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Narrador.
Gothel o criou como seu filho, e com o tempo descobriu que quando escovava o cabelo do garoto e pedia para ele cantar a canção, acontecia a mesma magia que a flor dourada transmitia para ela. Então, ela começou a usar isso ao seu favor, ela tinha descoberto sua flor magica pessoal, e faria de tudo para esconder-la do mundo.
– Por que eu não posso sair? – essa era uma duvida constante, que o loiro tinha.
– O mundo é perigoso demais, cheio de pessoas terríveis e egoístas, eu quero você aqui onde está seguro você entende minha flor? – a mulher disse enquanto escovava o cabelo do garoto.
– Sim mamãe – disse o menino, não tão convencido do que sua "mãe" sempre o respondia.
Mas as paredes da torre não escondiam tudo, e todos os anos, o menino ia para a janela da alta torre, onde era sua casa até então, para observar as luzes flutuantes, com sua esperteza ele logo percebeu que era sempre na mesma data e época, seu aniversário. Mas sua "mãe" não gostava da ideia dele ver isso, e por isso sempre trancava a ventana para o pequeno, não observar-las, mas quanto mais ela forçava ele a não querer ver-las mais ele dava um jeito de conseguir.
Sempre que ela ia dormir, no meio da noite ele descia a longa escada de madeira e ia em direção a janela e a abria silenciosamente, e apoiava-se em seus curtos braços para admirar o céu com inúmeras luzes, parecia tão distante mas ao mesmo tempo tão perto dele. Ele amava isso e gostaria de um dia, conhecer de onde vinha todas elas.
A verdade era que, o Rei e a Rainha tinham esperança de seu amado filho estar perdido, e que esses balões fariam ele lembrar o caminho de casa de volta.
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Alguns anos...
Edward H.
– Ainda bem, que o Pascal não está aqui fora – disse fingindo não ter o visto, mas ele estava camuflado na frente de um vaso de planta.
– Te peguei! – o puxei com meu longo cabelo, ele me ajudava com muitas coisas – Ganhei as duas rodadas amiguinho estamos vendo um perdedor aqui – disse rindo de sua cara, que me olhava serio e logo me mostrou a língua, revirei os olhos rindo, e fui para meu cantinho.
Ele ficava escondido, já que imagino que a mamãe não gostaria da arte que estou fazendo, que era o meu grande sonho, as luzes. Desde pequeno eu sonho com elas e espero um dia vê-las de perto.
Abro a cortina, que eu mesmo bordei e costurei no formato da parede para cobrir e evitar grandes confusões, e ja pego minhas tintas e pincéis, coloco as cores na paleta e ja começo a pintar. Passando algumas horas vejo que o sol já está radiante demais, o que anuncia que é o meio do dia, e eu tenho que cozinhar. Saio do meio das tintas e fecho a cortininha antes, e já vou tomar um banho para me limpar de toda tinta.
Meus longos cabelos no banho, sempre foram um problema, mamãe nunca deixou eu cortar, e eles também brilham, mas nunca entendi o por que e ela também não me explicou, então acabei desistindo, talvez o segredo do meu cabelo seja o mesmo do por que eu não saio daqui, mas também isso é só uma hipótese da minha cabeça atoa. Termino meu banho, e logo vou enxugando meu cabelo.
Vou para a cozinha, onde tudo é de madeira e com pequenos detalhes lilás, uma gracinha. Começo a preparar uma sopa de legumes e deixo algumas frutas para Pascal, que sumiu logo depois que viu uma borboleta, bobo.
Começo a cortar os legumes, com muito cuidado, enquanto a panela já está com água fervente, jogo eles lá dentro e mecho, fecho com a tampa e deixo cozinhar, começo a preparar o molho e a mesa. A mesa tem somente duas cadeiras, minha e da mamãe, e falando nela ela está fora de casa num lugar muito longe daqui em viagem, para ver algumas frutas e comidas para a gente se alimentar e ela não precisar sair tantas vezes assim, moramos muito longe dos armazéns.
Finalizo a sopa e logo escuto uma voz muito conhecida me chamando.
– Harry, jogue seus cabelos! – era a mamãe.
Vou correndo para a entrada da nossa casa, que é muito alta por sinal, e jogo meus cabelos.
– Aqui está mamãe – digo fazendo força para ela se sustentar e subir. Isso nem dói para falar a verdade, ele é tão longo e pesado que não sinto.
Mamãe é uma mulher alta, e com longos cabelos escuros, seus olhos transmitem medo para quem a vê, e seu sorriso não é muito sincero às vezes.
O cheiro estava maravilhoso, mas ela nem vai elogiar imagino, vai começar a falar como foi sua saída e perguntar se já escovei o cabelo, como sempre.
– Minha saída foi longa demais, estou com dor nos meus pés, acho que vou descansar um pouco, já escovou seus cabelos? – na mosca, pensei. Ela sempre faz isso comigo, talvez ela nem perceba, mas hoje era diferente iria fazer dezoito anos já, meu pedido seria sair desse lugar, eu amo a minha casa, mas também quero conhecer novos lugares que nem ela.
– Sim mamãe, e fiz o almoço, sente aqui já trago a comida – digo arrastando uma cadeira para ela se sentar.
Pego a panela e levo em direção à mesa de madeira, falando com ela, vamos lá Harry junte coragem.
– Mamãe, você se lembra oque tem esse ano? – digo sorridente me sentando na cadeira e me servindo.
– Não? – ela diz confusa.
– Deixa eu te contar! É meu aniversário! – digo alto e alegre.
Ela riu, eu falei algo de errado?
– Mas querido eu me lembro bem, foi no ano passado. – ela começou a se servir e cantarolar uma canção qualquer, como se não desse caso para meu falatório.
– Mas essa é a graça dos aniversários, são um evento anual. – eu digo um pouco mais baixo.
Houve um breve silencio até eu quebrar novamente.
– Esse ano eu quero ver as luzes flutuantes, me leve por favor até lá embaixo – digo em tom suplicante para ela aceitar. Já havia pedido inúmeras vezes talvez por ser uma data especial ela me acompanhe.
– De novo isso Harry! – disse gritando e sem apelidos. Ela está brava, e começo a me culpar. Burro, burro, burro.
– Mas- digo mas logo ela me corta com um grito.
– Você não vai sair dessa torre nunca! Consegue entender de uma vez por todas? – ela diz ja se levantando e vindo e minha direção.
Fico com os olhos arregalados e com muito medo do que ela poderia fazer comigo.
– Ótimo agora eu sou a vilã, eu saberia que esse dia chegaria, o ninho já nao te satisfaz mais não é? O mundo é assustador, tem homens do mal, cobras, você é imaturo e tonto não vai saber se virar, te criei sendo bobo e ingênuo eles vão te devorar, me obedeça por favor por que, sua mãe sabe mais. – ela diz virando as costas.
Tranco as lágrimas na garganta e falo com a voz pesada.
– Então me traga uma tinta, pode ser aquela branca de tom aveludado – digo juntando os pratos da mesa, e vejo que mal consegui comer.
– Mas isso é de muito longe querido vai demorar meses. Tem certeza que consegue ficar sozinho esse tempo todo? – ela diz, ja se vestindo e pegando sua cesta onde carregava tudo que precisava.
– Sim mamãe, boa viagem – digo virando as costas já e começando a lavar a louça.
– Certo, escove os cabelos e não suma daqui, e jama- corto ela e termino sua frase de sempre.
– Jamais abra para homens ou mulheres que dizem me procurar ou comerciantes, eu sei me virar, adeus mama – digo pegando meu cabelo, fazendo menção para ela ir embora mais rápido possível.
Ela me olhou com firmeza e abriu um sorriso mínimo e se enganchou no meu cabelo e desceu da enorme torre.
– Tchau minha flor – ela diz sumindo da minha vista.
– Estarei aqui, sempre estou aqui. – digo me virando e puxando meu cabelo, e correndo para meu quarto me afogar em lágrimas, oque tem de errado comigo? – fico pensando.
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tangled ❀ l.s
Roman d'amourUm garoto de cabelos dourados e mágico, e um ladrão perdido no meio da floresta, dois procurados por todo o reino. Baseado no filme Enrolados.