ᴛʜᴇ ɢɪʀʟ ɪs ᴍɪɴᴇ! - ᴊʜᴏɴɴʏ ʙᴏʏ

28 - escape

ABRI MEUS OLHOS E ME ENCONTREI em uma sala completamente branca, presa pelos braços, pernas e cabeça. Estava um pouco atordoada pela forte luz branca em frente ao meu rosto. Analisei o ambiente com dificuldade: havia apenas uma pequena janela próxima ao teto e um relógio próximo a porta, nada mais.

— Onde... — murmurrei para mim mesma, com os olhos entreabertos — Porra... — gemi de dor, sentindo um grande incômodo, provavelmente haviam me batido quando eu desmaiei.

Percebi que tinham alguns fios no chão, vindo até o local onde eu estava presa. Em alguns segundos, raciocinei o que era aquilo. Parecia o local onde criminosos condenados a pena de morte tinham seus últimos suspiros. Mas que...

— Sinceramente, eu tô com muita vontade de rasgar o pescoço de todo mundo — Lillith reclamou, me fazendo revirar os olhos.

— Foi o seu egoísmo que nos trouxe até aqui, não se esqueça disso — disse, baixinho, tentando bolar um plano para escapar.

— Sabe que, a melhor opção é me deixar no controle, né? — ri de sua fala, mordendo meu lábio inferior — Não ria, pirralha, estou falando sério — continuei rindo, acho que era efeito das drogas...

— Você vai nos meter em confusão... De novo — comecei a tentar me soltar dos cintos que me prendiam, nada parecia funcionar — Saiba que eu nunca quis isso, okay? — algumas lágrimas começaram a escorrer por meu rosto sem que eu percebesse — Talvez eu tivesse uma vida normal... Mas... Eu fui estúpida...

— Sua vida nunca seria normal, [Nome] — era verdade, nunca seria normal, mas... eu tinha esperanças — Sua família não é normal. Você não é normal. O normal é chato, entediante.

— Eu só queria uma vida normal... — solucei — Só queria Evan de volta... Só queria uma vida tranquila... — comecei a entrar em pânico, sentia minhas mãos tremendo. Algo estranho me ocorreu. Senti como se tivesse uma mão enxugando meu rosto. Vi uma sombra saindo de dentro de mim. Era algo sobrenatural. Um arrepio percorreu minha espinha.

— Por mais que eu goste de ver os seres humanos sofrerem, você é uma exceção, baixinha — meu cabelo ficou bagunçado, continuei a encarar a sombra — Não derrame lágrimas, não agora. Você tem que ajudar o [seu irmão], lembra? Além do Jhonny e o João...

A sombra se aproximou de meu ouvido, continuei olhando para o teto, imóvel.

— Lute. Lute por eles — memórias com meu namorado, João e [seu irmão] começaram a invadir minha mente, como se fosse um filme de minha vida — Se lembre que Evan não gostaria de te ver tão cedo — meu ponto fraco — Mate todos que entrarem em seu caminho — finalizou, se afastando.

— Como... — fui cortada.

— Posso te dar minha força, mas, não tomar o controle de seu corpo — fechei meus olhos — Suas mãos que vão se sujar, não as minhas — suspirei fundo, tomando minha decisão final.