O ser mais lindo de todas as dimensões.— VAI PRA PORRA, PORRA!
Gritou o rapaz com seus olhos negros fervilhando em raiva palpável, em suas mãos segurava um pequeno graveto, na qual, fora a única coisa que ele encontrara por perto para se proteger dos dois machos horrorosos e sedentos por sangue em sua frente. O seu corpo tremia a cada passo que os machos davam em sua direção, ele olhava para ambos entre piscadas rápidas e conseguia sentir uma gota de suor escorrendo pela sua têmpora. Afinal como chegara a essa situação? Começou a repensar seus passos minuciosamente em sua mente.
Uma hora antes...
A pouco menos de uma hora o rapaz estava se espreitando na floresta, vendo vagalumes iluminarem as sombras do local escuro, a grama começava a se molhar com o sereno, alguns galhos rangiam a cima dele com a brisa da noite. Ele não percebeu onde ou quando ele passou a escutar uma melodia, era... Música? Como pode ter tal coisa em meio a uma floresta, quando pensou em dar meia volta, pensando que era perigoso, mas algo puxou sua atenção de volta á direção do som.
-Por aqui...
Aquele tom cálido já o tentara uma vez, ela o levou a liberdade, e esse foi o motivo que o fez acreditar que se ela o chamava, era porque tinha algo ali que deveria ver. E assim ele fez, caminhou na direção do som lindo que vinha com a brisa, a cada passo, ele podia escutar mais e mais risadas, tambores, conversas. Não era só música.... Era uma festa!
Ele estava a um passo de participar da folia, tudo era fascinante, tantos cheiros, cores, fêmeas e machos de cortes e espécies diferentes no mesmo lugar, quando isso havia acontecido? Não se lembrava da ultima vez que vira algo tão maravilhoso, seus olhos chegaram a arder e seu nariz a formigar. "FOCO" o rapazinho pensou. Ele não era assim... após uma respiração funda, ele finalmente deu um passo, entrando de vez na farra com aqueles feéricos. O rapaz viu não uma, mas várias fogueiras enormes, o som crepitante do fogo era de alguma forma reconfortante para ele.
Depois de alguns minutos, ele finalmente encostou-se a uma árvore, onde passou a observar tudo com certo carinho e com um sorriso que parecia mais orgulhoso de que feliz. Um vulto passou pelo canto do olho esquerdo, e isso o assustou, ele virou o rosto rapidamente era um braço o prendendo na árvore. Com medo, ele se vira novamente para frente... Um macho, ele tinha olhos castanhos e um cabelo loiro palha que parecia sujo, era tão pálido que por algum motivo era quase verde, não aparentava ser muito forte e tinha dentes amarelos e um pouco tortos, e estava o encarando de forma sedenta e predatória:
- Ora ora, o que temos por aqui - O homem segurou o rosto do menor com a mão livre apertando com força as bochechas do rapaz - Tão frágil e pequeno, cabe até na palma da minha mão.
- Mas que por... - o homem apertou ainda mais suas bochechas, o interrompendo de falar.
Outro macho chegou ao lado do anterior, este tinha asas cartilaginosas, um illyriano?... Não era algum outro tipo de feérico desconhecido. Este era um pouco mais forte que o anterior, ele tinha cabelos pretos levemente longos, uma barba mal feita, seus olhos eram tão azuis que quase se tornavam brancos. Havia uma cicatriz enorme que parecia ir de sua testa até o peito, este deu ao garoto o mesmo olhar e o sorriso do anterior. Mesmo com um pouco de medo, o que o pequeno mais pensava era: "Esses são os machos mais feios que já vi em toda minha vida.", e demonstrava um pouco disso em seu olhar. O outro macho aproximou o rosto como se estivesse o analisando melhor:
- Uou, é realmente um humano! Inacreditável, como ele conseguiu chegar até esta área sem morrer?
- Consegue imaginar algo assim? - apertando mais o rosto dele, ele vira o analisando, mesmo quando o menino tentou segurar em suas mãos para soltá-lo - Que sorte nós tivemos esta noite, vai na frente abrindo caminho, eu levo ele.
Ao escutar isso, o garoto mexeu o rosto bruscamente e mordeu entre o dedão e o indicador do feioso que o segurava. Um grito muito fino saiu do homem pálido, ele se viu livre, mas não se deu o luxo da gloria já que os outros estavam furiosos. O moreno tentou agarrar o garotinho, porem ele foi mais esperto e passou por de baixo das pernas abertas dele. O rapaz começou a corres sem rumo pela festa. Ele desacostumara a correr, estava bufando, ele olhou para traz... Nesta pequena fração de segundos ele se choca em algo, ou melhor, alguém, mas já era tarde, ambos estavam no chão. Ele se levantou primeiro, e ao observar melhor viu a sua frente uma ruiva de cabelos cacheados, sua pele parecia ter sido beijada pelo sol, e quando ela levantou os cabelos que cairão sobre seus olhos durante a queda, viu um belíssimo olho amarelo, parecia ser o próprio sol. Sons de susto puderam ser escutados atrás, e esta foi sua deixa para correr antes que a garota também quisesse mata-lo... Ou talvez já fosse tarde para isso.
Os machos se aproximavam cada vez mais agora:
- SOCORRO! SOCORRO!
Era a única coisa que ele conseguia gritar, e da mesma forma saia meio... Antiga, ele continuou até se ver novamente na floresta e sentir seus pés descalços tocando a grama novamente, o mesmo só parou ao sentir que estava longe o suficiente, o jovem se apoiou em suas pernas e respirou fundo novamente, mas isso foi um erro:
- Pegamos você - disse uma voz atrás dele. O loiro caiu de não muito alto, e o alado desceu calmamente logo depois.
O rapazinho no susto procurou algo ao redor, tinha apenas um graveto, então foi isso mesmo que ele pegou. Porem ele estava encurralado, não havia para onde correr... E foi quando viu a garota dos cabelos vermelhos chegando calmamente por trás dos homens, "ajuda!" pensou ele, isso o deu um pouco mais de confiança, mas ele não viu ela terminar de dizer quando gritou um lindo e simples:
- VAI PRA PORRA, PORRA!
Os homens arregalaram os olhos com a ação dele. A garota deu um tapa na própria testa, fazendo com que ambos se virassem para ela:
- Ei, saia! Aqui não é lugar para mulherzinhas - falou o loiro desgrenhado.
- Mulherzinha? - soltou a garota com um tom irritadiço, mas com um sorriso orgulhoso. Ela se levantou colocando o antebraço direito atravessando a frente da barriga e apoiando o cotovelo do outro braço sobre a destra em quanto sua mão esquerda fica cerrado para cima - Se eu sou tão fraca como diz, por que não vem tentar a sorte?
Sem pensar duas vezes, ele avançou, o outro macho apenas observava, a fêmea desviou do oponente, fazendo o mesmo cara cair com tudo no chão, o que deve ter dado a ele uma fratura no nariz, pois ele deu um grunhido de dor, e então voltou a ficar de pé, a garota riu como se o caos fosse algo lindo:
- Ora sua fêmea mal amada, venha já aqui. - Parecia que o rapaz ira soltar fogo pelas ventas a qualquer minuto.
Era como uma linda dança as esquivas da garota, ela estava brincando com sua vitima, quando percebi, ela também o estava cortando com uma pequena e reluzente adaga, a qual eu não tenho ideia de onde saiu. Aparentemente o observador também percebeu, e quando o mesmo começou a andar, o jovem rapazinho cruzou o espaço entre eles. Eu estava em suas costas quando o cutucou, logo em seguida o homem se virou meio irritado:
- O que foi porra?
Foi a ultima coisa quer se pode escutar dele antes de o graveto do menino ser enfiado em seu olho esquerdo, o que o fez urrar de dor e se encolher até o chão, olhando um pouco a frente o loiro estava todo cortado e com as mão entre as pernas, onde saia muito sangue, ELA CORTOU AS BOLAS DELE? Não deu muito tempo de pensar antes de ver um vulto vermelho o puxando para a mata, era ajuda?
Ela finalmente parou depois de um tempinho, quando ele foi respirar e agradecer, a garota voou em meu pescoço, fazendo ambos rolarem, ele tentava fugir e ela continuava atacando, depois de alguns giros, ambos rolaram para baixo em um morrinho, o que fez eles caírem em um riacho, foi quando eles se soltaram, a garota parecia brilhar de ódio quando se levantou cerrando os punhos e rangendo os dentes:
- Seu merdinha, quem é você pra sujar meu vestido? Como chegou aqui humano? Na verdade pouco me importa, pois você logo estará morto.
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Corte de Chamas e Fumaça
FanfictionDuas almas entrelaçadas pelo mesmo destino cruel agora se reencontram para mudar o percurso na qual foram obrigados a trilhar. A filha do fogo, criada e moldada para matar. O filho da escuridão, roubado e sepultado para morrer. O que o...