Homem Sem Rosto

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Quando volto para a sala antes que eu possa me sentar de novo ou dizer algo a luz cai e todos gritam "buu" e menos de um segundo depois a luz volta os fazendo gritar "eeee" e erguerem suas bebidas, mas a felicidade não dura muito já que a luz cai de novo e dessa vez ela não volta.

— Mas que merda! — grita Dan.

— Alguém acende uma lanterna! — diz Cleo e várias lanternas de celular são ligadas.

— Pessoal, eu vou lá embaixo ligar, já volto. — digo já andando em direção aos fundos da casa.

— Eu vou com você. — Jake fala andando em minha direção.

— Não precisa, fiquem aqui que eu já volto. — pego a lanterna que o Phil tinha deixado na bancada.

— Não podemos nos separar é assim que as pessoas morrem. — brinca Phil.

— Cala a boca. — Dan joga uma almofada nele.

— Voltamos logo. — Jake responde.

Então, vamos andando para a parte de trás da casa, abrimos a porta e começamos a descer os lances de escadas em silêncio, mas sinto Jake me lançando olhares, mas não vou dizer nada antes dele.

Chegamos de novo no gerador, estar aqui com o Jake me deixa nervosa, quero terminar isso o mais rápido possível e voltar lá pra cima, estou começando a achar que foi um erro ter vindo aqui.

— Pode apontar a lanterna para o armário, por favor? — pede ele e eu aponto. Ele está olhando e fuçando as coisas como o Phil fez mais cedo, ouço um barulho de coisa caindo mais ao fundo dele e aponto a lanterna atrás do Jake, mas não tem nada.

— Você ouviu esse barulho? — pergunto.

— Não ouvi nada, deve ter sido um rato, ou somente a casa mesmo, é velha, pode voltar com a lanterna aqui?

— Claro, desculpe. — falo baixinho me concentrando de novo onde devo apontar a luz. Mas dessa vez ouço outro barulho, de algo pesado caindo. Jake olha para atrás e depois olha para mim.

Ele pega a lanterna e vai andando devagar para mais fundo do porão, e eu vou atrás dele, está completamente escuro aqui, tem teias de aranha por quase todo o lugar, e está tão silencioso que consigo ouvir minha respiração e a do Jake. Quando ele se afasta um pouco, eu permaneço parada e ficamos alguns passos distantes, viro para o lado direito e olho para o chão.

Está com pouca luz já que Jake se afastou um pouco, mas ainda assim estou vendo, minhas mãos estão tremendo, me agacho no chão e alcanço a máscara, a máscara do homem sem rosto.

Me coloco de pé de novo e Jake me alcança, ele aponta a lanterna para a máscara e franze o cenho.

— Isso está aqui desde o ano passado? — pergunta ele.

— Mas como? Este lugar pode ter sido alugado diversas vezes depois do que aconteceu, ninguém veio aqui todo esse tempo?

Jake não responde, apenas dá a volta por mim e liga o gerador que acende a luz verde, me viro para ele e ouvimos um grito alto feminino no andar de cima, trocamos olhares aterrorizados e corremos de volta lá pra cima.

Quando chegamos na sala novamente, está tudo normal, o grupo ainda está bebendo e conversando, dando risada, olho para o Jake em confusão que me olha da mesma forma.

— O que aconteceu com vocês dois lá embaixo? Vocês estão pálidos. — diz Dan.

— Como assim? Ouvimos um grito horrível lá debaixo. — respondo.

— Não ouvimos nada. — diz Lilly. — O que é isso Maria? — aponta para a máscara em minha mão.

— Cadê a Hannah? — pergunta Jake, mas antes que alguém possa responder a luz cai de novo e ouço o som de frustração nas respirações deles.

Reencontro marcado - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora