Aruna Cortland
A feérica e o humano rolaram até despencar em um riacho, Aruna conseguiu nadar até a superfície, porém, O humano se debatia nas profundezas da água. Ela fintou as bolhas de ar, poderia deixar ele ali para morrer depois de tudo que a fez passar, mas algo dentro dela lhe puxava para salvá-lo. Algo como empatia ou peso na consciência, ou era isso que ela queria acreditar.
- Maldito seja! - rosnou antes de mergulhar para buscar O humano.
O fundo era um breu iluminado somente pelo luar que lhe permitia visualizar por onde nadava, o rastro de bolhas que levava para mais fundo logo começaram a desaparecer, era questão de minutos até o humano perder o total fôlego que lhe restava, foi então que Aruna encontrou-o perdendo o restante de suas forças. Ela tentava de tudo para se aproximar do humano, mas o breu dificultava suas tentativas. Uma onda de calafrios rasgou-se como raio em sua espinha, Aruna e o humano não eram os únicos naquele riacho.
Medo, o sentimento que muitos feéricos detestam admitir que possui por causa de seu ego maior que sua arrogância. Mas Aruna já havia provado do medo, o mais primitivo e macabro que um feérico poderia sentir, entretanto, se fora o tempo que ela sentirá isso.
Aruna tinha uma terrivel visão e a água era turva demais e isso não ajudava, o arrepio se intensificou quando sentiu em seu braço algo pegajoso e sedoso, era mais gélido que a própria água, uma barbatana.
Um espectro de água havia agarrado seu braço.
- Presa fácil, comida fácil. - Cantarolou a espectro.
Aruna se debatia contra suas barbatanas para escapar, mas a espectro apertava cada vez mais como um caçador que encontrou sua presa premiada
Ela estava sem forças e sem tempo, O humano já estava inconsciente em baixa de água e era questão de tempo até morrer.
Então, Aruna se vê com apenas uma carta na manga que pudesse salvar ambos.- A...COR...ACORDO - Com sua última tentativa, Aruna pede um acordo para espectro que a solta surpresa com sua oferta.
- Um acordo para a presa, um acordo de uma vida. Ao fim para a água sua carcaça deve dar, ao fim de sua vida, minha fome saciar. - Aruna sabia o que aquilo significava, mas preferia pensar nisso depois que saísse dali com vida.
Então, com uma agilidade incrível, a espectro foi atrás do humano que afundava cada vez mais naquele riacho, Aruna se perguntava se ele ainda estava vivo com tanto tempo debaixo de água, mas preferia acreditar que ainda estaria vivo ou então seu acordo seria um desperdício.
A espectro voltou em alta velocidade agarrando o braço de Aruna a carregando para a superfície até a costa do riacho.- Cof... cof ...cof..... merda minha linda roupa.... - resmungou a feérica.
- Presa fácil, comida tardia....- Aruna escutou aquilo e sentiu o medo se arrepiar pela espinha enquanto a espectro ia embora água a dentro.
Então ela saiu às pressas até o humano que respirava lentamente e seu pulso era fraco, ela fez os procedimentos para salvação, posicionando seu corpo e assim fez respiração boca a boca com o humano, e logo em seguida posicionou suas mãos sobre seu tronco utilizando a força do corpo para fazer a ressuscitação. Refez e refez o processo até obter uma resposta, foi então que o desgraçado cuspiu água fedorenta na sua cara.
A arte de assassinar foi um dos meios que usei parar sobreviver desde dos meus 12 anos, em todos esses anos eu sempre usei minhas habilidades em prol da sobrevivência e as vezes por luxos, luxo esse que foi banhado em lama pelo maldito humano em minha frente que acabará de cuspir água pútrida na minha cara.
- Eu vou te matar da forma mais lenta e agonizante, irei fazer você engolir suas tripas com a lama na qual você me fez cair. - Aruna olhava para aquele humano como um predador olha para sua presa, seu ódio poderia fervilhar aquele lago como um caldeirão de sopa.
- Cof cof cof... eu estava tão próximo de deitar ao colo da Mãe e já estou recebendo ameaças de uma segunda morte? será que meus fãs não podem ter um pouquinho de paciência? - Falou com dificuldade o humano que ainda recuperava o fôlego.
- Você está vivo por minha bondade, então é melhor medir as palavras comigo seu humano maldito destruidor de roupas!
- Você realmente quer tirar minha valiosa vida por causa de um pedaço de pano?
- PEDAÇO DE PANO? OLHE PARA OS FARRAPOS QUE VOCÊ USA! - Aruna explodiu com tamanha ousadia vinda do humano.
O humano enfim olhou para si e viu aos farrapos que usava e que agora estavam totalmente ensopados.
- É a última moda de onde eu vim, você não entende nada de moda! - gritou o humano como uma criança birrenta.
Aruna lançou um olhar mortal para o humano que agradecia mentalmente por ela não estar armada, aquilo lhe dava mais tempo com as tripas no lugar, isso era reconfortante.
- Precisamos procurar um lugar para nós abrigar, consegue andar? - Ela olhou de cima a baixo para o humano.
- Depende, se eu falar que não, você me carrega nos seus braços fortes? - Disse o humano fazendo beicinho.
- Eca. - retrucou Aruna.
Então eles seguiram até a taverna mais próxima.
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Corte de Chamas e Fumaça
FanfictionDuas almas entrelaçadas pelo mesmo destino cruel agora se reencontram para mudar o percurso na qual foram obrigados a trilhar. A filha do fogo, criada e moldada para matar. O filho da escuridão, roubado e sepultado para morrer. O que o...