27 de agosto – Dias atuais – Cas tem 16 anos. Dean tem 19 anos.
(...)
-Isso é loucura. - responde Sam.
-aham, assim como era loucura no ano passado? –
Silêncio.
Sammy congela por um momento. Dean deseja, por Deus, que ele não jogue a xícara de café quente, na cara do pai. John diz isso com a voz fria e reta, e sua farda em tons pastéis e marrom, da delegacia de polícia de Lawrence, só deixa todo o discurso mais dramático.
Dean vê Sam suspirar e fechar os olhos, fortemente. Mandíbula tensa, e lábios pressionados, enfeitam o rosto dele.
-...só estou dizendo que você não precisa me vigiar o tempo todo. Deus! – ele responde parecendo exausto.
-se você atendesse a merda do telefone, eu não precisaria. Você se atrasou no seu primeiro dia de aula!-
-eu já disse onde estava, pai. Se você não acredita, eu não posso fazer nada quanto a isso. -
E o looping começa de novo. Acusações e defesas, provocações e decepções. Nenhum dos lados esta perto de ceder, obviamente, mas mesmo assim não param de falar.
As coisas pareciam estar indo para um ponto onde ficariam mais fáceis, depois que Sam voltou da clínica. O pai e Dean faziam tudo para não tocar no assunto. Dean porque sabia que Sam não estava preparado, e John porque não sabia como. Ultimamente a ordem das coisas mudaram, pelo menos para John. Ele não faz questão de esconder a desconfiança e nem perde uma oportunidade de lembrar Sam do ocorrido. Dean odeia isso. Ele não acha que esse seja o caminho certo pelo qual as coisas devam correr. Não é disso que Sam precisa. Não foi culpa dele. Pelo menos não em totalidade. E por mais que Dean preferisse que o pai não fizesse essas coisas, ainda assim não pode o julgar, pois sabe que John só faz isso, em momentos que sente que Sam pode cair mais uma vez.
Esse medo bate em Dean todos os dias, e ele nem pode imaginar o quão aterrorizado John fica com a possibilidade daquele pesadelo acontecer mais uma vez. Ele ficou devastado quando viu Sam desacordado no hospital. O rosto do pai não tinha uma gota de cor, e tudo que ele pôde fazer, pelos cinco dias seguintes, foi respirar. Nenhuma palavra foi dita. Nenhuma ação foi feita. John estava da mesma maneira que ficou com o acidente de Mary, há quinze anos. Dean tinha três e ainda se lembra. Sem cor, e sem palavras, do mesmo jeito.
Não, Dean não vai julgar o pai. Mesmo não concordando, Dean o entende.
-se está tão desconfiado, pergunte para o Garth. Ele também estava se inscrevendo nas atividades extracurriculares. E a Josie, e a Madison, e quase todos os meus colegas de classe. – diz Sam, falando com o pai em um tom mais baixo e terno do que o de antes. Ele está cansado.
John faz uma pausa aparentemente considerando a trégua muda, e quais palavras usar em seguida.
-eu vou perguntar, sim. – ele diz duro como sempre.
Sam respira fundo. John toma um gole do seu café preto.
Antes da intervenção, Sam e Ruby saiam cedo e voltavam só de madrugada, Dean se lembra. O mais novo e John brigavam todos os dias e era um inferno. Depois do incidente, todos pareciam ter ficado mais maleáveis e cuidando mais um do outro. Sam nem saia de casa, e John não pegava no pé dele por nada que o garoto fizesse.
Agora já se passaram sete meses. Sam quer voltar a ter uma vida normal, de um adolescente normal, e John ainda não consegue confiar nele. Dean também não, ele tem que admitir, mas a abordagem dele e a do pai são diferentes.
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Me in your Sweater (Destiel)
FanficÉ importante considerar que Dean Winchester personifica o ideal adolescente americano. Ele lidera o time de futebol, atrai a atenção das garotas, suscita inveja entre os rapazes e é de uma beleza avassaladora. Em contraste, Castiel é visto como um g...