Capítulo 98. Despertar de Yulla.

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Quando eu cheguei próximo aquele quarto e ouvi os gemidos de dor da minha irmã. Eu não pensei duas vezes antes de arrombar a porta.

Eu sabia que o sofrimento de Dahila não terminaria enquanto aquela mulher não fosse morta. Pois por algum motivo ela tem um ódio mortal pela minha irmã.

E assim eu fiz. Mesmo que isso sujasse minhas mãos de sangue, eu matei aquela mulher.

Eu cortei sua cabeça na esperança de que pudéssemos ter paz. De que eu pudesse ver minha irmã sorrir de forma amável como ela sempre fazia.

Mas ela foi ferida durante o confronto com Amanda. E logo após isso eu descobri que aquele ferimento colocava em risco o filho que Dahila estava esperando.

De mãos atadas, tudo que eu pude fazer foi segurar minha irmã enquanto ela gritava de dor ao ser costurada viva.

Por que essas coisas sempre acontecem com ela? Desde o dia em que ela foi até mim naquele quarto, quando eu havia acabado de chegar na mansão do meu pai.

Ela sempre tentou ajudar aqueles a sua volta, mesmo ela sendo a pessoa que mais necessitava de ajuda.

E quando ela é ferida, quando ela é feita de refém por anos em situações horríveis, eu não tenho poder para fazer nada além de ser patética.

O que eu já fiz por ela?

Nada vem a minha mente quando eu penso nisso. Apenas as vezes em que Dahila de alguma forma me consolou quando eu me senti culpada.

Após a duquesa terminar de estabilizar a situação de Dahila, todos estávamos tão cansados que dormimos ali mesmo.

Todos com exceção do sacerdote, que partiu imediatamente a terra santa na intenção de solicitar o envio de uma relíquia sagrada.

Quando eu acordei naquele sofá ao lado de Sika. A duquesa me disse que estava tudo bem, que Dahila havia acordado e conversado com ela. E que apesar de fraca, ela ainda estava lucida.

Eu fiquei realmente aliviada. Mas esse alívio durou muito pouco tempo, pois na manhã seguinte, Dahila não acordou.

A duquesa não sabe dizer ao certo o porquê de ela não despertar. Mas nos supomos que seja pela maldição colocada em seu ferimento.

Ela está dormindo a três dias seguidos, e aquela ferida parece se tornar escura a cada dia que passa, como se a carne de Dahila estivesse aos poucos tornando-se podre.

Diferente da duquesa, que passava grande parte do seu dia ao lado de Dahila tentando curá-la de alguma forma. Eu não conseguia aguentar ver ela daquele jeito.

Então eu passava o dia todo inquieta, andando pelo castelo sem nenhum rumo aparente. Foi assim que eu escutei aquela conversa na sala do rei.

Sentado na poltrona de seu escritório, o rei conversava de forma calma com a rainha. Mas apesar da calma demonstrada, a atmosfera do lugar era muito tensa.

"Solange... como você foi capaz de fazer isso?"

"..."

"por que... o que você ganharia ajudando aquela pessoa!?"

"é só você que não vê. não há como ganhar essa guerra. Eu só estava tentando garantir que o futuro dessa família fosse em algum lugar que não seja um caixão!"

"e para isso você deixou Amanda entrar e tentar matar Dahila!? Como isso ajudaria nessa guerra!?"

"Dahila isso, Dahila aquilo! Você não percebe que é por causa dela que essa guerra começou!? Você vai destruir esse reino por uma garota que não é sangue do seu sangue!?"

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