ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 13

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CAPÍTULO 13:
Bilhetinho



— Eu tenho que ir? — pergunto, como de costume, talvez algum dia eu vença meu pai pelo cansaço.

Menos hoje. Hoje é diferente. Tenho que fingir o meu normal porque na verdade estou bem ansiosa para ir.

— Less, você passou a semana inteira escrevendo o roteiro da apresentação que vai fazer — incrivelmente, Vincent está cheio de paciência — Vai jogar tudo isso fora?

— Claro que não. Lewis pode ler no meu lugar.

— Ele está no escritório hoje. Clara pode ir com você, talvez ajude. Ela me disse que queria.

— Aidan pode?

Meu pai bufa.

— Pode.

Ele não poderia recusar. Aidan também faz parte desse projeto. Envio uma mensagem para ele, enquanto Clara procura uma roupa minha para usar no evento.

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Aidan?
Tá ocupado?

Acsbei dr acordar
Vom dia
Tá rudo bem?

Foi mal
Vai ter outra inauguração hoje
Lá corpo de bombeiros
Tá a fim de ir?

Não.
Tô a fim de ver você
Me passa o endwreço

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Digito o nome da rua. Meu pai avisa que irá se atrasar, então Clara e eu vamos para o meu carro. Hoje, sem dúvidas, quero chegar adiantada. A liberdade de poder dirigir sozinha só não é maior porque Clara está animada demais, e não são nem nove da manhã.

— Se colocar música, eu corto sua mão fora — aviso, olhando o retrovisor para sair da garagem.

— Odeio o seu humor de manhã — ela desanima em seu banco, mudando apenas a temperatura do ar-condicionado — Você estava sorrindo para o celular. Aidan vai estar lá?

— Vai.

Se eu demonstrar o mínimo de empolgação, Clara vai passar o resto da semana rotulando cada sentimento meu em relação a Aidan.

— Eu tenho que fingir que não sei de vocês ou…

— Finge que não sabe. Conheço você. Vai acabar falando demais na frente de outras pessoas.

O sorriso dela fica cada vez maior, e consigo ouvi-la gritar mesmo estando de boca fechada.

— É novo para mim — ela se inclina para me abraçar, mesmo sabendo que estou dirigindo e que acabou de colocar nossas vidas em risco — Finalmente nossas fofocas românticas não serão unilaterais.

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— Como vai funcionar?

Nós duas estamos sentadas na parte coberta da apresentação, e ainda assim o calor é insuportável. Está bem vazio. Meu pai ainda não chegou e só tem dois repórteres derretendo no calor dentro de seus carros.

— Meu pai vai chegar, dizer como foi possível instalar painéis de energias solares com baixo custo em serviços públicos e tomar um café com os bombeiros — digo, me abanando com um folheto do projeto — Ah, sem contar o momento de fotos e entrevistas.

ʀᴇᴘᴜᴛᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴇᴍ ᴊᴏɢᴏ - Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora