça aos poucos. E agora, que estávamos juntos, queria que eles pudessem aproveitar. Que Taehyung tivesse um descanso dos problemas.

- Então o Jungkook é do tipo que se descontrola fácil? – Yeonjun disse enquanto me olhava – Ele parece ser bem calmo. Principalmente nas aulas que nos dá.

- Pode não parecer, mas ele é bem sentimental. Ele quase expulsou todo mundo do hospital por causa dos feromônios descontrolados.

Nós estávamos jantando numa casa de praia distante de Seul. Tudo estava preparado assim como Namjoon descreveu que estaria. A verdade era que vir para essa casa já estava detalhado nos passos que eu teria que seguir, a diferença era que Yeonjun estava conosco. Quando Namjoon teve a certeza sobre ele ser o filho de Taehyung, fez alguns reajustes nos planos e me enviou novas coordenadas através do Yoongi que esteve por perto patrulhando o hospital.

- Vocês irão compactuar para falar sobre mim agora? – tomei a fala enquanto os analisava. Eles concordaram juntos – Só para deixar claro, eu não me descontrolo. Acontece que eu estava tão preocupado com vocês, que acabei me descuidando um pouco... Mas eu não sou de perder o controle! – frisei – Na verdade, o Taehyung que tem problemas com isso. Ele chutou o meu rosto na primeira vez que nos vimos.

Yeonjun começou a rir.

- Isso teria sido bom de ver. – instantes depois de ter percebido o que disse, Yeonjun parou de rir e pigarreou – Quero dizer, nas aulas ele nunca apanhou ou tomou um golpe, então eu... Desculpe.

- Não se desculpe, Jun! – disse Taehyung. Em poucas horas ele conseguiu ter mais intimidade para chama-lo assim – Eu realmente fiz isso, mas naquela época o Jungkook era bem rebelde. Me desrespeitou, sendo que eu sou mais velho do que ele. E se tem uma coisa que eu não gosto, são de pirralhos ignorantes e mau educados.

- De novo essa de pirralho. – comentei.

- Mas ser rebelde é uma característica dos alfas, certo? – Yeonjun questionou – Os alfas não costumam ser agressivos e ter picos de raiva em alguns momentos? O meu professor de ciências disse isso em uma das aulas. Se seguir essa linha de raciocínio, vocês só estavam sofrendo desses picos.

O príncipe da máfia - Taekook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora