De volta a Duskwood

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Embora a casa não fique exatamente em Duskwood, tive que passar por lá para chegar até aqui. Estou com uma sensação de frio na barriga e meu estômago está se contorcendo de nervosismo, estou mordendo minhas bochechas, e já sinto o gosto de sangue.

Está casa é muito longe, o endereço e o horário estavam no convite, e cheguei uns minutos atrasada, ainda assim, vejo carros estacionados na frente, e as luzes da casa estão apagadas.

Acho uma vaga e estaciono o carro, decido não pegar minhas coisas agora, quero cumprimentar todo mundo e ver o que está acontecendo. Coloco a minha jaqueta e as mãos nos bolsos, porque está tarde e frio.

Me aproximo, o grupo está disperso e ainda não chegou todo mundo pelo que posso ver, não sei se acharam que eu não ia vir ou se queriam mesmo que aqui estivesse aqui.

Hannah já está aqui e é a primeira a me ver, surpreendente, ela me lança um sorriso, e seus olhos brilham quando me vê.

— Maria! Você veio! — ela me alcança e me abraça forte, eu sorrio mas não tiro as mãos dos bolsos. — Que bom que está aqui!

— Obrigada por me convidar! — respondo sorrindo tentando ser simpática.

— Claro que sim! Você é minha heroína! — Hannah responde.

— Hey! Maria, prazer conhecer você finalmente! — Phil me abraça.

— Oi, Phil! — retribuo o abraço, de novo sem tirar as mãos dos bolsos.

— Pena que você foi embora sem nos vermos no ano passado.

— Verdade, desculpa, eu fui embora depois de ver que a Hannah ficaria bem. — lanço um sorriso rápido.

— Tudo bem, entendo, você tinha as suas coisas pra fazer. — responde ele.

Um outro grupo está sentado próximo a porta, sentados na escada, vou andando até lá, quero ser superior, vou ser a rainha da popularidade, a miss simpatia e mostrar que o que eles fizeram não me afetou em nada.

Coloco um pé no degrau e uma das mãos no corrimão, abro meu sorriso mais simpático e falso, então, olho para Cleo e Jessy.

— Oi, meninas, como estão?

— Maria, que bom que está aqui! — Jessy se levanta e me abraça. Falsa. De todas as pessoas a traição dela em me ignorar completamente foi a que mais doeu, e o fato dela me abraçar agora como se fôssemos amigas íntimas, como se nada tivesse acontecido dói.

— Oi, Jessy, quanto tempo! Como você está? — retribuo o abraço.

— Estamos bem, que bom que veio!

— Obrigada, Cleo.

— Acho uma boa ideia estarmos todos aqui de novo, em novas circunstâncias, é claro. — comenta Cleo.

— Nem todos. — comento.

— Verdade. — Cleo afirma e abaixa a cabeça.

— Por que estamos aqui fora no frio? — pergunto.

— Dan está com a chave e ainda não chegou, está atrasado como sempre. — me informa Jessy com a cara fechada.

Justamente após ela dizer isso, é como se ela tivesse conjurado o Dan porque ele e Thomas chegam juntos. Eles descem da caminhonete, e Dan já levanta as mãos em inocência.

— Eu sei, eu sei, atrasamos, mas chegamos, estamos aqui pra essa droga de aniversário, então, vamos lá. — ele diz ignorando todo mundo, e indo até a porta a abrindo.

Vou até meu carro e pego minha mochila e minha mala, sem dizer nada Phil se aproxima e pega minha mala da minha mão e sorri, ele vai até a casa e entra.

Reencontro marcado - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora